Exportações brasileiras para os Estados Unidos: indústria de móveis pode se beneficiar deste movimento
Num momento delicado para o comércio exterior e para as relações internacionais, as trocas de bens entre o Brasil e os Estados Unidos, maior destino das exportações de móveis brasileiros no planeta, registraram novo recorde geral no primeiro semestre de 2022.
Enquanto o país é atualmente responsável por importar cerca de 38% do mobiliário brasileiro destinado ao mercado internacional, de acordo com a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário); o Monitor do Comércio Brasil-EUA, da Amcham Brasil, demonstra que o intercâmbio comercial entre os dois países foi de US$ 42,7 bilhões apenas nos primeiros seis meses de 2022.
O que corresponde a um aumento de 43,2% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Com isso, as exportações brasileiras para os Estados Unidos tiveram um incremento de 31,9% no ano.
Apontando, então, para oportunidades de negócios bastante otimistas também para a indústria moveleira nacional. Apenas por meio do Projeto Brazilian Furniture, de iniciativa da ABIMÓVEL e da ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), 24 empresas brasileiras participaram de rodadas de negócios em Nova York, durante o último mês de maio, prospectando mais de R$ 47,8 milhões em negócios imediatos e previstos para o decorrer do ano. Agora, outras 17 empresas seguem para novas ações em território americano durante a Las Vegas Market, no mês de julho.
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Exportações brasileiras pra os Estados Unidos
Produtos mais importados
É importante mencionar, porém, que os conflitos entre Rússia e Ucrânia vêm impactando diretamente tanto nas relações como nas balanças comerciais ao redor do globo. Em especial, como era de se esperar, na exportação e importação de produtos do setor de energia e combustível.
Como consequência, a procura por esse tipo de produto — tal quais petróleo e derivados, fertilizantes, insumos químicos etc. — provindos de outros países, tem aumentado e beneficiado o Brasil, colocando nosso País em uma relativa vantagem competitiva e estratégica.
Segundo o vice-presidente Executivo da Amcham Brasil, Abrão Neto, “o aumento dos preços internacionais e, em menor medida, da demanda de produtos importantes da pauta bilateral, levaram a valores inéditos nas importações e exportações brasileiras em relação aos Estados Unidos”.
E não só esses produtos que vêm ganhando espaço no mercado americano. Sim, segundo o monitoramento realizado pela Amcham Brasil, 43,7% do total, ou seja, a maior parte das importações americanas foram relacionadas à compra de produtos de energia, como combustíveis, gás natural, carvão, entre outros. No entanto, destaca-se também o desempenho da indústria e do comércio brasileiro nas vendas de carne bovina, madeira trabalhada, produtos siderúrgicos e equipamentos de engenharia civil.
Maior déficit bilateral
Em paralelo, as importações de produtos americanos para o Brasil também aumentaram. Contudo, a diferença entre as importações e exportações entre os países resultou num déficit de US$ 7,4 bilhões para o Brasil.
Entrando, assim, para a história como o maior déficit do Brasil não só com os Estados Unidos, mas com qualquer parceiro comercial em 2022.