Participação da balança comercial moveleira sobre a nacional: presença e produção da indústria por regiões

Participação da balança comercial moveleira sobre a nacional: presença e produção da indústria moveleira por regiões

A análise da participação da balança comercial moveleira em relação à nacional e a presença e produção da indústria por regiões revela um cenário significativo para o setor. Aqui, na plataforma Setor Moveleiro, já exploramos o contexto internacional, destacando mudanças macroeconômicas e transformações em curso, inclusive desaceleração global e desglobalização, conforme apontado no relatório “Year Ahead 2024”.

No tocante à visão do país como exportador e importador, consultamos o Relatório Setorial da Indústria de Móveis no BrasilBRASIL MÓVEIS 2023, elaborado pelo IEMI – Inteligência de Mercado, para entender melhor o panorama. Nesta continuação, analisaremos a participação da balança comercial moveleira, bem como a presença e produção das indústrias nas diferentes regiões do país.

Em 2022, as exportações moveleiras representaram 0,25% das exportações brasileiras, enquanto as importações de móveis e colchões totalizaram 0,07%. A participação do setor moveleiro no saldo comercial nacional foi de 1,04%, indicando uma queda em comparação ao ano anterior, que registrou uma participação de 1,10%.

Participação moveleira sobre a exportação nacional

A força do setor moveleiro e da produção da indústria por regiões

A indústria de móveis no Brasil não apenas desempenha um papel importante na produção de madeira, mas também representa uma fonte essencial de produtos para uma vasta rede de varejistas e grandes lojas, cuja receita está intrinsecamente ligada ao dinamismo do setor moveleiro.

Os dados mais recentes, referentes a 2022, revelam a ativa participação de cerca de 19,3 mil unidades produtoras no cenário nacional. A indústria moveleira, responsável por uma produção avaliada em aproximadamente R$ 77 bilhões, destaca-se contribuindo com expressivos 2,6% do valor total da receita líquida da indústria de transformação, por exemplo.

No ano de 2022, a indústria de móveis e colchões consolidou a fabricação de 402,6 milhões de peças prontas. Contudo, observou-se uma queda significativa de 9,2% em comparação com os dados registrados em 2021. Do mesmo modo, no intervalo de 2018 e 2022, a produção do setor moveleiro apresentou um declínio de 7,6%. Este resultado é reflexo de uma retração de 8,8% na produção de móveis durante esse período, ao passo que a produção de colchões registrou um aumento notável de 6,4%. Dessa forma, essa dinâmica divergente evidencia a complexidade do mercado e as variáveis que influenciam o desempenho setorial ao longo do tempo.

Os grandes números do setor moveleiro

Polos moveleiros estratégicos nas regiões Sul e Sudeste 

A dinâmica dos polos moveleiros no Brasil revela uma concentração significativa nas regiões Sul e Sudeste, marcando-as como epicentros estratégicos da indústria. Portanto, apesar da presença de unidades produtoras de móveis e colchões em todas as regiões do país, a predominância nas áreas Sul e Sudeste destaca-se de maneira expressiva, abrangendo 79,1% das empresas do setor.

A terceira região mais destacada nesse cenário é o Nordeste, contribuindo com 11,3% das empresas. Esse panorama sublinha não apenas a disseminação geográfica da indústria moveleira, mas também a relevância intrínseca desses produtos no cenário de consumo brasileiro.

Em relação à variedade de produtos oferecidos pelas empresas, observa-se que 86,0% das unidades concentram-se na fabricação de móveis de madeira. Móveis de metal representam 7,8%, enquanto 3,6% se dedicam à produção de outros tipos de móveis, como os de vime, ratan, plástico e estofados. Destaca-se que apenas 2,6% das unidades são especializadas na fabricação de colchões.

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Dinâmica da produção da indústria e segmentação do Setor Moveleiro

Em 2022, os principais protagonistas na produção de móveis e colchões no Brasil foram São Paulo (21,5%), Rio Grande do Sul (18,4%), Paraná (17,4%), Minas Gerais (13,9%) e Santa Catarina (12,0%). Coletivamente, esses estados contribuíram com impressionantes 83,1% da produção total. Além de liderarem na produção, eles abrigaram a grande maioria das empresas do setor (74,8%) e foram responsáveis por quase 78,9% dos empregos gerados no segmento.

Ao explorarmos a diversidade na produção de móveis, excluindo colchões, os números revelam uma distribuição significativa nas categorias. Móveis para dormitórios lideraram com 33,8%, seguidos por móveis de escritório com 17,3%. Cozinhas, abrangendo móveis para copa, banheiros e lavanderia, representaram 12,5%, enquanto estofados e móveis para salas de jantar totalizaram 10,8% e 10,5%, respectivamente. Móveis institucionais, destinados a piscinas, terraços, jardins, entre outros, contribuíram com 9,6% do total da produção.

No que diz respeito à avaliação do valor da produção em 2022, em comparação com o ano anterior, observou-se uma retração de 3,6%. No entanto, considerando o panorama mais amplo, houve um crescimento expressivo de 14,7% dentro do período, refletindo um aumento médio de 3,5% ao ano. Uma análise segmentada revela que ambos os setores, móveis e colchões, apresentaram retração no comparativo entre 2022 e 2021, com um recuo de 3,8% no segmento de móveis e 2,6% no segmento de colchões.

Valor da produção anual DE MÓVEIS

Analisando o consumo aparente de móveis e colchões

O consumo aparente de móveis e colchões, representando a produção nacional após ajustes para exportações e importações, revelou um cenário desafiador em 2022. Em termos de volume de peças, esse indicador registrou uma queda significativa de 8,6% em comparação com 2021. Detalhando essa diminuição, a categoria de móveis apresentou uma redução mais acentuada, atingindo 8,9%, enquanto o setor de colchões retraiu em 6,4% no seu consumo aparente no último ano.

Em 2022, o consumo de móveis foi responsável por expressivos 91,0% do consumo total do setor, destacando a predominância desses itens no mercado. Em contrapartida, o consumo de colchões representou 9,0% nesse mesmo ano. Ao longo do período analisado, o consumo aparente do setor, medido em número de peças, registrou uma variação negativa de 8,8%. Vale notar que, ao analisar os segmentos separadamente, o consumo de móveis contraiu-se em 10,1%, enquanto o de colchões apresentou uma expansão de 6,4%.

Consumo aparente de móveis e colchões

Análise profunda do consumo em valores 

Ao considerarmos os valores na categoria geral, englobando móveis e colchões, observamos um recuo de 3,3% em comparação com o ano anterior. Essa diminuição é refletida tanto nos móveis, que registraram uma variação negativa de 3,5%, quanto nos colchões, que apresentaram uma retração de 2,5% individualmente.

Em termos de participação no total por segmento, o consumo aparente de móveis deteve uma fatia considerável, respondendo por 84,6% do valor total indicado em 2022. Em contraste, o consumo de colchões representou 15,4% dessa parcela no mesmo período.

Analisando o panorama mais amplo no período de 2018 a 2022, notamos uma expansão de 12,2% no consumo total dos dois segmentos. Essa evolução foi liderada principalmente pelos colchões, que apresentaram um crescimento expressivo de 25,2%, enquanto os móveis registraram um aumento sólido de 10,2%.

Evolução dos investimentos em importação para o setor

No último ano, os investimentos no setor de móveis e colchões totalizaram aproximadamente R$ 1,2 bilhão. Portanto, refletindo uma queda de 6,8% em relação ao montante empregado em 2021. Ao desagregar essa avaliação, observamos uma redução de 6,9% nos investimentos no segmento de móveis e uma variação negativa de 6,0% em colchões. Notavelmente, a categoria de móveis absorveu a maior parte dos investimentos em 2022, representando 95,4% do valor total, enquanto os colchões receberam 4,6% do investimento total no setor.

investimentos no setor moveleiro

Renovação de maquinários

A importação de máquinas e equipamentos surge como uma oportunidade para as empresas renovarem seus parques fabris e modernizarem a produção da indústria. De acordo com a tabela abaixo, as importações de máquinas destinadas à fabricação de móveis e colchões experimentaram um notável crescimento de 31,5% entre 2021 e 2022. 

O segmento que mais se destacou no último ano foi o de “outras máquinas”, refletindo uma impressionante variação positiva de 308,8%, seguido por máquinas e ferramentas para madeira, que apresentaram um aumento de 44,2%. Em contrapartida, as máquinas para arquear ou reunir registraram uma redução de 45,2%. Enquanto as máquinas para furar ou escatelar, acompanhando a mesma tendência, diminuíram em 30,6%. 

Ao longo dos cinco anos analisados, as importações de máquinas e equipamentos demonstraram um crescimento significativo de 70,0%. É importante ressaltar que apenas alguns segmentos apresentaram expansão quando considerado o período total, sendo que a categoria de “outras máquinas” registrou a maior taxa de aumento do grupo, alcançando 245,4% de crescimento ao comparar 2022 com 2018. 

Esses dados evidenciam não apenas uma busca por inovação no setor, mas também a adoção de tecnologias mais avançadas para aprimorar a eficiência e a qualidade na produção de móveis e colchões.

Importação de máquinas

Para saber sobre as exportações e importações do mercado brasileiro de móveis no cenário mundial, leia:

Para desvendar os rumos do setor moveleiro leia a matéria e assista a entrevista com Marcelo Prado para o Vitrine Setor Moveleiro, no canal do YouTube, no link a seguir:

 

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