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Design de móveis: soluções palpáveis para um mercado composto por pessoas reais

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Às vésperas do relançamento da ICFF (Feira Internacional de Móveis Contemporâneos) em Nova York (Estados Unidos) e com outras grandes feiras como o Salone del Mobile.Milano (Itália) e a High Point Market (também nos Estados Unidos) tendo ocorrido nos últimos meses, o mundo volta a falar sobre tendências de design para os próximos anos, com o emergir de novos nomes, símbolos e conceitos. De fato, num mundo em transformação, o design é uma das ferramentas mais importantes e poderosas na reinvenção das formas de se viver, trabalhar e morar. Mas e o agora? O que está sendo feito hoje em termos de design de móveis?

Enquanto os maiores eventos nacionais e internacionais tiveram suas atividades suspensas desde o último ano, marcas e designers trabalharam como nunca na busca de “novas” propostas e soluções. “Novas”, entre aspas, porque muitas delas são, na verdade, velhas conhecidas tanto de fabricantes de móveis quanto dos consumidores, que se antes mal passavam tempo em casa, focando-se, então, na estética perfeita; agora clamam por conforto prático e visual.

As mudanças ocorridas na dinâmica da casa durante a pandemia não são pontuais. Enquanto muitos deverão permanecer em casa mesmo depois de completada a campanha de vacinação, outros simplesmente querem se precaver de surpresas desagradáveis, com um espaço pronto para ser vivido em todas as funções e formas imagináveis sob qualquer situação. Entenda, não estamos falando de tendências, mas, sim, de prognósticos. Sobre como estamos vivendo e o que de fato queremos para nossos lares.

Mas será que sua fábrica está entregando o que os consumidores realmente querem e precisam?

Com mais de 15 anos de experiência em design de interiores e em pesquisas no varejo, a americana Melissa Galt é internacionalmente reconhecida por seus treinamentos de geração de vendas, levantamento de referências e otimização de relacionamentos. A interior design business coach foi convidada pela “Furniture Lighting Decor” para compartilhar, mais do que insights, prognósticos sobre o morar em 2021 e como essas contestações deverão influenciar no design de móveis e de interiores de agora em diante.

Compartilhamos, a seguir, “as ‘coisas’ que os consumidores querem em suas casas em 2021”, de acordo com a especialista em pesquisas de design e varejo. Dica: é mais simples e menos conceitual do que muitas vezes se faz parecer. No entanto, extremamente necessário e urgente!

#1 Uma viagem pela memória

 

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Depois de meses e meses em que sentimos falta até das atividades que menos nos agradavam do lado de fora de nossas casas, é normal que as palavras “memória”, “afeto” e “acolhimento” voltem a perambular o universo do design, especialmente o de móveis.

Segundo Melissa, isso levou a um ressurgimento do design tradicional, com aquela pitada de nostalgia. “Com a incrível incerteza que ainda sentimos, estamos voltando para o que nos faz sentir certos, seguros e bem no passado. Não precisa ser uma casa coberta por memórias e itens antigos, mas pode simplesmente incluir elementos essenciais que dão ao cliente uma sensação de paz e segurança.”

Aquela superfície que lembra as calçadas da sua rua preferida; o tecido que remete a sensação da casa dos avós; o couro da fazenda; as cores daquele destino internacional. Com tanta tecnologia inserida no processo de materiais e acabamentos para móveis é possível reproduzir de forma econômica, sustentável e em larga escala diversas tendências do passado, trazendo um senso de afetividade e acolhimento únicos para o design contemporâneo.

#2 Ouse misturar o clássico e o moderno

 

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“Sinceramente, não faço uma parede de destaque há décadas. Mas elas estão de volta!” Com cada vez mais tipos de revestimentos e de acabamentos disponíveis no mercado, a capacidade de se reinventar os espaços com frequência cresceu muito. O que definitivamente veio a calhar durante o isolamento social, em que o limite do tédio, por sua vez, foi menor do que nunca, exigindo-se adaptações para manter-se a paz em família.

Dessa forma, paredes de destaque — aquelas que ganham cores e formas diferentes, contrastando do restante do ambiente —, bem como biombos e peças de mobiliário que possam agir como separadores de espaço, tais como estantes para livro, voltaram a ganhar força no design de interiores desde o ano passado. Tal apontamento deve ser objeto de atenção dos designers e fabricantes de móveis, que podem inclusive lançar luz a novas soluções para este tipo de necessidade.

“Os consumidores desejam algo divertido, flexível e vivido em termos de cores, padrões e design gráfico. Mas que seja, sobretudo, funcional”, diz Melissa.

#3 Produtos Sustentáveis

 

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A onda de mudanças climáticas só se intensificou durante a pandemia e, parados em casa, os consumidores tornaram-se mais conscientes do que nunca sobre o impacto do morar sobre o planeta. “A demanda por móveis e materiais sustentáveis ​​está crescendo, embarque!”, é enfática a interior design business coach. O que os consumidores desejam em casa é se sentir bem com suas escolhas e o impacto que estão tendo na próxima geração.

Se engana, porém, quem pensa que é obrigatório escolher entre investir numa produção ambientalmente adequada e sustentável ou ter bons resultados financeiros. Pelo contrário, cuidar do meio ambiente, ter responsabilidade social e adotar melhores práticas de governança são, na verdade, fatores que ajudam no balanço das empresas. Entenda, não é à toa que termos como ESG (environmental, social and corporate governance) tenham se tornado tão populares nos últimos tempos. Atualize-se!

#4 Sentir-se ao ar livre o ano todo

 

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A post shared by POLIFORM SA (@poliformsa)

Nos últimos tempos, por vezes a única saída de casa foi a ida até nosso próprio quintal ou varanda. Isso, se tivermos algum deles. O que os consumidores desejam é um lugar para desfrutar de uma mudança de cenário sem realmente sair de casa. Como um espaço para melhorar o humor, mesmo que seja aquele cantinho sob a janela.

As madeiras, texturas e fibras naturais aliadas a tons de verde ou terrosos, certamente ajudam a construir esse clima de aconchego. Mas não é só isso. Queremos nos reconectar física e emocionalmente não só com a natureza, mas também com as ruas, com o mundo lá fora. Esse sentimento traz uma nova perspectiva sobre texturas, objetos e símbolos que antes passavam despercebidos. Em nossa constante rotina digital, passamos a valorizar cada vez mais o toque e as sensações proporcionadas pelas superfícies.

O que, mais uma vez, pode ser respondido pelo design de móveis e de interiores ao se utilizar superfícies, acabamentos e formas que remetem à areia da praia, ao concreto do centro, às árvores do parque e às curvas das estradas. Tudo é referência!

#5 Materiais de alto desempenho e baixa manutenção

 

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A post shared by Modalle Móveis (@modalle_moveis)

Falando no toque, nunca houve tanta tecnologia e pesquisa sobre tecidos e matérias-primas para a fabricação de móveis. Com as demandas de trabalho remoto e educação à distância, o tempo é cada vez mais escasso para manter e limpar nossas casas. Ou seja, design prático já! E o que queremos dizer com isso? Formas e materiais simples de se limpar, que não exijam grande manutenção e que tenham durabilidade. Simples e objetivo!

#6 Soluções para uma casa saudável

 

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A post shared by Kartell Official (@kartell_official)

Nós falamos sobre a preocupação com o meio ambiente e também sobre uma vida mais prática nos espaços residenciais. Mas e o nosso interior? Sim, os móveis também têm a ver com nossa saúde física! De tintas livres de compostos químicos agressivos a materiais orgânicos, os consumidores estão cada vez mais atentos ao que compram e na origem dos materiais que compõem esses produtos.

Dessa forma, além de garantir processos limpos e sustentáveis dentro da sua fábrica, é imprescindível também contar com fornecedores e com um sistema logístico que compartilhe dos mesmos valores, não colocando nem o bem-estar do planeta tampouco a saúde das famílias em risco. Valor agregado é muito mais do que os olhos podem ver. “O que todos querem é uma casa saudável e feliz”, completa Melissa Galt.

Para além das tendências, prognósticos para o design de móveis a partir de 2021

Da concepção à fabricação e entrega dos móveis, os atores da cadeia moveleira têm, portanto, um impacto profundo no conforto, no estilo, na saúde e no bem-estar das pessoas. Sobretudo agora, em que nos reinventamos enquanto sociedade. Saber o que as pessoas desejam neste momento, oferece à sua marca uma vantagem competitiva no atendimento das demandas atuais, agregando-se um design que atenda aos interesses e necessidades reais, não apenas a conceitos e simbolismos expostos como itens de arte. Estamos falando da vida real.

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