Conjuntura indústria moveleira em 2020

A indústria moveleira fechou 2020 com queda de 3,9% em relação a 2019. “Uma recuperação surpreendente ao relembrarmos o panorama entre os meses de março e maio do ano passado. Salientando que só em abril, a queda foi de 63,8% na comparação com igual mês em 2019”, avalia a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL) em análise compartilhada com a imprensa e associados. De fato, o consolidado do ano, reforça mais uma vez a resiliência e a força da indústria moveleira nacional, que se destacou positivamente em meio à crise global.

Dado extraído da mais recente “Conjuntura de Móveis”, relatório publicado pela entidade em parceria com o IEMI – Inteligência de mercado, o estudo demonstra uma queda de 13,7% no volume de peças produzidas (38,3 milhões) em dezembro em relação a novembro do ano passado. Segundo a associação, o declínio nos últimos meses do ano justifica-se, entre outros fatores, pela escassez e alta no preço de matérias-primas, além da típica baixa na demanda produtiva nos últimos meses do ano. Ainda assim, o número de pedidos mostrou-se satisfatório para o período, demonstrando que o setor ainda tem muito para crescer em 2021.

CRESCIMENTO PRODUÇÃO INDUSTRIAL DE MÓVEIS EM VOLUME DE PEÇAS - ABIMÓVEL - IEMI - CONJUNTURA

A fim de comparação, a produção da indústria de transformação no geral teve queda de 9,5% também no comparativo novembro-dezembro de 2020. O que representou, então, recuo de 4,6% frente a igual período em 2019.

Conjuntura indústria moveleira: Consumo aparente, comércio exterior e investimentos

O consumo aparente de móveis e colchões no Brasil foi, assim, de 37,6 milhões de peças em dezembro de 2020. Número que simboliza recuo tanto em relação ao mês anterior (-14,9%) quanto em comparação ao acumulado do ano (-4,4%). A participação de produtos importados sobre o consumo interno nacional, por sua vez, foi de 3,2% no último mês do ano passado.

Por falar no comércio externo, em dezembro de 2020, as exportações de móveis e colchões atingiram US$ 73,1 milhões. O que representa avanço de 8,2% frente ao resultado de novembro. Já em janeiro de 2021, essas exportações recuaram 33,8%, resultando no montante de US$ 48,3 milhões, comparado com o mês anterior.

Em relação às importações, aliás, o Brasil importou cerca de US$ 22,5 milhões em móveis, colchões e componentes para móveis em dezembro de 2020. Resultado que representa um recuo de 20,2% na comparação com o mês anterior. Em janeiro deste ano, porém, as importações avançaram 1,7% na comparação com dezembro, atingindo o montante de US$ 22,9 milhões. Indicando, assim, uma possível leve recuperação da produção e do número de pedidos já no início de 2021.

Ainda nesse sentido, em critério de investimentos para evolução da produtividade, as importações de máquinas para fabricação de móveis apresentaram recuo de 20,9% em janeiro de 2021, em relação a janeiro de 2020. No entanto, destacam-se dois segmentos que apresentaram avanço expressivo nesse período, são eles: Máquinas e ferramentas para madeira, com evolução de 285,1%; e também a categoria “outras máquinas”, com salto de 64,5% no mesmo período. Questões que validam a perspectiva de crescimento no setor, especialmente entre móveis de madeira.

IMPORTAÇÃO DE MÁQUINAS INDÚSTRIA DE MÓVEIS - CONJUNTURA DE MÓVEIS - ABIMÓVEL - IEMI

Vale ressaltar que a intenção de investimento da indústria no geral bateu 58,3 pontos em fevereiro de 2021, segundo o Termômetro da Indústria, ferramenta da CNI – Confederação Nacional das Indústrias. A critério de comparação, a intenção de investimento do industrial em abril do ano passado, ápice das medidas restritivas de isolamento social, era de 36,7 pontos, considerada muito baixa.

INTENÇÃO DE INVESTIMENTO NA INDUSTRIA EM GERAL - SONDAGEM INDUSTRIAL - CNI

BAIXE O RELATÓRIO COMPLETO: CONJUNTURA DE MÓVEIS – FEVEREIRO/2021

Siga-nos nas redes sociais!

Veja também