O que faz do G8 a maior potência mundial? Formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Japão e Rússia, uma das principais características do bloco é o alto nível de industrialização desses países. E o Brasil? Apesar de ter passado por um processo de industrialização mais tardio do que as economias citadas anteriormente, nossa economia é, sim, uma referência industrial ao redor do mundo. Porém, ainda enfrentando os desafios e limitações de um país subdesenvolvido.
Se ainda temos, portanto, um considerável caminho a percorrer; necessário, então, é entendermos o atual cenário industrial para que possamos aparar arestas, melhorar processos, remover obstáculos e otimizar o que vem dando certo no desenvolvimento de nossa produção e economia.
Quando falamos da indústria de transformação, por exemplo, da qual o setor moveleiro faz parte, esta desempenha um papel estratégico no fortalecimento de todo o setor produtivo brasileiro, especialmente com seus investimentos em tecnologia e inovação.
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) estima que a cada Real produzido na indústria de transformação, sejam gerados R$ 2,67 na economia do Brasil, com o segmento empregando em média 6,9 milhões de trabalhadores. Sendo responsável, assim, por mais de 65% dos investimentos empresariais em pesquisa e desenvolvimento interno.
Mas, afinal, qual é a atual situação da indústria de transformação no Brasil?
Segundo os últimos Indicadores Industriais publicados pela CNI, com dados atualizados do mês de setembro de 2022, ainda temos muito a avançar. Tais indicadores retratam redução nas horas trabalhadas e na utilização da capacidade instalada. Ainda assim, felizmente, o cenário é melhor do que há um ano.
“Apesar da desaceleração registrada neste mês, existem elementos que podem afetar positivamente a indústria de transformação, entre eles a recomposição contínua da renda da população, que permite a sustentação do consumo dos bens industriais, e a reorganização da cadeia de suprimentos, que alivia a pressão sobre os custos de produção”, explica a economista da CNI, Larissa Nocko.
Veja como os 6 principais indicadores da indústria de transformação se comportaram em setembro
1. Faturamento registrou queda; histórico, contudo, é de alta
O faturamento real da indústria de transformação apresentou recuo de 0,2% em relação ao resultado de agosto. Apesar do recuo, o faturamento exibe trajetória de alta desde novembro de 2021, o que faz com que o faturamento se encontre 7,9% acima do patamar de setembro de 2021
2. Emprego industrial recuou pelo segundo mês consecutivo
O emprego industrial registrou recuo de 0,4% na comparação com agosto. É o segundo mês consecutivo de queda, o que sugere a perda do ritmo de crescimento do emprego depois de sucessivas altas apresentadas desde o segundo semestre de 2020. Na comparação com setembro de 2021, a alta é de 0,6%.
3. Massa salarial cresce pelo quarto mês consecutivo
A massa salarial real da indústria de transformação cresceu 0,3% na comparação com agosto. O índice registrou o quarto mês consecutivo de crescimento e acumula alta de 5,5% na comparação entre maio e setembro. Na comparação com setembro de 2021, o crescimento é de 6,4%.
4. Rendimento registra alta pelo quarto mês consecutivo
O rendimento médio real dos trabalhadores da indústria mostrou avanço de 0,7% entre setembro e agosto. É o quarto mês consecutivo de crescimento. Apesar da queda no mês, na comparação com setembro de 2021, o rendimento apresentou avanço de 5,8%.
5. Horas trabalhadas na produção caem em setembro
As horas trabalhadas na produção recuaram 1,1% em setembro de 2022, na comparação com agosto. Apesar da queda, o índice mostra tendência de crescimento desde 2021, de modo que as horas trabalhadas permanecem próximas do ponto mais alto de 2022, inferiores apenas ao registrado em agosto. Na comparação com setembro de 2021, há crescimento de 3,3%.
6. Utilização da capacidade instalada segue em tendência de queda, mas melhor do que no pré-pandemia
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) recuou 0,1 ponto percentual em setembro de 2022, na comparação com agosto, para 80,2%. O indicador está acima dos 80% desde março de 2021, percentual superior ao praticado antes da pandemia.