Os números das exportações brasileiras de móveis e colchões voltaram a subir em fevereiro de 2023. No segundo mês do ano, foram US$ 49,4 milhões em móveis enviados para fora do país. Valor que simboliza uma alta de 9,6% na exportação, quando comparado com o mês anterior (US$ 45,1 milhões) — relembre os resultados de janeiro AQUI.
Os dados são referentes ao levantamento exclusivo encomendado pela Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (ABIMÓVEL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) por meio do IEMI – Inteligência de Mercado para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, o qual apresenta relatórios mensais com indicadores da conjuntura interna e externa relacionados à indústria brasileira de móveis.
No relatório de março, referente a fevereiro de 2023, observamos que o volume de peças exportadas correspondeu a 1,3 milhões ao longo do mês, 100 mil unidades a mais que no mês anterior. Dessa forma, representando um crescimento de 8,9% na comparação com janeiro. Ou seja, foram exportadas mais de 2,5 milhões de peças de móveis e colchões no primeiro bimestre de 2023.
De acordo com o presidente da ABIMÓVEL, Irineu Munhoz, este acompanhamento objetiva impulsionar a participação da indústria brasileira de móveis no mercado global, a partir de ações estratégicas para o aumento da exportação. “As exportações brasileiras de móveis vão além da venda de produtos, elas representam a exportação de materiais únicos, de inovação, design, sustentabilidade, estilo de vida e o de uma marca forte que o Brasil tem conquistado no mercado internacional”, afirma.
A soma de US$ 94,6 milhões em valores exportados no primeiro bimestre de 2023, contudo, não foi o bastante para contornar o recuo acumulado no período. Ficando, dessa forma, 27,5% abaixo do desempenho da atividade no primeiro bimestre de 2022. Nos últimos 12 meses, as exportações brasileiras de móveis e colchões acumulam queda de 16,9% em receita.
Brasil exporta mais móveis do que importa
O relatório também aponta que importamos um pouco mais no segundo mês do ano: 871 mil peças em fevereiro contra 817 mil em janeiro. Ainda assim, o movimento não é suficiente para reverter o trajeto favorável da indústria brasileira de móveis no comércio exterior. Com a Balança Comercial do setor no primeiro bimestre de 2023, portanto, continuando positiva (US$ 65,3 milhões).
Mais passos rumo ao incremento às exportações
É importante ressaltar, porém, que embora tenham demonstrado recuperação em fevereiro de 2023 — o que, claro, é bem-vindo —, as exportações brasileiras de móveis e colchões ainda se mostram abaixo dos resultados conquistados no início dos dois últimos anos.
Esse comportamento pode ser atribuído a diversos fatores. Entre eles estão a desestabilização do dólar americano em 2023 e também às dificuldades logísticas enfrentadas durante a pandemia, que culminam agora em falta de contêineres e em aumento nos custos de transporte
Em relação a isso, ressalta-se a importância do constante investimento em infraestrutura e logística para melhoria da competitividade e do ambiente de negócios com vista ao impulsionamento da indústria brasileira no mercado global.
“É fundamental que o setor público e privado trabalhem em uníssono para a criação e ampliação de políticas de incentivo à exportação. Tais como a redução de impostos e a simplificação de processos. Isso, além do incremento produtivo e da qualidade de nossos produtos para que possamos chegar cada vez mais longe”, destaca o presidente da ABIMÓVEL.
Por essa razão, também, o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) acaba de anunciar o aumento do limite de faturamento bruto anual para as empresas participarem do Proex-Financiamento. O limite que antes era de R$ 600 milhões passará para R$ 1,3 bilhão. Dessa forma, permitindo o acesso de mais empresas ao programa.
