A produção de móveis e colchões no Brasil alcançou um aumento de 14,7% no acumulado do primeiro trimestre de 2021. O que parece confirmar o bom desempenho do setor neste ano, mais do que recuperando o volume perdido nos primeiros três meses do ano passado. Na ocasião, houve queda de 3,8% na produção moveleira — número puxado, especialmente, pelos resultados do mês de março de 2020 (início das restrições físicas nas fábricas e no comércio, em razão da chegada da primeira onda de Coronavírus ao Brasil).
Já quando falamos da evolução na passagem de fevereiro para março de 2021, o aumento foi de 2,3% em volume. Com a indústria de móveis e colchões atingindo 37 milhões de peças produzidas e voltando a se aproximar do patamar de janeiro deste ano, quando foram produzidas 37,7 milhões de peças (houve queda de 4,5% em volume no mês de fevereiro).
Os resultados fazem parte da “Conjuntura de Móveis”, edição de maio de 2021, desenvolvido pelo IEMI – Inteligência de Mercado para a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, a ABIMÓVEL.
Neste contexto, o consumo aparente de móveis e colchões no Brasil foi de 35,6 milhões de peças em março, de acordo com o relatório. Número que representa estabilidade em relação ao mês anterior e aumento em relação ao acumulado do ano (+13,4%). A participação dos produtos importados sobre o consumo interno nacional, por sua vez, foi de 3,4% no terceiro mês do ano, apontando evolução em relação a fevereiro, quando houve queda de 3,1% frente a janeiro.
Emprego na indústria moveleira nacional
O volume de emprego na indústria moveleira manteve-se estável no período, com aumento de 0,2% em março no comparativo com o mês anterior e de 0,7% no acumulado do ano em relação a 2020. O número de horas trabalhadas, porém, demonstra progressão da atividade industrial, crescendo 3,1% de fevereiro para março e 14% no trimestre. Com isso, a massa salarial também cresceu 1,2%, chegando a R$ 357,7 milhões em março.
Já a produtividade do trabalho recuou em 0,8% em março de 2021, quando comparado com fevereiro do mesmo ano. No entanto, no acumulado dos três primeiros meses, a indústria moveleira registrou crescimento de 0,6%.
Investimentos, importações e exportações
Outros números que continuam em evolução, demonstrando o otimismo do setor industrial com o atual e futuro cenário, ao apontar investimentos no melhoramento dos parques fabris, de acordo com a ABIMÓVEL, são os das importações de máquinas para fabricação de móveis.
No acumulado do primeiro trimestre de 2021 houve aumento de 58,7% em relação ao mesmo período de 2020. Neste sentido, destacam-se dois segmentos que apresentaram avanço expressivo no período, são eles: máquinas para arquear ou reunir, com um impressionante aumento de 691,1%; e máquinas para serrar, com crescimento de 81,6% nas importações.
Por falar em importação, o Brasil importou cerca de US$ 20,8 milhões em móveis e colchões em março de 2021. O que representa uma queda de 13,3% na comparação com o mês anterior. No mês seguinte, em abril, as importações recuaram 25,3% na comparação com março, atingindo o montante de US$ 15,5 milhões.
Já as exportações brasileiras de móveis e colchões continuam crescendo, atingindo US$ 73,7 milhões em março. Isso representa um aumento de 15,6%, frente ao resultado de fevereiro. Em abril de 2021, as exportações de móveis e colchões aumentaram novamente, dessa vez em 13,3%, chegando ao montante de US$ 83,5 milhões. A ABIMÓVEL ainda aponta que, segundo estimativas de mercado, as exportações brasileiras deverão atingir um crescimento superior a 40% em 2021.
Panorama moveleiro por região: produção de móveis e colchões
Entre os principais estados produtores de móveis no Brasil, o volume de produção no Paraná registrou aumento de 9,3% na comparação março-fevereiro 2021. Houve aumento também no acumulado do ano (+8,5%). Descendo para o estado do Rio Grande do Sul, a produção apresentou aumento de 6,2% em relação ao mês anterior e de 23% no acumulado do ano.
Quando o assunto é exportação, no entanto, destacam-se os resultados obtidos pela indústria moveleira de Minas Gerais, em que as exportações de móveis e colchões apresentaram aumento de 32,8%; Rio Grande do Sul, crescimento de 24%; São Paulo, 23,1%; e Santa Catarina, 7%. A indústria moveleira paranaense, porém, experimentou recuo de 0,4% nas exportações em março de 2021.
Em relação às importações, o único aumento entre esses estados foi registrado em São Paulo: 2,2%. As quedas foram acentuadas nas demais regiões: Rio Grande do Sul, -49,5%; Minas Gerais, -34,2%; Paraná, -26,9%; Santa Catarina, -18,3%.
*Com informações da ABIMÓVEL