Com duas altas consecutivas — maio e junho —, o Índice de Confiança do Comércio (Icom), medido pelo FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas), chega ao maior nível em dez meses. Recuperando, dessa forma, as perdas da passagem do ano.
O índice avançou 4,6 pontos em junho de 2022, ao passar de 93,3 para 97,9 pontos, maior nível desde agosto de 2021 (100,9 pontos). Em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 3,7 pontos, o quarto resultado positivo consecutivo.
Desempenhos abaixo disso indicam desconfiança com os negócios.
“A confiança do comércio engatou a segunda alta consecutiva no final da primeira metade do ano. A melhora ocorre nos dois horizontes temporais. Mas em maior intensidade nos indicadores que medem a percepção com o volume de vendas no momento”, explica Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.
O Índice de Situação Atual (ISA-COM) acumula alta de mais de 30 pontos nos últimos quatro meses, recuperando o que foi perdido na desaceleração ocorrida entre o final de 2021 e o início de 2022. Para os próximos meses, porém, ainda é necessária certa cautela. “O grande desafio passa a ser a continuidade desse cenário favorável mesmo com o fim da liberação de recursos extraordinários, ambiente macroeconômico ainda desfavorável e confiança do consumidor em patamar baixo,” avalia Tobler.
Confiança do comércio: situação atual e expectativas
Em junho, a alta foi disseminada em todos os seis principais segmentos da pesquisa. O resultado positivo no mês foi influenciado tanto pelo avanço do Índice de Situação Atual quanto do Índice de Expectativas (IE-COM). O ISA-COM subiu 7,4 pontos, quarto resultado positivo consecutivo, chegando a 108,5 pontos, maior valor desde julho de 2021 (108,7 pontos). Já o IE-COM avançou 1,8 ponto, atingindo 87,5 pontos.
A pesquisa destaca que, neste período, as expectativas positivas foram puxadas, em especial, pelas percepções do empresariado sobre o momento presente.
Resultado trimestral
Com o resultado positivo dos últimos meses, a confiança do comércio encerra o segundo trimestre em alta. Apesar da alta nos últimos dois meses ter ocorrido tanto no ISA-COM quanto no IE-COM, foram as percepções sobre o momento presente que puxaram o resultado favorável desse trimestre.
Vale ressaltar que o ISA-COM vinha passando por uma fase de queda contínua no final de 2021 até o início de 2022, e na virada do primeiro para o segundo trimestre engatou uma sequência de altas positivas, voltando ao patamar do meio do ano passado.
E para o empresariado no setor moveleiro? Como está a atual percepção de confiança na indústria e no varejo?