Ascensão Feminina
A luta das mulheres por melhores condições de trabalho e pela igualdade feminina tem tido avanços significativos. E cada vez mais é percebido que esses avanços beneficiam à sociedade e também ao consumo. Sim, é hora de pensar, comunicar e vender produtos e serviços com foco em um público em ascenção, que ocupa cada vez mais espaços, ganhando também mais poder e decisão de compra. Passando a escolher, assim, comprar de marcas que se alinhem com seus valores e objetivos.
Cabe as organizações, portanto, colocar a defesa da Ascensão Feminina, bem como os princípios de diversidade, equidade e inclusão (DEI – Diversity, Equity and Inclusion), no centro de seus valores fundamentais. É o que revela mais um capítulo do estudo realizado pela Euromonitor Internacional sobre Top 10 Tendências de Consumo Globais 2023, que tratamos a seguir. Confira!
Consumo feminino quebrando tabus
A igualdade feminina é imperiosa nos dias de hoje. O movimento #MeToo foi um catalisador para um passo na mudança social. A reviravolta de Roe vs. Wade, nos EUA, a morte de Mahsa Amini, no Irã e a vítima de feminicídio Debanhi Escobar, no México, entre outros crimes, provocaram indignação em todo o mundo. Algumas medidas já foram tomadas para aliviar a discriminação de gênero, mas este ainda continua sendo um problema e são elas que também continuam quebrando estigmas e preconceitos.
Há décadas, as mulheres vêm desafiando as dificuldades sociais e papéis estereotipados enquanto afirmam sua autoridade. Essas mesmas mulheres que consomem, querem também uma representação justa. Variedades limitadas de produtos ou ofertas básicas que já conhecem, são insuficientes. Elas querem ofertas diferenciadas e variedade ilimitada de produtos e marcas para atender a diversos gostos e estilos.
O público feminino vem comprando cada vez mais de marcas que a defendam, incluam e personalizam os produtos de acordo com seu tamanho, idade ou estágio de vida. O mesmo se aplica ao mercado de trabalho, com empregadores devendo estabelecer padrões mais equalitários para conquistar uma força de trabalho e intelectual cada vez mais qualificada.
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Com a ascenção feminina, mulheres querem escolher as marcas que consomem
O empoderamento feminino é muito amplo e não deve ser ignorado. A equidade de gênero abre oportunidades para as empresas, tanto como empregadores quanto como competidores no mercado.
O DEI deve estar enraizado na cultura do local de trabalho. As pessoas querem trabalhar para empresas que investem em seus funcionários, desde educação até grupos de apoio. Os líderes precisam ajustar, definir e atender a essas expectativas.
A melhoria das condições de trabalho tem sido um dos focos na luta das mulheres. Mas o compromisso com a inovação de produtos também deve existir. Os investimentos em femtechs (startups de tecnologia que focam em desenvolver soluções e produtos voltados para o público feminino em diferentes áreas), por exemplo, explodiram nos últimos anos.
A sua marca cederia um produto para teste em casa?
As mulheres são excelentes formadoras de opinião. A sua empresa já pensou em ceder para a cliente levar para casa um colchão ou uma cadeira com nova tecnologia e materiais para testes? Muitas marcas de mobiliário no exterior já estão adotando esse modelo de “troca sem interrupção” (ou seja, retorno sem burocracia), caso os produtos não atendam às expectativas dos clientes, seja quais forem as razões. O setor de móveis brasileiro também precisa encontrar um caminho que disponibilize diferenciais de compra, além de produtos e experiências personalizadas.
Além disso, assim como na indústria da moda, fabricantes de móveis também devem apostas na variedade de corpos, necessidades e faixa etárias. Mas, isso, interferir no design e nos aspectos visuais do produto final. Revise seu marketing, tanto as mensagens quanto a linha de produtos, e encontre oportunidades para posicionar sua marca ao lado da ascensão feminina e todos os aspectos de diversidade, equidade e inclusão conectados a este movimento.
Panorama para a ascensão feminina
Hoje, a sociedade não fica mais em silêncio sobre questões de desigualdade de gênero. E ela só será construída em torno de representação justa, equidade e inclusão. As mulheres cada vez mais apoiam marcas alinhadas com seus valores, lutas e demandas. Portanto, os produtos e serviços precisam estar alinhados positivamente para essa questão.
O público feminino deve ser ouvido e respeitado. A comunicação deve ser personalizada, compassiva e relacionável. E o mais importante, defender a igualdade de oportunidades deve ser um compromisso corporativo – não uma jogada publicitária. Os compromissos para diminuir a diferença de gênero posicionarão a marca como aliada da ascensão feminina.