Mercados-alvos da indústria moveleira nacional – Como falamos ontem, as exportações de móveis e colchões brasileiros para o Reino Unido voltaram a demonstrar números promissores no final do primeiro semestre de 2021, apresentando avanço de 60% em junho sobre maio; 44,6% no acumulado até junho deste ano; e 17,4% nos últimos 12 meses. Apontando, assim, um possível processo de recuperação, depois de quedas que colocaram o bloco (formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte) uma posição abaixo no ranking dos principais destinos dos móveis brasileiros no exterior: indo da segunda para a terceira posição, atrás de Estados Unidos e Chile, respectivamente.
Compreendendo o mercado britânico
Para se compreender um pouco mais sobre o mercado britânico — um dos principais mercados-alvos da indústria moveleira nacional —, segundo o levantamento “Reino Unido – Móveis 2021”, publicado pela Agência Brasileira de Promoção de Informações e Investimentos Apex-Brasil e desenvolvido junto à Euromonitor International, as vendas em valor no setor de móveis no Reino Unido (incluindo os quatro países) contabilizaram US$ 19,4 bilhões em 2020. Os móveis para quartos de dormir e as cadeiras, assentos, sofás e poltronas são os tipos de mobiliário mais consumidos por lá.
Devido, entre outras questões, às turbulências que atingiram o mercado imobiliário da região entre 2017 e 2020, porém, as vendas de móveis registraram queda de 0,6% nesse período. Com a demanda resultante sendo majoritariamente atendida pelos fabricantes locais (72%) e menores volumes de importação, que caíram para 28% em 2019.
No entanto, conforme explicam os especialistas da Apex-Brasil e da Euromonitor, a produção local foi fortemente afetada em 2020, pelas medidas de confinamento e pelo fechamento de todas as atividades econômicas não essenciais no Reino Unido. Logo, a dependência em relação às importações aumentou para 40% em 2020, criando espaço para mais fornecedores internacionais preencherem a lacuna deixada pela produção local.
Oportunidades para a indústria brasileira de móveis e colchões no Reino Unido
Apesar das difíceis condições de mercado e da queda em 3,3% das vendas gerais de móveis registradas no ano passado no Reino Unido, assim como vem ocorrendo nas principais economias ao redor do mundo, incluindo a brasileira, o novo olhar para a casa vem ampliando a relação dos consumidores britânicos com a compra de móveis.
Dessa forma, espera-se que o mercado moveleiro do Reino Unido se recupere neste ano, com crescimento médio anual previsto de 1,4% até 2024. As novas oportunidades derivadas dessa tendência positiva abrem espaço para empresas de outros mercados satisfazerem a maior demanda.
Outra oportunidade para a indústria de móveis brasileira está nos quesitos qualidade e sustentabilidade. A cadeia moveleira britânica vem buscando a sustentabilidade ecológica de longo prazo do fornecimento à fabricação. Para reduzir o impacto ambiental, fabricantes e distribuidores de móveis vêm adotando soluções ecológicas, utilizando materiais naturais sustentáveis como madeira e materiais reciclados, amplamente disponíveis no Brasil. Estes fatores, além do quesito design integrado à indústria, deverão contribuir para o posicionamento dos exportadores brasileiros neste mercado-alvo.
Os especialistas da Euromonitor International e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos ainda ressaltam que após se retirarem da União Europeia (UE), o Reino Unido ratificou um acordo comercial com o bloco europeu em dezembro de 2020 e pretende assinar acordos também com países terceiros, incluindo o mercado sul-americano. Nesse sentido, o país firmou um acordo com países da Comunidade Andina (Colômbia, Peru e Equador) e no âmbito do “V Diálogo Estratégico Brasil-Reino Unido”, os países concordaram em acelerar os preparativos para um futuro acordo de livre-comércio. Industriais exportadores brasileiros, fiquem atentos às oportunidades.
Análise de oportunidades – Mercados-alvos da indústria moveleira
Tal compilado de informações e análise de oportunidade fazem parte do comunicado da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL) sobre o panorama das exportações brasileiras de móveis e colchões tanto no último mês de julho quanto no fechamento do primeiro semestre de 2021. Leia o primeiro conteúdo com informações gerais: Exportações brasileiras de móveis e colchões avançam 72,1% no 1º semestre.