Com o desemprego voltando a bater níveis recordes no País, a desocupação chegou a 14,6% no terceiro trimestre do ano, encerrado em setembro. Ou seja, mais de 1,3 milhões de brasileiros estão sem emprego. O fim do auxílio emergencial e a nova onda do Coronavírus (que já chegou na Europa e vem tomando corpo no Brasil), levou a consultoria iDados a rever seus números. Eles esperam que o número de desempregados chegue a 17,3% em março do ano que vem. O que demonstra uma tendência de crescimento, desenhando um primeiro trimestre ainda bastante (ou até mais) desafiador.
Em contrapartida, segundo a Agência Brasil, a abertura de empresas cresceu em 0,5% nos últimos oito meses, comparando-se ao mesmo período de 2019. Tal dado vem acompanhado por um recuo no fechamento de negócios (que foi um problema no início da pandemia). Bons indicativos, então, inclusive para a produção, mas ainda não fortes o suficiente para reverter a questão do desemprego.
Desemprego pode determinar futuro do mercado
E porque estamos trazendo esses dados aqui? O desemprego é de longe o fator mais preocupante ao vislumbrarmos qualquer retomada e manutenção do mercado em 2021. Afinal, se as pessoas têm renda, elas podem gastar. Do contrário, o consumo e, consequentemente, a produção e a economia podem parar — a exemplo do que aconteceu durante o estopim da pandemia no Brasil.
Além disso, com a Black Friday tendo acontecido e o Natal batendo à porta em meio a uma possível falsa sensação de aquecimento econômico — devido ao dinheiro injetado nos últimos meses pelo Governo: o “coronavoucher”, como chamam especialistas de mercado —, a chance de compras parceladas agora, não serem quitadas nos próximos meses, devido a falta de renda, é alta. Causando o aumento dos índices de inadimplência e, consequentemente, da inflação.
Não somos piratas do apocalipse e acreditamos, sim, na estabilização dos números no mesmo patamar pré-pandemia. Mas ressaltamos a importância de se acompanhar aos movimentos do mercado, sempre com olho no consumidor.