Bem, todo mundo já sabe e provavelmente tenha sofrido ou ainda esteja lutando contra isso: a primeira onda da pandemia, ainda no início do ano passado, trouxe como consequência um desabastecimento generalizado no setor de suprimentos para a indústria. Questão que não é exclusividade da cadeia moveleira, atingindo a produção dos mais diversos itens ao redor do globo. É importante dizer, porém, que embora o grande impacto, algumas empresas na indústria moveleira acabaram se saindo melhor do que outras neste processo. Assim, hoje colhem os bons frutos de um planejamento que começou muito antes da pandemia, com a escolha de fornecedores com autonomia no mercado interno.
Isso porque, cada região enfrentou problemas específicos que tornaram a situação mais ou menos aguda. Furacão nos Estados Unidos, colapso na saúde e severas restrições na Europa. No caso do Brasil, além dos pontos óbvios relacionados à pandemia, o aumento da taxa de câmbio do Dólar Americano frente à desvalorização do Real, bem como a forte dependência do mercado externo foram, sem dúvida, alguns dos agravantes da situação por aqui.
Indústria moveleira: Baixo estoque e o impacto da alta demanda na produção de móveis
Enquanto num primeiro momento isso não foi necessariamente um problema. Afinal, o excesso de oferta versus a baixa demanda, devido ao varejo físico de portas fechadas e as incertezas econômicas no mundo todo, que fizeram com que muitos fabricantes, inclusive, ajustassem seus estoques de insumos e matérias-primas para não sobrecarregar as finanças. De julho em diante, porém, a questão começou a se complicar bastante.
A demanda foi aumentando gradualmente, chegando a explodir de maneira nunca antes vista em algumas áreas, como na indústria moveleira. Levando, então, ao desequilíbrio total da cadeia, que ainda hoje enfrenta dificuldades para atender ao varejo. Culminando, assim, em alta de preços e prazos muito mais longos do que o usual. O que não é bom nem para o fabricante, nem para o fornecedor, tampouco para o comércio ou o consumidor final.
Mas e aí, ainda dá para “correr atrás do tempo perdido”?
Bem, a verdade é que não integralmente. No entanto, ao optarmos por fornecedores que produzam e distribuam no mercado interno, ao mesmo tempo em que contam com aporte direto de suas matrizes e fornecedores no mercado externo — ou seja, que possam encontrar soluções tanto de um lado quanto de outro —, não só teremos mais equilíbrio e facilidade na busca por recuperar parte do volume perdido como estaremos melhor preparados para lidar com possíveis novos obstáculos.
“Em uma crise como a atual, o mais importante é manter um relacionamento aberto e honesto com fornecedores e clientes. Tentando, então, enfrentar juntos os problemas causados pela escassez de produtos no mercado”, aconselha o diretor de compras da REHAU Brasil, Antônio Rosado. “Em nosso caso, a sólida relação de muitos anos com nossos fornecedores e a diversificação em alguns casos nos ajudou a superar a situação sem grandes problemas de abastecimento.”
Dessa forma, a empresa que fornece acabamentos e componentes para a fabricação de móveis — da marcenaria à grande indústria —, tais como fitas de borda, superfícies, perfis etc., além de ferramentas manuais, tem em sua atuação e visão global com foco no local, uma forma de driblar ou ao menos minimizar os efeitos da crise de abastecimento.
A empresa, aliás, estreia uma série de artigos aqui na Plataforma Setor Moveleiro. Trazendo alternativas não só referentes à escassez de matéria-prima como tratando de sustentabilidade; soluções para o chão de fábrica; mercado e competitividade; entre outros pontos. Fique atento!