No varejo moveleiro, a dinâmica do comércio está em constante evolução e é impulsionada pelo avanço tecnológico e pelas mudanças nos hábitos de consumo dos clientes. Nesse cenário, surgem duas poderosas ferramentas: e-commerce e marketplace. Ambos oferecem oportunidades únicas para os gestores do setor, mas também apresentam desafios e considerações específicas que devem ser levadas em conta ao decidir qual caminho seguir. Na matéria abaixo, você vai saber mais sobre as duas alternativas, bem como conhecer suas principais características e conferir como escolher a melhor para o seu negócio. Boa leitura!
O setor moveleiro está passando por uma revolução impulsionada pela ascensão do comércio eletrônico e pela proliferação de marketplaces.
Nos últimos anos, a forma como os consumidores pesquisam, compram e interagem com móveis mudou drasticamente.
Com o crescimento exponencial das vendas on-line, os gestores do varejo moveleiro enfrentam o desafio de se adaptar a esse novo cenário competitivo, no qual as fronteiras entre o físico e o digital se tornam cada vez mais tênues.
E-commerce e marketplace
À medida que o e-commerce se estabelece como uma poderosa plataforma de vendas, surgem questões cruciais sobre a melhor estratégia a ser adotada pelos varejistas de móveis.
Por outro lado, os marketplaces emergem como uma alternativa atraente, que oferece visibilidade instantânea e acesso a um vasto público de compradores.
Nesse contexto dinâmico, a decisão sobre qual abordagem seguir se torna essencial para o sucesso a longo prazo das empresas do setor moveleiro.

Nesta matéria, que irá lhe apresentar as duas ferramentas de venda on-line no setor moveleiro e suas principais características, você vai conferir:
- O que é e-commerce?
- O que é marketplace?
- Quais são as principais diferenças entre e-commerce e marketplace?
- Quais são as vantagens e os desafios de vender em e-commerce?
- Como escolher entre e-commerce e marketplace?
- Quais estratégias adotar para vender em e-commerce e marketplace?
O que é e-commerce?
O comércio eletrônico, também chamado de e-commerce, está relacionado à prática de comprar e vender produtos e serviços pela internet.
Essa modalidade de comércio proporciona aos consumidores uma experiência de compra conveniente, que permite que os clientes pesquisem e adquiram produtos sem sair de casa.
Para os varejistas de móveis, o e-commerce oferece a oportunidade de estender sua presença para além das lojas físicas, alcançando uma audiência global e diversificada.

Investimento
Segundo Nikolas Ribas, diretor de operações da E-Digital Fullcommerce, o lançamento de um e-commerce, na maioria dos casos, requer um investimento significativo em desenvolvimento primário sobre a plataforma de vendas, personalizando-a de acordo com a tendência da marca.
“O varejista passa a ter controle total sobre a plataforma, desde a aparência até a funcionalidade, e é responsável por todas as operações, desde a gestão de inventário até o processamento de pagamentos e logística. Ter um e-commerce próprio permite ao varejista construir e gerenciar diretamente sua própria marca, bem como cultivar relacionamentos diretos com os clientes”, destaca.
Nesse contexto, é importante apontar que entrar no mundo do e-commerce requer mais do que simplesmente criar um site de vendas.
Por isso, os varejistas de móveis devem investir em plataformas de comércio eletrônico robustas, que ofereçam uma interface intuitiva, segurança de pagamento e uma experiência de usuário otimizada.
Marketing digital
Ademais, estratégias de marketing digital eficazes são essenciais para atrair tráfego para o site e converter visitantes em clientes.
A logística também desempenha um papel crucial no sucesso do e-commerce, com a necessidade de garantir a entrega rápida e segura dos produtos aos clientes, mantendo ao mesmo tempo a qualidade e a integridade dos móveis durante o transporte.

O que é marketplace?
Por outro lado, os marketplaces são definidos como plataformas on-line que reúnem diversos vendedores e seus produtos em um único local, oferecendo aos consumidores uma ampla variedade de opções de compra.
Para os varejistas de móveis, os marketplaces representam uma oportunidade de alcançar um público vasto e diversificado sem os custos e complexidades associados à criação e manutenção de um site de e-commerce independente.
Ao listar seus produtos em marketplaces estabelecidos, os varejistas podem, por exemplo, aproveitar a infraestrutura existente, incluindo pagamento, logística e serviço ao cliente, o que permite que os gestores se concentrem na produção e no marketing de seus produtos.
“O marketplace, geralmente, dita as regras de operação, incluindo políticas de comissão, apresentação de produtos e termos de serviço. Basicamente, o investimento inicial se resume ao pagamento das comissões de venda, de forma simplória. Pode-se ter maiores gastos adquirindo espaços dentro dos canais, mas isso pode ocorrer em um segundo momento”, explica Ribas.
Desafios dos marketplaces para os varejistas
Nesse cenário, embora os marketplaces ofereçam vantagens consideráveis em termos de exposição e alcance, também apresentam desafios para os varejistas de móveis.
A competição, por exemplo, é acirrada dentro das plataformas, com inúmeros vendedores disputando a atenção dos consumidores.
Além disso, os marketplaces frequentemente impõem taxas e comissões sobre as vendas, reduzindo a margem de lucro dos varejistas.

Quais são as principais diferenças entre e-commerce e marketplace?
Uma das principais diferenças entre o e-commerce e os marketplaces está na propriedade e no controle da plataforma de vendas.
No e-commerce tradicional, os varejistas possuem e administram suas próprias lojas on-line, tendo total autonomia sobre a marca, experiência do usuário e operações de vendas.
Por outro lado, nos marketplaces, os varejistas listam seus produtos em uma plataforma que pertence a terceiros, como Amazon, Mercado Livre ou Walmart, compartilhando o espaço virtual com uma ampla gama de concorrentes e produtos.
Essa distinção fundamental influencia a forma como os varejistas de móveis abordam a estratégia de vendas, a gestão de marca e o relacionamento com os clientes.
Investimento inicial
Wagner Luiz Tokarski, diretor administrativo da E-Digital Fullcommerce, ressalta outro ponto de diferença entre as duas alternativas: o investimento inicial.
“A operação de um e-commerce próprio exige um investimento inicial maior, pois, além de todo o investimento na concepção da loja, ainda terá o investimento em tráfego que serve para atrair os clientes para a sua loja. Já nos marketplaces, esse fluxo de clientes é captado pelo próprio canal e seu anúncio é beneficiado pelas plataformas”, explica.
Visibilidade dos produtos
Outra diferença significativa entre o e-commerce e os marketplaces diz respeito à visibilidade e alcance do público-alvo.
Enquanto os varejistas de móveis que optam pelo e-commerce precisam investir significativamente em marketing digital para atrair tráfego para seu próprio site, os marketplaces oferecem uma vantagem inicial ao fornecer uma base de clientes estabelecida e um ambiente onde os consumidores já estão ativos e procurando por produtos.
“A visibilidade de mercado pode ser um determinante na escolha inicial, já que os marketplaces têm marcas consolidadas e um fluxo orgânico de clientes diariamente, potencializando bastante as lojas. No e-commerce próprio, porém, esse fluxo inicial não existe. Mesmo assim, há a possibilidade de atingir um público específico que talvez os marketplaces não consigam, como, por exemplo, os consumidores interessados em móveis planejados”, pondera Tokarski.

Logística
Por fim, o diretor administrativo da E-Digital Fullcommerce cita a logística como um ponto de diferenciação entre e-commerce e marketplace.
“Alguns marketplaces desenvolveram soluções próprias para atender a demanda de entregas cada vez mais rápidas. O Mercado Livre, por exemplo, se especializou em produtos pequenos com as dimensões exigidas pelos correios e a Magazine Luíza em produtos pesados. Já no e-commerce próprio, as lojas poderão contar com empresas terceiras que fazem ótimas operações de fullfilment, porém, a gestão será exclusivamente sua.”
“Em resumo, a escolha entre um e-commerce próprio e um marketplace depende dos objetivos, recursos e preferências do varejista. Um e-commerce próprio oferece maior controle e flexibilidade, mas também requer mais investimento, risco e esforço para construir e manter. Por outro lado, um marketplace pode fornecer acesso imediato a um público amplo com custos iniciais menores, mas com menos controle sobre a experiência do cliente e a gestão da marca”, pontua Nikolas Ribas.
Quais são as vantagens e os desafios de vender em e-commerce?
Uma das principais vantagens do e-commerce para os varejistas de móveis é a flexibilidade e o controle que oferece sobre a marca e sobre a experiência do cliente.
Ao possuir sua própria plataforma de vendas on-line, os varejistas têm liberdade para personalizar a interface do usuário, criar uma identidade de marca única e desenvolver estratégias de marketing direcionadas.
“A estratégia de marca se destaca no e-commerce. Na operação de uma loja on-line própria, a marca está em destaque e os clientes terão acesso ao seu site, ou seja, a experiência de compra é determinada pelo lojista”, ressalta Tokarski.
Ribas explica que isso acontece, principalmente, porque, com o e-commerce, a loja de móveis tem controle total sobre a experiência do cliente, desde o design do site até a navegação, o processo de compra, a comunicação pós-venda e o fortalecimento da marca de forma consistente.
“Ao operar um e-commerce próprio, a loja tem acesso direto aos dados dos clientes, como informações de contato e ao histórico de compras, o que permite uma comunicação mais direta e personalizada com os clientes, bem como a capacidade de construir relacionamentos mais profundos e duradouros”, pontua.

Construção de relacionamentos diretos com os clientes
Além disso, o e-commerce permite aos varejistas construir relacionamentos diretos com os clientes, coletando dados e feedback que podem ser utilizados para melhorar produtos e serviços e impulsionar a fidelidade do cliente a longo prazo.
“A fidelização e a conquista de novos clientes é algo extremamente importante, que, com certeza será facilitada no e-commerce, pois o canal de atendimento será direto entre a loja e o cliente final, além de ter liberdade em aplicar estratégias específicas para o seu público, sem ficar dependente da estratégia dos marketplaces”, detalha o diretor administrativo.
Outra vantagem significativa do e-commerce é a capacidade de alcançar um público global, sem as limitações geográficas das lojas físicas.
Para os varejistas de móveis, isso significa a oportunidade de expandir para novos mercados e segmentos de clientes, aproveitando o poder da internet para se conectar com consumidores em todo o mundo.

Desafios do e-commerce
No entanto, essa autonomia vem acompanhada de desafios, como a necessidade de investir em tecnologia e infraestrutura robustas, garantir a segurança das transações on-line e atrair tráfego para o site em um mercado altamente competitivo.
“A venda de forma on-line tende a ser mais predatória, pois os grandes players dominam a seleção de busca tanto de forma orgânica quanto paga”, lembra o diretor de operações.
Nesse sentido, conforme aponta Tokarski, o principal desafio é, normalmente, o mesmo de qualquer novo negócio: o desconhecimento sobre o assunto, o que pode acuar o empresário em um primeiro momento.
“Nesse caso, o ideal é sempre buscar auxílio de uma empresa especializada para conseguir encontrar o caminho das pedras e facilitar a entrada no mercado”, recomenda.
“Fora a parte do investimento em tráfego, temos a parte de todo o risco da operação financeira, na qual observamos inúmeros golpes nos últimos tempos, o que gera prejuízo direto aos varejistas optantes pela venda em seu próprio site”, complementa Ribas.
Como escolher entre e-commerce e marketplace?
A escolha entre e-commerce e marketplace depende de uma série de fatores específicos do negócio, incluindo objetivos estratégicos, recursos disponíveis e preferências do cliente.

Personalização
Para os varejistas de móveis que valorizam o controle total sobre a marca e a experiência do cliente, o e-commerce pode ser a opção mais adequada, uma vez que permite a construção de uma plataforma personalizada que reflete a identidade da empresa.
“O critério será exatamente o objetivo estratégico da loja. O importante, nesse caso, é escolher um dos caminhos, ou os dois, pois um não anula o outro, seguir com convicção dentro da sua estratégia e estar sempre de olho no mercado, ele muda constantemente”, argumenta o diretor executivo.
Custos e complexidades do e-commerce e marketplace
No entanto, é importante considerar os custos e as complexidades associados ao desenvolvimento e manutenção de uma loja on-line independente, bem como a necessidade de investir em estratégias de marketing digital para atrair tráfego e converter vendas.
Por outro lado, os varejistas que buscam uma abordagem mais rápida e de baixo custo para expandir sua presença on-line podem optar por listar seus produtos em marketplaces estabelecidos.
Ao fazer isso, eles podem aproveitar a base de clientes existente dessas plataformas, bem como os recursos integrados de pagamento, logística e atendimento ao cliente.
Entretanto, os varejistas devem estar cientes das taxas e comissões associadas à venda em marketplaces, além de considerar como isso pode afetar sua margem de lucro e capacidade de diferenciação em um mercado altamente competitivo.

Quais estratégias adotar para vender em e-commerce e marketplace?
Para os varejistas que optam por investir em e-commerce, é essencial adotar uma abordagem abrangente que inclua não somente a criação de uma plataforma de vendas robusta, mas também a implementação de estratégias de marketing digital eficazes.
Isso pode incluir desde a otimização do site para os motores de busca até a criação de conteúdo relevante e envolvente, o uso de redes sociais para promover produtos e engajar clientes, além da implementação de campanhas de e-mail marketing segmentadas.
De acordo com Ribas, a venda on-line ocorre através de uma máxima sobre três pilares macros: preço do produto, preço do frete e prazo de entrega.
“Em cima desses pilares, como denominamos aqui na E-Digital, existem muitas estratégias para se chegar ao melhor indicador possível. De nada adianta ter o produto mais barato do mercado se esse não é o procurado.”
Capacitação da equipe do varejo
Nesse sentido, o diretor de operações pontua outra estratégia fundamental: a capacitação dos funcionários da loja de móveis.
“Em sua grande maioria, as fábricas moveleiras e as lojas do mesmo segmento estão geograficamente localizadas em regiões com escassez de mão de obra, voltado ao e-commerce. Pode-se parecer fácil colocar um produto no ar e sair vendendo, mas os bastidores de longe são inóspitos, ingratos e complicados”, aponta Ribas.
Ainda nesse contexto, vale ressaltar que oferecer uma experiência de compra personalizada e conveniente, com opções de pagamento flexíveis e um processo de checkout simplificado, pode ajudar a aumentar as taxas de conversão e a fidelidade do cliente.

Diferenciação em e-commerce e marketplace
Já para os varejistas que optam por vender em marketplaces, é fundamental adotar uma estratégia de diferenciação que os destaque da concorrência e atraia a atenção dos consumidores.
Isso pode incluir a criação de listagens de produtos atraentes e informativas, o uso de imagens de alta qualidade e descrições detalhadas, e a obtenção de avaliações positivas dos clientes para construir confiança e credibilidade.
Além disso, aproveitar as ferramentas de publicidade e promoção oferecidas pelos marketplaces pode ajudar os varejistas a aumentar sua visibilidade e impulsionar as vendas.