Conjuntura de móveis: Como anda o comércio externo?

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Dando continuidade ao nosso overview 2020, trazemos agora dados indústria moveleira no Brasil, com um especial foco no comércio externo. Expondo dados dos últimos meses de setembro e outubro, o novo relatório divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) em colaboração com o IEMI – Inteligência de Mercado aponta que o consumo aparente de móveis prontos e colchões foi de 41 milhões de peças no nono mês do ano.

Tal resultado representa um aumento de 0,1% em relação ao mês anterior e queda de 11,7% no acumulado do ano. Além disso, no acumulado dos últimos doze meses observou-se queda de 7,9%. Desses números, a participação dos móveis importados no Brasil sobre o consumo interno aparente foi de 2,8%. Já a participação dos móveis exportados sobre a produção ficou em 7,3%, resultado superior quando comparado com agosto de 2020, cuja participação havia sido de 7%.

 

Comércio externo de móveis no Brasil

Aliás, as exportações de móveis brasileiros somaram US$ 60,4 milhões em setembro  — queda de 0,2% em relação ao mês anterior. Enquanto as importações, por sua vez, apresentaram alta de 42,5%, atingindo US$ 17,8 milhões. O saldo da balança comercial no mês foi positivo em US$ 42,7 milhões.

Em outubro, porém, as exportações voltaram a ter alta de 8,8% em relação ao mês anterior, totalizando US$ 65,8 milhões. As importações também apresentaram aumento de 1,1%, ficando em aproximadamente US$ 18 milhões. O saldo da balança comercial no mês continuou positivo, dessa vez em US$ 47,8 milhões.

Comércio externo: Países de destino das exportações

Aprofundando-nos no detalhamento do comércio externo no Brasil, as exportações do setor moveleiro somaram US$ 487,6 milhões no acumulado de janeiro a outubro de 2020. Resultado que representa recuo de 8,1% em comparação com o mesmo período de 2019.

Desse total, destacam-se as exportações de móveis para os Estados Unidos, com participação de 40,4% dos valores exportados e com um aumento de 7,2% em relação a 2019. Em segundo lugar aparece o Reino Unido, com 8,8% de participação e queda de 20,4% em termos de valores exportados frente ao registrado no ano de 2019. O Uruguai, em terceiro, representa 7,4% do total exportado, com queda de 8,8%.

Países de origem das importações

No acumulado de janeiro a outubro de 2020, o Brasil importou US$ 143,1 milhões em móveis, queda de 18,6% sobre o mesmo período do ano anterior. Em termos de participação, a China foi origem de 76,4% das importações totais realizadas pelo Brasil no período. Na sequência aparecem Itália, com 5,3%; e Estados Unidos, com 3,1%.

Em termos de crescimento do valor importado, boa parte dos países apresentaram queda no montante enviado ao Brasil quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Espanha, Coréia do Sul e Israel foram os únicos países que apresentaram crescimento no período. No lado negativo, a Alemanha registrou a maior queda como origem das importações brasileiras.

Conjuntura do setor de móveis: Produção e consumo

Como referência, o relatório também revela um volume de 43 milhões de peças produzidas no nono mês do ano. Apesar do setor manter seus números positivos, tal indicador demonstra um recuo produtivo de 0,3% sobre o mês anterior. No acumulado no ano, observou-se queda de 8,4% na produção moveleira. Enquanto no acumulado dos últimos 12 meses o decréscimo foi de 5,8%.

Como já explicamos por aqui, porém, a desaceleração do setor nos últimos dois meses não reflete, necessariamente, um fator negativo. Afinal, após quedas severas entre março e abril, era de se esperar que as altas também fossem intensas nos meses diretamente seguintes e voltassem a se estabilizar nos próximos trimestres. Com os índices de setembro e outubro demonstrando que a retomada moveleira ainda segue em curso.

A critério de comparação, na indústria de transformação como um todo, a produção apresentou aumento de 2,2% em setembro de 2020. Já no acumulado no ano houve queda de 7,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A situação também reflete o sobe e desce dos níveis de exportação de móveis prontos, que sofreu queda no período de maior aquecimento interno, com a indústria local tendo dificuldades para abastecer até mesmo ao mercado interno.

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