Com uma sequência de resultados positivos durante o ano, as projeções para o acumulado das exportações brasileiras de móveis e colchões se confirmaram acima dos 50% em 2021. Consolidando-se, assim, como um dos indicadores mais interessantes de serem observados na dinâmica da indústria moveleira nacional neste ano, que, segundo dados preliminares divulgados pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), experimentou leve avanço de cerca de 2,7% no volume produzido no ano passado em comparação a 2020.
Em volume, o salto nas exportações de móveis e colchões foi de 50,2%, entre janeiro e dezembro de 2021 sobre o ano anterior. Já em receita, estima-se um total de US$ 898,77 milhões (FOB) em produtos exportados pelo setor moveleiro nacional no ano passado. Os resultados se aproximam das primeiras projeções divulgadas pela ABIMÓVEL para o fechamento do ano, mas ficaram abaixo do balanço preliminar divulgado em dezembro.
De toda maneira, o salto na participação do móvel brasileiro no mercado global é comemorado pela cadeia produtiva, que se beneficia de uma forma geral com uma indústria mais competitiva a nível global, com o acumulado das exportações entre 2015 e 2021 ultrapassando a linha dos 200%.
Ritmo que, segundo as projeções divulgadas pela ABIMÓVEL, com base em estimativas elaboradas a partir de dados exclusivos dos painéis de pesquisa do IEMI – Inteligência de Mercado, deverá se manter nos próximos dois anos, com expectativa de ainda mais 6,05% e 8,65% de crescimento no número de móveis e colchões a serem exportados em 2022 e 2023, respectivamente.
Perspectivas e possibilidades para a expansão internacional da indústria brasileira de móveis
Os resultados foram divulgados na última semana pela ABIMÓVEL, por meio do “Monitoramento Mensal das Exportações de Móveis”, relatório desenvolvido sob encomenda pelo IEMI como parte das ações de inteligência comercial e competitiva do Projeto Setorial Brazilian Furniture, organizado pela entidade moveleira em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
É importante ressaltar, porém, que embora o Brasil seja o sexto maior produtor mundial de móveis, o País ainda ocupa a 28ª posição no ranking dos maiores exportadores do setor. Panorama que é considerado abaixo do seu real potencial, segundo a ABIMÓVEL, “com campo considerável para o aumento da participação das empresas nacionais, que vêm investindo em tecnologia e inovação nos parques fabris, bem como na agregação de valor e na diversificação de suas linhas de produto”.
Por falar em produtos, aliás, os móveis de madeira são os principais carro-chefes da indústria brasileira no mercado internacional. Na sequência aparecem os estofados, colchões e móveis de metal, respectivamente. Veja a evolução das exportações por categoria no gráfico abaixo:
Principais destinos
Já quando o assunto são os principais destinos do mobiliário brasileiro no exterior, os Estados Unidos, maior economia do mundo, são também o principal mercado importador de móveis brasileiros no planeta. Cerca de 35% das exportações nacionais no setor em 2021, tiveram como destino o país norte-americano, numa relação já próxima, mas com ainda muito campo para expandir.
Segundo o estudo “Do Brasil para o Mundo”, outro relatório desenvolvido com exclusividade para os associados do Projeto Brazilian Furniture, as exportações de móveis e colchões brasileiros para os Estados Unidos contam com um potencial adicional de 30,8%, podendo atingir um patamar de US$ 327,8 milhões nos próximos anos.
Dentre os países com maior potencial de aumento das exportações, seguindo a metodologia ITC (International Trade Center), entende-se, ainda, que os atuais mercados-alvos do Brazilian Furniture somem um potencial de novas exportações estimado num adicional de cerca de US$ 866 milhões. Valor que está associado a uma taxa de crescimento esperada de em média 38% nos fluxos de exportações totais para esses países.
Mercados-alvos
Em 2021 destacou-se também o avanço das exportações para o Chile, que ocupa atualmente a segunda posição entre os principais destinos do mobiliário brasileiro no mercado global, com um crescimento acumulado de 164,4% ao longo de todo o ano passado, e apontando ritmo crescente.
O Reino Unido, que vinha apresentando comportamento instável, fechou o ano na quinta colocação, caindo posições, mas demonstrando números promissores no final do segundo semestre de 2021, com avanço de 25,3% no acumulado entre janeiro e dezembro de 2021 em relação a 2020.
Além das Américas e da Europa, o Oriente Médio é outra região com relevante potencial para a indústria de móveis brasileira. As exportações para a Arábia Saudita acumularam aumento de 289,9% no ano; já os Emirados Árabes Unidos, segundo maior destino dos móveis brasileiros na região, registraram um crescimento de 84% ao longo de 2021.
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