A venda de móveis e eletrodomésticos cresceu 2,3% em volume na passagem de março para abril de 2022. Mas caiu 8,7% ao compararmos com os resultados de igual período no ano passado.
Quando tratamos de cada um dos segmentos de maneira isolada: o comércio apenas de móveis registrou queda de 6,7% na relação do mês de abril de 2022 com abril de 2021; enquanto os eletrodomésticos tiveram queda de 10,2% em igual comparação.
E o que isso indica para o setor de móveis e eletrodomésticos?
Bem, que aparentemente o mercado está desacelerado, é verdade.
Apesar de ensaiar uma leve retomada ao final do primeiro trimestre deste ano, o setor enfrenta dificuldades — tanto relacionadas ao suprimento da demanda interna quanto ao atual momento econômico pelo qual o País atravessa.
O volume de vendas em todos os meses deste ano ficou abaixo dos resultados do ano anterior.
Além disso, a atividade foi a única a influenciar negativamente no indicador global: -0,9%. Em relação ao acumulado no ano, percebe-se, ainda, aumento no ritmo de perdas: passando de -6,3% em março para -6,9% em abril deste ano.
Cenário econômico
É verdade, também, que no primeiro semestre de 2021, o setor ainda vivia um período de procura aquecida por móveis e eletrodomésticos, relacionando-se ao isolamento social e ao “novo morar” — pontos que já exploramos bastante por aqui.
Inevitável, porém, é pontuarmos o cenário atual, com inflação e juros altos elevando drasticamente os preços, bem como limitando o acesso ao crédito no varejo. Pontos que, sem dúvida, contribuem negativamente para a manutenção do volume de vendas não só da categoria, mas de muitos outros bens duráveis.
Por outro lado, receita cresceu no varejo de móveis e eletrodomésticos
Ao mesmo tempo, ao passo em que a alta na inflação eleva os preços para o consumidor final, o setor experimentou crescimento na receita nominal neste ano.
A venda de móveis e eletrodomésticos cresceu 6,1% no ano (primeiro quadrimestre) e 5,3% em relação a abril. Houve queda apenas no acumulado dos últimos 12 meses: -0,9%.
Ao olharmos exclusivamente para a venda de móveis, esta teve um salto de 10,6% no ano e de 7,8% em faturamento no último mês de abril em relação ao mesmo mês do ano passado. Ainda assim, bastante inferior ao crescimento obtido no mês de março de 2022 sobre março de 2021, que chegou a 24,3%.
Varejo geral no Brasil
O volume de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 0,9% em abril sobre março deste ano. Esta é a quarta alta consecutiva na variação mês a mês.
Ao tratar da variação com abril de 2021, o crescimento foi de 4,5%. Por fim, nos primeiros quatro meses do ano, o varejo geral no País acumulou aumento de 2,3% e em 12 meses a alta foi de 0,8%.
Os indicadores são, mais uma vez, da Pesquisa Mensal de Comércio, a PMC, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).