Estudo do Brazilian Furniture revela potencial de exportações de móveis para o Reino Unido

Estudo do Brazilian Furniture revela potencial de exportações de móveis para o Reino Unido

Potencial adicional das indústrias brasileiras nas exportações de móveis para o Reino Unido a longo prazo pode atingir um patamar de US$ 85,5 milhões, isto é, um crescimento de 26,2%, segundo estudo

Quinta maior economia do mundo, o Reino Unido recebeu entre 25 de agosto e 07 de setembro de 2022, a Casa Brasil Londres – Think Big, Think Brazil. Embora com o principal objetivo de fortalecer a imagem do Brasil como uma liderança na produção global de alimentos, por meio de práticas sustentáveis, mais de 80 ativações ocorreram durante o evento, que destacou o trabalho e o produto brasileiro em outros variados setores, incluindo o moveleiro.

Realizada pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e entidades setoriais parceiras, como a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), por meio da Embaixada do Brasil em Londres, a Casa Brasil Londres contou com a exposição de 32 peças de mobiliário de marcas participantes do Projeto Setorial Brazilian Furniture, que ambientavam o espaço.

Muito tem se falado sobre o Reino Unido nos últimos tempos. Região que para além de suas peculiaridades culturais e históricas, é também o quinto principal destino do mobiliário brasileiro no exterior, além de ser a quinta maior economia global. 

No ano passado, a região importou cerca de 2 milhões de toneladas em móveis prontos e colchões; montante que reflete um aumento de 16,6% em comparação com o ano anterior. Destes, 32,4 mil toneladas de peças tiveram origem na indústria brasileira; cenário que resultou em alta de 15,9% frente a 2020.

Móveis de madeira para dormitório, produto que detém parcela relevante na pauta brasileira, registrou um aumento de 10,2%. Enquanto que outros móveis de madeira, segundo produto mais relevante da pauta, registraram queda de 20,8%.

Indústria moveleira britânica

Geograficamente, o Reino Unido é composto por quatro países: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Em algumas situações, contudo, o Reino Unido é tratado como um país único, tendo a cidade de Londres como sua capital.

A indústria de móveis britânica possui uma participação substancial na economia do país, que é o quarto maior produtor da Europa, ocupando a 11ª posição mundial. Ao se observar os dados de consumo aparente de móveis da região, no entanto, se faz possível dizer que o país conta com uma elevada abertura comercial no setor moveleiro, visto que 62,2% do consumo interno foi suprido pelo produto estrangeiro entre 2017 e 2021.

Isso porque, entre outras questões, uma parcela relevante da produção britânica de móveis e colchões é orientada para o mercado externo. No ano passado, 20,9% da produção no setor foi exportada.

Os dados são extraídos da versão atualizada do “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Reino Unido”, desenvolvido pelo IEMI – Inteligência de Mercado com exclusividade para os associados do Projeto Brazilian Furniture, de organização da ABIMÓVEL e da ApexBrasil.

Exportações de móveis para o Reino Unido

“A região se mostra um mercado atraente para as grandes e médias empresas que se interessam em atuar no país. Em especial aquelas que sejam detentoras de mais experiência, principalmente por ser um mercado com grande enfrentamento concorrencial”, pontuam os idealizadores do estudo.

Outro fator importante a ser ponderado é que o setor moveleiro britânico vem se preocupando cada vez mais com a utilização de materiais reciclados e matérias-primas naturais sustentáveis, como madeira, revestimentos, couros e outros materiais amplamente disponíveis no Brasil.

O preço também se apresentou como um fator decisivo para 59% dos consumidores britânicos em 2021. Ponto que faz com que a prática de comparação seja um hábito generalizado entre os consumidores. Dentre os principais fornecedores de móveis e colchões para o Reino Unido, o Brasil empregou o segundo menor preço médio.

“Conclui-se que o Brasil conta com um potencial adicional de crescimento a longo prazo no mercado britânico, podendo atingir um patamar de US$ 85,5 milhões, isto é, um crescimento de 26,2% nas exportações para o Reino Unido, com a condicionante de manutenção das ações em andamento, especialmente as que visam a ampliação do mix de oferta, incorporando produtos de maior valor agregado e com design próprio em algumas categorias”, ressalta o estudo.

Atualmente, o Reino Unido é o quarto maior investidor no território brasileiro. Além disso, o país considera o Brasil uma base estratégica com o qual deseja ampliar e aprofundar suas relações bilaterais. Após o Brexit, o Reino Unido está em campanha para estabelecer novos acordos comerciais que substituam os antigos parceiros europeus.

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