À medida que o ano de 2024 chega, uma tendência se destaca na indústria moveleira: o design orgânico. Essa abordagem inovadora, ao contrário do que muitos pensam, não se limita apenas à estética visual, mas também lança luz sobre os padrões de comportamento dos consumidores, desvendando suas preferências mais profundas e conectando-se de maneira mais significativa com suas emoções e estilos de vida. Na matéria abaixo, você vai conhecer a tendência e, também, compreender o que o conceito tem a dizer sobre as mudanças de comportamento e de preferências dos consumidores. Boa leitura!
Em um cenário no qual a estética se entrelaça com a funcionalidade, o setor moveleiro é palco de uma evolução constante.
À medida que os consumidores se despedem das convencionalidades do passado, são impulsionados por uma busca incessante por designs que não apenas preencham espaços, mas também contem histórias.
É nesse contexto que emerge uma das principais tendências de 2024 para a indústria moveleira: o design orgânico, considerado uma revolução estilística que vai além das linhas retas e que abraça a fluidez, inspirada pela natureza e pelos elementos orgânicos.
As fronteiras entre arte e utilidade se dissipam, criando peças que não são apenas móveis, mas expressões vívidas do modo como os consumidores vivem e interagem em seus espaços cotidianos.

Nesta matéria, que irá lhe apresentar os conceitos de responsabilidade social e ambiental e os impactos nas marcas da indústria moveleira, você vai conferir:
- O que é o design orgânico?
- O que o design orgânico diz sobre o comportamento dos consumidores?
- Qual é a relação entre o design orgânico e a questão da sustentabilidade?
- Além do design orgânico, quais são as tendências moveleiras para 2024?
O que é o design orgânico?
O design orgânico é considerado mais do que uma questão estética, uma vez que abrange uma filosofia que abraça a imprevisibilidade, a fluidez e a harmonia encontradas na natureza.
Enquanto as linhas retas e simetrias caracterizavam a estética tradicional, o design orgânico transcende essas limitações ao buscar inspiração nas formas naturais e orgânicas.
Moldado por curvas suaves, assimetrias calculadas e materiais eco-friendly, o mobiliário de design orgânico pressupõe uma sensação de movimento e vitalidade, o que desafia a rigidez convencional e proporciona uma experiência sensorial.

Demandas contemporâneas
No contexto do setor moveleiro, o conceito surge como uma resposta inovadora às demandas contemporâneas.
A busca por móveis que não apenas preencham um espaço, mas que também contem uma narrativa visualmente cativante, faz com que os designers se voltem para a natureza como fonte inesgotável de inspiração.
“Algumas tendências são relevantes para o design moveleiro neste ano. A consciência ambiental, por exemplo, é uma crescente. Temos cada vez mais pessoas comprometidas com o tema, então a máxima é proporcionar conexão com o meio ambiente”, pontua a consultora industrial Claudia Lens.
A fusão de materiais sustentáveis, linhas fluidas e formas inspiradas na natureza cria peças que transcendem o aspecto funcional, transformando-as em obras de arte praticáveis.
Segundo Lens, os tons neutros não são os únicos protagonistas da tendência. “É importante ressaltar que, além das cores neutras, poderemos encontrar a energia e a vibração em tons mais quentes e exuberantes. Essas diferenças vão trazer o equilíbrio necessário para as peças.”
Esse movimento em direção ao design orgânico não apenas redefine a estética do mobiliário, mas também estabelece uma conexão mais profunda entre o usuário e o ambiente, refletindo a crescente importância do equilíbrio entre o ser humano e a natureza na escolha dos móveis.
No cerne do conceito orgânico está a ideia de que cada peça tem uma história para contar, uma narrativa que vai além da sua utilidade imediata.
Sustentabilidade
Para Paulo Pacheco, especialista em indústria e varejo de móveis e proprietário da empresa Evecom Marketing Estratégico, “cada vez veremos mais materiais e texturas que remetem ao natural, ao sustentável e ao ecologicamente correto. Seja na parte visual, no toque, na durabilidade e na sustentabilidade”.
Isso ressoa poderosamente no setor moveleiro, à medida que os consumidores buscam móveis que não apenas atendam às suas necessidades práticas, mas também comuniquem seus valores e estilos de vida.

O que o design orgânico diz sobre o comportamento dos consumidores?
O design orgânico, ao contrário do que muitos pensam, atua como um reflexo dos valores e desejos em evolução dos consumidores contemporâneos.
Em um mundo onde a consciência ambiental e a busca por uma conexão mais profunda com a natureza se tornam presentes, o conceito surge como uma escolha consciente.
A preferência por materiais sustentáveis e processos eco-friendly ressoa com uma crescente consciência sobre a responsabilidade ambiental, o que posiciona o setor moveleiro como um participante ativo na construção de um futuro mais sustentável.
Além disso, a adoção do design orgânico reflete uma mudança no modo como os consumidores percebem seus espaços. Não são apenas móveis, mas expressões tangíveis de identidade e estilo de vida.

Inspiração na natureza
A busca por uma estética que conte uma história única, muitas vezes inspirada na natureza, indica um desejo crescente por experiências mais significativas e personalizadas.
Pacheco explica que, atualmente, os consumidores têm buscado menos padronização e mais personalização.
“Vivemos um tempo em que as inovações tecnológicas foram aceleradas do período pré-pandemia para cá. Soma-se a isso o acesso à informação em tempo real – o que aconteceu na Europa ficamos sabendo aqui automaticamente, por exemplo -, a expansão horizontal das mídias sociais, chegando a todos o tempo todo. Isso, com certeza, mudou e está mudando os nossos hábitos, rotinas e cultura, chegando no empoderamento dos consumidores que o smartphone trouxe, com tudo na palma da mão (informações, conhecimento, cultura, lazer, serviços e principalmente compras).”
Extensões de quem são
Os consumidores contemporâneos não buscam apenas adquirir mobiliário, mas sim criar ambientes que sirvam como extensões autênticas de quem são, e o design orgânico se posiciona como a linguagem visual que traduz essas aspirações em realidade.
Por fim, o conceito destaca uma mudança na percepção do valor do tempo e da durabilidade. Ao contrário da mentalidade de consumo rápido, os consumidores estão agora mais propensos a investir em peças de qualidade, duradouras e atemporais.
Essa mudança para a durabilidade e a atemporalidade no design não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também reflete um desejo crescente por uma relação mais duradoura com os objetos ao seu redor.

Qual é a relação entre o design orgânico e a questão da sustentabilidade?
A interseção entre o design orgânico e a sustentabilidade no setor moveleiro é considerada essencial para a construção de um futuro mais consciente.
O design orgânico, ao abraçar a inspiração na natureza, naturalmente conduz a escolhas de materiais que são ecologicamente responsáveis.
Muitos designers, por exemplo, optam por utilizar materiais recicláveis, madeira proveniente de fontes sustentáveis e processos de produção que minimizam o impacto ambiental.
Essa abordagem eco-friendly não só atende às crescentes demandas dos consumidores por responsabilidade ambiental, mas também coloca o setor moveleiro na vanguarda de práticas comerciais sustentáveis.
“Estamos em meio a um universo onde temos pessoas mais conectadas com a necessidade de proteção ao meio ambiente. Isso, com certeza, vai gerar cada vez mais a necessidade da indústria ser transparente e valorizar o fato de usar matérias que venham de fontes seguramente renováveis”, ressalta Lens.
Durabilidade e atemporalidade
Além disso, o design orgânico, ao favorecer a durabilidade e a atemporalidade, promove uma abordagem contrária ao descartável.
A ênfase na longevidade das peças de mobiliário não apenas reduz a pegada de carbono ao longo do tempo, mas também desafia a mentalidade descartável que muitas vezes permeia a indústria.
Ao investir em móveis que resistem ao teste do tempo, os consumidores participam ativamente na promoção da sustentabilidade ao minimizar a necessidade de substituições frequentes.

Além do design orgânico, quais são as tendências moveleiras para 2024?
À medida que o setor moveleiro avança em 2024, outras tendências emergem, complementando e diversificando o cenário estilístico.
Personalização
A personalização se torna uma força motriz, ao passo que os consumidores buscam móveis que não apenas atendam às suas necessidades práticas, mas também se alinhem com suas identidades individuais.

Tecnologia
Empresas inovadoras estão explorando a tecnologia para oferecer experiências de compra personalizadas, permitindo que os clientes escolham cores, texturas e designs que verdadeiramente ressoem com suas preferências únicas.
Outra tendência notável é a integração de tecnologia nos móveis, marcando a ascensão dos chamados “móveis inteligentes”.
De mesas com carregadores sem fio embutidos a sofás que se ajustam ergonomicamente, a interseção entre funcionalidade e tecnologia redefine a experiência do usuário.
“A tecnologia continuará a desempenhar papel importante e vai estar presente beneficiando o uso, mas, sem comprometer a estética. A autenticidade do feito à mão, com pegada artesanal vão fazer parte de produtos autênticos e com personalidade, em alguns momentos esse estilo pode aparecer apoiado no design de décadas passadas”, afirma Claudia Lens.
Essa evolução, além de atender à crescente dependência da tecnologia nas rotinas dos consumidores, abre novas possibilidades para a otimização do espaço e o aumento da eficiência, alinhando-se com a busca contínua por soluções práticas e inovadoras no setor moveleiro.