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Balanço 2022: com produção em queda, emprego também recuou na indústria de móveis e colchões no ano passado

Balanço 2022 - com produção em queda, emprego também recuou na indústria de móveis e colchões no ano passado

Como já divulgamos AQUI, a produção brasileira de móveis e colchões caiu 16,2% em volume no acumulado de 2022 frente ao ano anterior. 

Para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), o recuo se justifica em parte pela demanda aquecida por mobiliário e itens para casa em 2021. Comportamento motivado, especialmente, pelo isolamento social e a necessidade de adequações no ambiente doméstico para receber o home office e o ensino remoto, estimulando a produção e as vendas do setor no período. 

Tal dinâmica, porém, desacelerou no ano passado, não apenas pelo retorno das atividades presenciais, mas também diante de uma crise no custo de vida do brasileiro. 

Veja a evolução da produção brasileira de móveis e colchões ao longo de 2022:

evolução produção indústria de móveis e colchões 2022

O cenário de produção mais contraída e de menos horas trabalhadas devido aos feriados e férias coletivas, no entanto, é tido como típico para o último mês do ano, segundo a ABIMÓVEL, e se assimila ao de dezembro de 2021.

No ano, ou seja, de janeiro a dezembro de 2022, estima-se que tenham sido produzidas em torno de 371,6 milhões de peças de móveis e colchões pela indústria brasileira.

O preço médio da produção de móveis e colchões apresentou retração de 1,16% na comparação com 2021. Chegando a dezembro de 2022 na média de R$ 189,47 por peça.

Os dados são da “Conjuntura de Móveis”, estudo da ABIMÓVEL desenvolvido em parceria com o IEMI.

Para além do volume produzido, porém, como ficaram  as exportações, o faturamento, o emprego e os investimentos no setor?

Comecemos pelo consumo interno, que experimentou uma queda expressiva de 15,9% em 2022 ante o ano de 2021.

Deste total, a participação de importados no consumo aparente ficou em 2,9% ao longo do ano passado. As importações, aliás, movimentaram cerca de US$ 191,9 milhões. Resultado aproximadamente 26,8% inferior ao de 2021, quando foram importados o montante de US$ 262,4 milhões pelo setor. 

Já as exportações de móveis e colchões brasileiros movimentaram um valor superior a US$ 830,7 milhões em 2022. O resultado é cerca de 11,4% inferior ao exportado pelo setor no acumulado do ano anterior, em receita. Isso, porém, frente a uma base de comparação bastante elevada em 2021, quando a indústria moveleira nacional registrou um desempenho histórico na atividade, movimentando cerca de US$ 938 milhões em faturamento com as exportações – clique para ler mais sobre o assunto

Dessa forma, apesar da queda nas exportações, a Balança Comercial no setor de móveis permaneceu favorável em 2022, acumulando superávit estimado de US$ 638,8 milhões ao longo do ano (janeiro a dezembro).

Panorama do emprego e dos investimentos na indústria moveleira 

Diante de tais resultados, a indústria moveleira vivenciou no ano passado uma queda de 12,9% na geração de empregos formais na comparação com 2021. A massa salarial sofreu redução de 12,6% no ano, enquanto o número de horas trabalhadas caiu significativos 17,6%.

Por outro lado, a produtividade e a média salarial no setor cresceram 1,7% e 0,3%, respectivamente, ao longo de 2022 em relação a 2021. 

Outro bom indicativo destacado pela “Conjuntura de Móveis” é que os investimentos também vêm crescendo no chão de fábrica. As importações de máquinas para fabricação de móveis apresentaram aumento de 31,5% no acumulado de 2022. 

Crescimento que se manteve em janeiro de 2023: as importações de máquinas tiveram aumento de 129,3% frente a janeiro do ano passado. Quase todos os segmentos apresentaram alta no primeiro mês do ano: 

evolução investimentos indústria de móveis e colchões conjuntura 2022

evolução investimentos indústria de móveis e colchões 2023

Perspectivas para 2023

“Apesar do recuo produtivo no setor ao longo de 2022, espera-se que a produção e as exportações de móveis voltem a crescer em 2023. Os investimentos em tecnologia estão sendo impulsionados pelas indústrias para reduzir custos ao mesmo tempo em que aumentam a capacidade produtiva e a competitividade. Por fim, continuamos trabalhando por políticas públicas que garantam condições mais favoráveis para o crescimento e o fortalecimento de nossa indústria e setor”, reforça o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz. “Temos a certeza de que, por meio do trabalho conjunto entre as indústrias, governo e  entidades, poderemos construir condições para um melhor ambiente de negócios para a indústria brasileira”, finaliza. 

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