Antigos produtos, novos donos: economia e sustentabilidade como tendências entre os novos perfis de consumo

Economizar é a tendência. Os consumidores estão mudando o interesse em possuir algo para uma mentalidade focada em acumular experiências, em vez de coisas. Com isso, sustentabilidade e individualidade estão removendo o estigma associado às compras de segunda mão. Impulsionando, assim, a venda reversa (recommerce) e o marketplace pessoa a pessoa (peer-to-peer).

Segundo estudo realizado pela Euromonitor International, aliás, 33% dos consumidores entrevistados compraram itens usados ou de segunda mão com um intervalo de poucos meses em 2021.

Nesse universo, as empresas precisam fazer mais com menos. Ou seja, o investimento em iniciativas de economia circular, como programas de reciclagem, aluguel ou revenda de produtos, agregará,  a partir de agora,  valor enquanto impacta positivamente o meio ambiente.

Acessibilidade e exclusividade também são importantes

Os consumidores querem viver de forma sustentável e minimizar as pegadas ambientais. Ao mesmo tempo, ter um preço acessível tornou-se um fator crucial na atual situação econômica instável. Determinados consumidores também desejam peças exclusivas ou únicas que podem ter um preço mais alto. Esses fatores impulsionaram as compras de segunda mão no mercado convencional.

A onda vintage e a “moda lenta” (slow fashion) ajudaram essa tendência no mercado de vestuário, bem como do mobiliário e da decoração, a se desenvolver. As gerações mais jovens que materializam a máxima de “antigos produtos, novos donos”, buscam ter produtos únicos. Dessa forma, estima-se que, no futuro, um quinto dos consumidores considerará aumentar as compras de itens de segunda mão.

Esses consumidores, aliás, estão continuamente fazendo um inventário de seus pertences para definir quais itens manter, atualizar, revender ou doar. A infinidade de aplicativos disponíveis para compra e venda de itens de segunda mão e o desejo por opções sustentáveis estão influenciando esse movimento.

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Resíduo zero e estratégias circulares entre os novos perfis de consumo

Muitas empresas, aliás, já estão implementando novos modelos de negócios e adotando a economia circular à medida que os consumidores mudam para compras em consignação. A busca por “antigos produtos, novos donos” tem prevalecido na indústria de vestuário há anos. Mas está se expandindo para outros bens de consumo, como o mobiliário.

Na América do Norte e na Europa, por exemplo, o aluguel de móveis vem se popularizando cada dia mais. No Brasil, as chamadas “lojas de móveis usados”, também resistem ao decorrer do tempo e vem ganhando uma pegada a cada dia mais vintage e conceitual para se destacar no mercado, sobretudo entre os mais jovens.

Os modelos de negócios estão evoluindo para incluir programas de recompra, iniciativas de embalagens reutilizáveis, ofertas de produtos remodelados e marketplaces pessoa a pessoa. Cartões-presente, crédito da loja e pontos de fidelidade são vantagens que incentivam os consumidores a participar desses programas.

Dessa forma, as marcas que encontrarem oportunidades de aproveitar a busca de antigos produtos para novos donos poderão se beneficiar de um fluxo de receita adicional.

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Perspectivas para os consumidores que buscam antigos produtos para novos donos

As vendas reversas (recommerce) se tornarão cada vez mais predominantes e englobarão mais categorias. Os consumidores devem continuar a levar em consideração a compra de itens de segunda mão, especialmente bens duráveis. Nesse sentido, plataformas e agregadores oferecerão marcas diferentes e opções de revenda para atender à demanda do consumidor.

Além disso, as empresas precisam reutilizar ou reciclar materiais para o desenvolvimento de novos produtos e para a redução do desperdício. Como resultado, a busca por “antigos produtos, novos donos” melhorará inevitavelmente a produção e o consumo sustentáveis, bem como a reputação das marcas.

 

 

 

 

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