Apesar da queda de 30,3% em receita nas exportações de móveis e colchões durante a passagem de dezembro para janeiro — movimentação que já era prevista, ao ser tradicionalmente observada no início de cada ano —, o acumulado do primeiro bimestre de 2022 aponta crescimento próximo a 20% na comparação com igual período em 2021. Dando sequência à evolução significativamente positiva desenhada nos últimos dois anos pela indústria brasileira do setor.
Lançado na última semana pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), o relatório “Conjuntura de Móveis”, desenvolvido sob encomenda pelo IEMI – Inteligência de Mercado, demonstra que a indústria brasileira exportou US$ 61,8 milhões (FOB) no primeiro mês do ano, seguido por avanço de 11,6% em fevereiro, quando exportou U$ 69 milhões (FOB).
Em volume, durante o primeiro bimestre de 2022 foram exportadas mais de 63,5 toneladas de móveis e colchões fabricados no Brasil.
Dessa forma, os números consolidados indicam resultados ainda maiores do que os projetados anteriormente para o período. Aliás, conforme pontua a ABIMÓVEL, “apesar de menor do que os avanços nas comparações mensais registrados nos últimos meses, quando havia uma base comparativa inferior, tal crescimento se dá em relação a uma base comparativa já bastante forte e consolidada no início do ano passado, com a evolução dos resultados de exportações ao longo de 2021 marcando a história do setor moveleiro”.
Importações
Quando falamos nas importações de móveis, em contrapartida, o Brasil importou cerca de US$ 19,3 milhões em móveis e colchões em janeiro de 2022, o que representa uma queda de 20% na comparação com o mês anterior. Valor espelhado por um volume de 5,9 toneladas.
Já no mês seguinte, em fevereiro de 2022, as importações apresentaram nova queda, desta vez de 17,6%, atingindo o montante de US$ 16 milhões e com volume de pouco mais de 4,4 toneladas.
“Bom indicativo para o setor moveleiro nacional, que vem importando menos e exportando mais”, ressalta a ABIMÓVEL.
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Mercados-alvos das exportações de móveis
Com relação aos principais importadores de móveis e colchões brasileiros, os Estados Unidos permanecem como o maior destino, recebendo 37% das exportações do setor em fevereiro de 2022. Avanço em relação ao mês anterior, quando a participação era de 35,6%.
No segundo mês do ano, aliás, o Chile voltou a assumir a segunda colocação em termos de representatividade, recebendo 8,7% do mobiliário exportado pela indústria brasileira. Em janeiro, o Reino Unido havia retomado a segunda posição no quesito participação, tendo recebido cerca de 10,7% do mobiliário exportado pelo Brasil no primeiro mês do ano.
O destaque do mês também é outro. Enquanto os Países Baixos (Holanda) se destacaram em janeiro, com um acumulado de +238,9% em 12 meses, desta vez, chama a atenção o salto de 42,7% nas exportações para o Canadá na passagem do primeiro para o segundo mês deste ano. Demonstrando, assim, oportunidades em potencial para a indústria brasileira de móveis em todos os continentes.