Um olhar sobre a compra de móveis durante o isolamento social

Fechamos o artigo de ontem com a questão: Quais foram os tipos de móveis mais comprados durante o último ano? Bem, hoje tentaremos desvendar um pouco mais das mudanças promovidas pelo isolamento social na compra de móveis. Para isso, então, considerando como base a Pesquisa 2 | 2020, realizada pela Fundação de Dados em parceria com a Eucatex. Para o estudo, foram entrevistados 1.038 consumidores e consumidoras das classes A/B/C, em 13 Unidades Federativas, que tinham intenção de realizar obras ou reformas em seus lares no ano de 2021. Destes, 36,8% aproveitaram o período de isolamento social para comprar móveis.

No recorte por classe social, somente considerando entrevistados da classe A, o número sobe para 53,6%; somente da classe B, para 49,3%; e, unicamente da classe C, cai para 29,8%.

Newton Guimarães - Fundação de Dados - Eucatex - Tendências de Consumo - Comportamento do Consumidor - Móveis mais vendidos - Compra de Móveis - Ambientes- Setor Moveleiro - Varejo de Móveis

É possível, assim, perceber que mais da metade dos consumidores de maior poder aquisitivo compraram móveis durante a quarentena, considerando março a novembro. Enquanto isso, esse número foi inferior a um terço dos consumidores de menor poder aquisitivo.

Se já houve ruptura no fornecimento dos produtos com esse perfil de consumo, imaginem o que poderia ocorrer se também mais da metade desses últimos consumidores comprassem móveis.

Ambientes mais contemplados com a compra de móveis novos

Do total de entrevistados que compraram móveis, 50,7% os compraram para o quarto, com destaques, então, nas classes A/C. Quando falamos em cozinha ou copa, o número vai para 42,5%, com destaque na classe C. Já 41% os compraram para salas de estar, jantar, entre outras, ressaltando-se a classe B. E apenas para ficarmos nos quatro principais tipos de ambientes, 25,8% os compraram para home office / escritório (ambiente para trabalhar ou estudar), com destaque para a classe A,. Veja no gráfico abaixo.

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Somente por esses dados, podemos provocar alguns insights comportamentais por classes sociais: os consumidores das classes A e C privilegiaram móveis para seus ambientes mais íntimos; da classe B, para uma maior convivência familiar nas salas; já os da classe C, na cozinha / copa.

Também é possível notar que os investimentos em móveis para o home office foram proporcionais ao poder aquisitivo. Ou seja, quanto maior o poder de compra, mais móveis foram comprados para os locais de trabalho e estudo no lar.

Tipos de móveis mais comprados por ambientes

Ainda considerando os quatro principais ambientes contemplados com móveis novos, quando falamos nos quartos, os cinco tipos mais comprados foram: guarda-roupa, cama, cômoda, mesa de cabeceira e dormitório de casal.

Já para a copa / cozinha, foram: móvel de cozinha (armários), mesa de copa, móvel multiuso para micro-ondas, cadeiras de copa, móvel multiuso para frutas.

Para as salas, vemos: sofá, painel de TV, rack, cadeiras e sala de jantar. Por fim, para ambiente de home office / escritório: cadeira de escritório, mesa de escritório, escrivaninha, mesa para computador e/ou game e estante. Confira a seguir.

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‘Deixar o lar’

Mesmo após a flexibilização das medidas sociais, o “deixar o lar” não deverá ser imediato. Pelo contrário, ocorrerá gradativamente, paralelamente ao avanço da imunização da população. Nesse intervalo de tempo, então, caberá às indústrias e varejistas continuamente se adaptarem aos novos perfis de compra de móveis e itens para o lar. Dessa forma, pesquisando e entendendo os insights comportamentais para fabricação e oferta de móveis aderentes à demanda.

De qualquer maneira, podemos já fornecer uma pista! Essa mesma pesquisa indicou que um em cada cinco consumidores ficará mais em casa do que antes da pandemia, mesmo com o fim do isolamento social e a reabertura da economia.

De fato, muitas alterações comportamentais ocorrerão e, talvez, a melhor delas para o setor moveleiro – e demais segmentos de produtos para o lar – seja justamente essa: uma profunda valorização da casa. Estejamos munidos com o melhor que tivermos a oferecer!

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