Agentes do clima: enquanto consumidores buscam minimizar o impacto ambiental, fator preço ainda é um obstáculo para um mercado mais sustentável

O ativismo verde e os estilos de vida baseados no baixo teor de carbono vieram para ficar. Sim, os consumidores esperam que as marcas se posicionem e estão agindo por meio de suas decisões de compra, à medida que as preocupações com a emergência climática aumentam.

“Agentes do clima”, este é o nome dado pela Euromonitor International, referência no apontamento de novos comportamentos de consumo, para um grupo de consumidores que está ditando algumas das principais tendências de consumo em 2022.

Conheça melhor sobre mais um dos perfis destacados em nossa série “10 tendências globais de consumo 2022”. Se você ainda não viu o artigo da semana passada, clique aqui para ler —Sempre com um plano B: como as interrupções na cadeia de abastecimento devem influenciar os hábitos de compra”.

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A saúde do planeta está no topo das preocupações de consumo

A ação climática é uma extensão do plano “Reconstruir Melhor”, apontado como uma das principais tendências de consumo no ano passado — nós falamos sobre isso por aqui. Com a Covid-19, então, sendo um catalisador da transição para uma economia “net zero“ em emissões de carbono.

Os consumidores estão se conscientizando de sua contribuição individual para as mudanças climáticas. Dessa forma, a chamada “eco-ansiedade” está impulsionando o ativismo ambiental e as decisões de compra. Em 2021, por exemplo, um terço dos consumidores globais reduziram ativamente suas emissões e um quarto usou créditos de carbono para compensá-las.

Os Agentes do Clima fazem, portanto, escolhas mais sustentáveis ao mesmo tempo que exigem ação e transparência das marcas. Ou seja, não existe uma lacuna entre a consciência sobre o clima e a intenção de  agir. Esses consumidores estão de fato também reduzindo o uso de plástico, eliminando o desperdício de alimentos e reciclando, entre outras atividades.

Estima-se, aliás, que, de forma geral, 67% dos consumidores tentaram causar um impacto positivo no meio ambiente por meio de suas ações cotidianas em 2022. No entanto, dietas com baixo teor de carbono, casas com eficiência energética e viagens sustentáveis ainda são incipientes. Ainda assim, 78% dos profissionais já acreditam que as mudanças climáticas afetarão a demanda do consumidor, alterando comportamentos, necessidades e preferências.

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Perspectivas para os consumidores agentes do clima

Com tal movimento, é claro que muitas empresas já estão explorando o crescente mercado de neutralidade de carbono. Entre outras medidas, essas marcas estão ajustando seus portfólios para atender à demanda dos consumidores por produtos com menor pegada planetária e ecológica. Em 2021, 39% dos profissionais indicaram que sua empresa planejava investir em inovação de produtos de baixo carbono e no desenvolvimento e lançamento de produtos sustentáveis.

A viabilidade financeira, porém, continua sendo um obstáculo para tornar os produtos sustentáveis uma tendência acessível. Também no ano passado, 43% dos profissionais relataram que a falta de disposição do consumidor em pagar mais por esses produtos era uma barreira significativa. Dificultando, assim, as iniciativas de sustentabilidade das empresas.

De fato, os custos que envolvem a inovação sustentável, o redesenho de produtos, as flutuações na cadeia de abastecimento e as certificações resultam no incremento dos preços, que podem se tornar um desafio. É inegável, contudo, que a inovação digital está remodelando a forma como varejistas, fabricantes e consumidores fazem a transição para uma nova era de transparência ambiental.

Os millennials e a geração Z, em especial, sentem que podem fazer a diferença por meio de suas escolhas. Esse grande grupo consumidor do futuro usará ferramentas para garantir um impacto mínimo no clima.

Quanto mais ofertas se alinharem com as expectativas dos agentes do clima, mais as marcas verão seus produtos e serviços repercutirem.

 

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