A cada ano, a Euromonitor International — líder mundial no fornecimento independente de pesquisa estratégica de mercado — identifica as rápidas mudanças nas tendências de consumo mais impactantes previstas para o próximo ano. Estas tendências fornecem insights sobre as transformações nos valores e no comportamento dos consumidores e como deverão estimular a disrupção nos negócios ao redor do mundo, a fim de, entre outros propósitos, reconstruir melhor!
Em 2021, resiliência e adaptabilidade parecem ser os fatores mais determinantes nas dez principais tendências globais de consumo identificadas pela instituição. Segundo eles, essas tendências foram criadas, influenciadas ou aceleradas pela pandemia, mudando para sempre o comportamento dos consumidores. Demonstrando, assim, que apesar das dificuldades enfrentadas em 2020, os consumidores não desistiram. Pelo contrário, eles continuam encontrando sua voz e se dedicando a construir um futuro melhor.
Durante as próximas semanas, nós traremos aqui na Plataforma Setor Moveleiro, um apanhado geral sobre cada uma dessas tendências e suas implicações no setor moveleiro, a começar pela “reconstruir melhor”. Ou seja, uma segunda oportunidade de construirmos um mundo melhor, com o foco agora no social, não mais no ambiental, como era a tendência. E, sim, empresário, saber onde focar suas ações para construir valor de marca é muito mais importante do que muitas vezes podemos imaginar. Então, vale à leitura!
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Reconstruir melhor: Foco no social
Usar menos plástico, seguido pelas mudanças climáticas, era a principal prioridade para os consumidores antes do surto de Covid-19. Durante a pandemia, no entanto, a atenção do público se afastou das ameaças ambientais, que demoram mais a se concretizar, e se voltou para as prioridades sociais mais urgentes. Os consumidores passaram a esperar que as marcas protegessem a saúde e o bem-estar de seus colaboradores e ajudassem as comunidades locais.
A crise sanitária teve um profundo impacto sobre as necessidades e os hábitos de compra das pessoas. Um forte senso de responsabilidade social agora é uma demanda permanente dos consumidores para as marcas conquistarem a empatia deles. Com uma espécie de expectativa de que as empresas deixem de priorizar os lucros para se concentrar nas pessoas.
Porém, claro, a expansão das iniciativas sociais estimuladas pela pandemia não anulará a consciência ambiental. Ao reconstruir melhor, os consumidores escolherão marcas que se comprometam a fazer do mundo um lugar mais limpo, saudável, resiliente e justo.
Empresas melhores, um mundo melhor
Com os consumidores mais atentos às ações das empresas durante os lockdowns, o ativismo de marca ganhou um novo significado social. Em 2020, 73% dos profissionais acreditavam que as iniciativas de sustentabilidade eram essenciais para o sucesso. As empresas tiveram que priorizar as ações sociais, ajudando os consumidores a desenvolverem estilos de vida mais sustentáveis.
Os CEOs se expressaram abertamente com empatia durante a pandemia, zelando pelas equipes, pelos clientes e pelas comunidades. A Covid-19 deu às empresas, então, uma chance de reconstruir melhor, desenvolver laços emocionais com os consumidores e proteger os mais vulneráveis.
Para os consumidores, as marcas devem continuar atuando com responsabilidade e propósito mesmo depois da pandemia, é óbvio. Adotando, entre outras questões, medidas de proteção, como maior flexibilidade no local de trabalho, que passarão a ser vistas como o novo normal.
Reconstruir melhor: Perspectivas
Os consumidores ficarão mais atentos às questões sociais e ambientais, recompensando as empresas que investirem seus lucros em ações positivas no pós-pandemia. Adotar iniciativas focadas na responsabilidade e no propósito é uma forma de reconstruir melhor e obter resultados positivos no tripé da sustentabilidade: pessoas, planeta e lucros.
As marcas que se dedicarem à reconstrução de um mundo mais verde e mais justo ganharão não apenas uma vantagem competitiva, mas também a licença social necessária — e a confiança da sociedade — para operar. As empresas cada vez mais trocarão as estratégias centradas no lucro pela participação no movimento focado nos propósitos. Ao reconstruir melhor, a empresa desenvolverá sua resiliência, a reputação da marca e seu valor financeiro.
Em agosto de 2020, 14 executivos sêniores da Danone, Philips, L’Oréal e Mastercard, entre outras organizações, criaram a Leaders on Purpose, uma entidade sem fins lucrativos. Estas corporações assinaram uma carta aberta que propunha um roteiro econômico para se reconstruir melhor. Tal iniciativa pode funcionar muito bem no setor moveleiro, seja de maneira vertical — unindo-se fornecedores, fabricantes e lojistas num mesmo propósito — ou horizontal — entre indústrias de um mesmo pólo moveleiro, por exemplo.