Abalados e reflexivos, consumidores buscam por produtos duradouros e confiáveis

Se por um lado, os consumidores estão cada dia mais “Inquietos e Rebeldes” diante da situação atual e da forma como os governantes vêm tratando do bem-estar social; de outro, a saúde psicológica vem sendo a principal prioridade para as pessoas. Hoje falamos sobre como atender aos “Abalados e Reflexivos”.

Quando a situação aperta é preciso se manter firme. Se antes os consumidores buscavam produtos e serviços de efeito imediato, como alimentos funcionais, itens supérfluos e tecnologias compatíveis com práticas de mindfulness. A pandemia trouxe novos fatores mais graves de estresse, como riscos à saúde, desemprego, dificuldades financeiras, isolamento, alterações radicais nas rotinas. Além de demandas por novas funções e habilidades que tragam benefícios a curto, médio e também a longo prazo. Ou seja, que durem e sejam confiáveis!

De acordo com a Euromonitor International, referência em tendências de consumo, as empresas devem fornecer produtos e serviços que auxiliem na promoção da resiliência e do bem-estar psicológico, facilitando com que esses consumidores “Abalados e Reflexivos” lidem com circunstâncias adversas e reconquistem a autoconfiança. Esses consumidores querem estar preparados (física e psicologicamente) para lidar com possíveis novas surpresas. E, claro, nossa casa faz parte disso.

Superando as adversidades: Nossa casa, nosso refúgio

O isolamento social escancarou diversas deficiências de nossos lares, que culminaram numa corrida por reformas e compra de móveis. Antes de corrermos o risco de termos de ficar isolados dentro de casa novamente, queremos ter a certeza de que ela está suficientemente adequada para atender às nossas necessidades. Além disso, se conseguimos adaptar o trabalho, os estudos, os exercícios, as compras e outras tantas responsabilidades ao ambiente doméstico, por que não trazer as experiências que mais nos agradam lá fora também para o interior dos nossos lares?

Os consumidores agora entendem que tratar os sintomas do estresse não resolve a causa dele. Assim, enfrentar esses problemas é uma estratégia mais eficaz para se alcançar a serenidade. Muitos procuraram opiniões de especialistas ou se integraram a ambientes mais receptivos para identificar e lidar com suas dificuldades psicológicas.

Os Abalados e Reflexivos estão reavaliando, portanto, suas prioridades e identidades, reformulando o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, bem como explorando novos hobbies em um mundo caracterizado pelo distanciamento social. Seu novo comportamento de compra, portanto, já não está mais associado a novas experiências e ganho de tempo, mas a investimentos em habilidades e produtos duráveis que desenvolvam sua resiliência.

73% dos consumidores apontam que a depressão e a saúde mental exercem um impacto moderado ou grave em suas vidas

Mente, corpo e orçamento em equilíbrio

Antes da pandemia, 46% dos membros da Geração Z e 50% dos millennials preferiam gastar dinheiro com experiências em vez de objetos. Mas as restrições às aglomerações estão aumentando o interesse por atividades que podem ser realizadas em casa.

Como os consumidores querem desenvolver habilidades especializadas, haverá uma grande demanda por produtos relacionados a artes e artesanato, instrumentos musicais, equipamentos esportivos e cursos on-line. Além disso, eles estão recorrendo a itens nostálgicos. Tais como móveis e objetos de decoração que remetem à infância, à casa dos avós, à uma viagem especial, entre outras memórias que oferecem conforto e alívio do estresse. Vários setores se beneficiarão dessas preferências à medida que os consumidores se adaptarem aos novos contextos.

Abalados e Reflexivos: Perspectivas

O fato é: as rápidas mudanças que ocorreram em 2020 deixarão cicatrizes marcantes. Os consumidores continuarão preferindo soluções holísticas às específicas ao zelar pela sua saúde mental. Ameaçados por riscos existenciais, como desemprego e orçamentos mais apertados, eles escolherão produtos e serviços que possam ajudá-los a encarar crises e eventos radicais no futuro.

Haverá uma grande demanda por produtos e experiências baseadas em autoaperfeiçoamento, desenvolvimento de habilidades, conforto, funcionalidade, equilíbrio e resiliência financeira mesmo com o fim da pandemia. As empresas devem comunicar como seus produtos atendem aos clientes em um mundo onde os consumidores dedicam cada vez mais tempo a si mesmos.

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