Neste mês de março completamos um ano desde o primeiro caso de Coronavírus confirmado no Brasil. E, olha, muita coisa aconteceu nesse tempo. A pandemia deu um duro golpe em nossas vidas, tirou-nos muito e transformou outras tantas, inclusive nossos hábitos diários. É sempre sensível falar sobre o assunto, mas se há algo que aprendemos é que temos de nos reinventar. O que se aplica também aos negócios, especialmente com a popularização do e-commerce. Afinal, num período tão sensível, inclusive para a economia, o que não podemos é parar, sempre com foco em manter os níveis de emprego, de renda e consumo em alta em nosso País e no mundo.
Pensando em como colaborar para esse novo momento, justamente no primeiro ano de uma nova década, separamos algumas tendências do varejo on-line que estarão presentes com uma frequência cada vez maior nas relações de compra e venda a partir de agora.
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E-commerce: Lojas virtuais interativas
Com as severas restrições impostas ao mercado físico, a interatividade das compras on-line ganharam destaque durante a pandemia. O consumidor tradicional busca agora maior veracidade e interação com seus produtos dentro de um universo virtual. Destaque para o aplicativo para celular da Mobly, que permite a simulação 3D de móveis em sua sala antes mesmo do momento da compra. Outro case de sucesso é o da Nike, que lançou um “provador virtual”, que permite a prova de tênis sem que você saia de casa. Tais funcionalidades, antes secundárias para empresas, hoje representam a continuidade do negócio e a exploração de novos nichos de mercado.
Pesquisa por voz
De acordo com a pesquisa Panorama Mobile Time feita pela Opinion Box, 64% dos consumidores brasileiros já utilizaram o recurso para pesquisa por voz presente em seus smartphones. Um dos principais softwares que desempenham a função de assistente virtual é o Google Assistant, e seu aperfeiçoamento transcende o entendimento das palavras, visando o entendimento do modelo mental do próprio usuário. Sendo assim, torna-se totalmente adaptável e pessoal.
Pelo ponto de vista do lojista, ferramentas de voz nos sites tendem a receber uma maior aceitabilidade do público. Consequentemente, podem melhorar as possibilidades de venda. De acordo com pesquisa realizada pela Adobe Analytics (leia aqui em inglês), mais da metade das empresas entrevistadas acreditam que a conversão de vendas pode aumentar 71% ao ser adaptável com o recurso. Por fim, com a popularização da Alexa (Amazon) e da Siri (Apple), proporcionar tal recurso nos sites tornou-se algo esperado, mas que pode gerar uma experiência muito positiva e dinâmica ao usuário. Convertendo-se, então, em valor agregado à marca.
Chatbots
O chatbot é considerado um mecanismo auxiliar de vendas. Ele atua a partir de um software de computador que imita a conversação de um atendente humano. O Bot, então, é programado a partir de uma rede neural similar ao cérebro e aprende enquanto interage com os usuários. Dessa forma, o consumidor pode ser atendido em um curto espaço de tempo, além de sanar dúvidas referentes a produtos, entrega, qualidade e pagamento. Assim, quanto mais o bot é acionado, mais precisamente ele responde a perguntas feitas referentes aos produtos comercializados e serviços oferecidos.
Atualmente, a criação de tal mecanismo é possível em Whatsapp, Facebook, Telegram, sistemas de callcenter e lojas virtuais. Entre as vantagens de utilizar tal tecnologia está a redução de custos operacionais, desoneração de atendentes de dúvidas e trabalhos repetitivos, ampliação do engajamento com o público-alvo e captação de potenciais clientes etc. Com tudo isso, os chatbots são ferramentas preciosas nas mãos dos lojistas. Que podem aprimorar ainda mais a jornada do cliente a partir das dúvidas mais frequentes respondidas pelo software.
E-commerce com pagamento via PIX
O pagamento instantâneo do Banco Central deve ganhar ainda mais destaque no ano de 2021, visto que o recebimento de maneira imediata impacta diretamente no processo de envio de mercadorias. Afinal, quanto mais rápida a confirmação de pagamento, tão logo o produto poderá ser despachado ao seu destino final.
Além disso, benefícios em campanhas de vendas podem aumentar a popularidade do PIX. Tais como o oferecimento de descontos e preços exclusivos para optantes da modalidade, além de uma melhor gestão do estoque e fluxo de caixa por parte do lojista. Para que a modalidade esteja disponível nas lojas on-line, então, é preciso baixar um API (integrador) fornecido pelo Bacen e que já está disponível nas maiores plataformas de e-commerce do mercado.
Social Commerce e Live Commerce
O Instagram permite a seus usuários a ferramenta de tag de preços em postagens. O objetivo é não ser apenas um aplicativo de “álbum de fotos”, mas uma ferramenta auxiliar no processo de vendas de produtos e serviços. O Tik Tok também já possui tal funcionalidade, que permite que seus criadores de conteúdo também monetizem por meio de vendas na plataforma. Segundo a Blazon Online, essa ferramenta tende a crescer 34% em 2021.
Por outro lado, o Live Commerce já é uma prática que ganhou força inicialmente na China, por conta das restrições ao mercado físico, e apresenta serviços e produtos em streamings com o objetivo de gerar vendas. Nas lives são abordadas as funcionalidades dos produtos, além de descontos e cupons exclusivos para a compra dos itens durante a sessão. Tal mercado já movimenta mais de US$ 60 bilhões e atinge mais de meio bilhão de pessoas, como aponta pesquisa da Forbes.