Estados Unidos são o maior destino dos móveis brasileiros no mundo, com ainda muito campo para expansão

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Depois da participação de 19 empresas brasileiras em ações realizadas durante a High Point Market, feira de móveis que ocorreu em outubro nos Estados Unidos, o Projeto Setorial Brazilian Furniture segue esta semana para Nova York, reunindo cerca de 20 empresas e diversos designers brasileiros por lá, com participações na ICFF (The International Contemporary Furniture Fair), rodadas de negócios e uma mostra exclusiva.

Mas, afinal, por que ganhar visibilidade nos Estados Unidos é tão importante para nossas indústrias e designers? 

Além de serem a maior economia do mundo, os Estados Unidos são também o principal mercado importador de móveis brasileiros no planeta. Sim, em média 35% das atuais exportações nacionais no setor têm como destino o país norte-americano. Numa relação, portanto, já bastante próxima, mas com ainda muito potencial para expandir.

É o que revela o IEMI – Inteligência de Mercado no “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras do Setor Moveleiro – Edição Estados Unidos”. A pesquisa, que complementa o primeiro estudo intitulado “Brasil para o Mundo” — saiba mais — é encomendada pelo Brazilian Furniture, projeto de incremento à competitividade e internacionalização das empresas de móveis brasileiras, liderado pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).

Oportunidades de expansão para os móveis brasileiros nos EUA

No último ano, o Produto Interno Bruto americano foi de US$ 20,9 trilhões. Levando o país a ocupar a 5º posição entre os maiores PIBs per capita. É verdade, porém, que, a exemplo de outras grandes economias no mundo, o PIB dos Estados Unidos sofreu queda de 3,5% em 2020 na comparação com o ano anterior.

Comportamento marcado, sobretudo, pela incerteza em tempos de crise mundial, com o mercado americano registrando, ainda, recuo no investimento empresarial. Situação que pode, em partes, ser justificada também pela guerra comercial com a China, a principal fonte das importações do setor moveleiro americano.

O governo dos EUA vem adotando o protecionismo comercial, especialmente por meio de tarifas sobre as importações de origem chinesa, que, por sua vez, têm impactado a aquisição de materiais e produtos importados pela indústria local. O que, se por um lado preocupa, por outro pode acarretar mais oportunidades de negócios para as empresas brasileiras que exportam  móveis para o país. Nós já falamos sobre o assunto aqui – “Joe Biden assume a presidência dos Estados Unidos: E o Brasil com isso?

Tarifas aduaneiras e Barreiras Não Tarifárias

Os Estados Unidos não aplicam tarifas aduaneiras em boa parte dos produtos que compõem o mix de móveis prontos exportados pelo Brasil. Isto, com exceção dos colchões, o único produto do setor no qual é aplicado a tarifa ad valorem de 3%.

Além do mais, o país não possui nenhuma Barreira Não Tarifária (mais restritivas) para o Brasil. Visto isso, o mercado de móveis norte-americano pode ser considerado, na prática, liberalizado para nossas empresas. Cenário que, sem dúvida, representa um grande estímulo para os exportadores brasileiros do setor. Isto, no sentido de aumentarem sua participação, hoje equivalente a 0,5% das compras totais dos Estados Unidos. Com o Brasil ocupando a 12ª posição no ranking das importações do setor moveleiro americano.

Expansão do mix de oferta e valor agregado

Entre os principais fornecedores de móveis e colchões para os Estados Unidos, o Brasil é o que pratica o menor preço médio nas exportações moveleiras, com um valor 50,3% menor que a média de preço geral e 34% inferior ao praticado pelo Vietnã (segunda maior fonte das importações moveleiras nos EUA).

Com esse indicador de preço é possível concluir que mesmo em face dos bons valores obtidos em algumas linhas de produto, boa parte dos móveis exportados pelo Brasil está fortemente direcionada ao mercado popular de baixo valor agregado. No entanto, nossa indústria e design têm potencial tecnológico e criativo para expandir a participação e atuação por lá.

Geograficamente, os Estados Unidos possuem um território extremamente diversificado devido a sua continentalidade. Em 2020, o país abrigou cerca de 334,7 milhões de habitantes. Características que acompanham a diversidade da indústria e do design brasileiro, que oferecem uma riqueza ímpar de matérias-primas, técnicas e estilos, permitindo com que se agregue cada vez mais valor aos produtos exportados aos EUA. Conquistando, assim, novos segmentos e públicos no país.

Produção e consumo de móveis nos Estados Unidos

Vale ressaltar que a indústria de manufatura moveleira americana sofreu os impactos da pandemia com uma redução também da produção em 10,3% em 2020 comparado a 2019. Ainda no ano passado, aliás, 40,3% do consumo de móveis nos EUA  foi suprido pelas importações.

 

Entre 2010 e 2020, o Brasil exportou US$ 1,4 bilhão em móveis e colchões para os Estados Unidos. Com as exportações brasileiras aumentando 255,4% de forma geral em igual período. No comparativo com 2019, o aumento foi de 11,5%.

Considerando este cenário, é possível concluir que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a curto e médio prazo (3 a 5 anos) de em média US$ 77,2 milhões em suas exportações para o gigante norte-americano. Podendo, assim, atingir um patamar de US$ 327,8 milhões. Isto é, um crescimento de 30,8% nas exportações para os Estados Unidos, sendo relevante a continuidade das ações em andamento, em especial as que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em determinadas categorias.

‘Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras do Setor Moveleiro – Edição Estados Unidos’

A versão completa do estudo está disponível com exclusividade apenas para associados ao Projeto Setorial Brazilian Furniture na área restrita do site: brazilianfurniture.org.br/intranet.

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