Frete grátis é tática na fidelização de clientes: uma realidade possível no varejo de móveis?

Fidelizar e engajar o consumidor figuram entre os principais desafios de qualquer empresa, independentemente do porte ou do segmento de atuação. Após conquistar um novo cliente, a pergunta que fica, portanto, é: como fazer com que essa interação se repita? Frete grátis e entrega rápida podem ser ótimas alternativas. 

“Com a concorrência muitas vezes caminhando lado a lado e clientes cada vez mais exigentes e conscientes de seu poder enquanto consumidores, empresas devem se preocupar não apenas em vender seus produtos pela primeira vez, já que esse primeiro contato é apenas o começo da jornada de fidelização. Mas, sim, investir em ações que tornem maiores as chances de uma pessoa voltar a comprar”, afirma Daniella Doyle, head de Marketing da eNotas, legaltech que oferece soluções inovadoras para automatização da emissão de notas fiscais eletrônicas.

Estudos com consumidores no Brasil e no mundo identificam entrega rápida como diferencial

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Há tempos, empresas com serviços ou produtos duvidosos têm perdido espaço, destaca a especialista, uma vez que, em pouco tempo, consumidores insatisfeitos podem fazer com que uma empresa vá à falência, trazendo à tona suas insatisfações e queixas quanto ao que foi consumido.

Ou seja, enquanto é óbvio que a busca pela entrega de um produto de qualidade seja a base de qualquer indústria moveleira, o que mais pode ser agregado, de forma a melhorar a experiência do cliente e fazer com que ele volte a procurar sua marca ou loja? “Mais uma vez, temos uma pergunta com várias respostas. Hoje, porém, com a facilidade que a tecnologia nos proporciona para adquirir qualquer coisa de praticamente qualquer lugar, investir na rapidez e no barateamento da entrega pode ser uma ótima alternativa.

De acordo com a pesquisa Consumer Insights for the 2021 Holiday Shopping Season Survey, conduzida pela Outbrain e feita com mais de 8 mil consumidores em países como Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Alemanha, França, Itália, Espanha e Israel, 52% dos consumidores classificaram a velocidade na entrega como o principal fator de influência na hora da compra. Na sequência, com 38%, aparece frete grátis ou com desconto.

Outro estudo, este conduzido pela Econsultancy, aponta que cerca de 55% dos abandonos de carrinho no e-commerce brasileiro ocorrem por conta do preço do frete.

Por fim, uma pesquisa da Locaweb, que ouviu milhares de consumidores brasileiros para entender quais os principais motivos que levam uma pessoa a comprar em determinado e-commerce, indicou que 54% dos entrevistados apontaram o frete grátis como a principal razão para comprarem em pequenas e médias lojas virtuais. Preço baixo e produtos de qualidade aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Frete grátis no varejo de móveis

Com os dados apresentados acima, fica clara a importância que o consumidor brasileiro dá para a entrega rápida e barata, ou, ainda, melhor, para a entrega grátis. “É claro que este é um luxo que nem todas as empresas podem oferecer, principalmente as menores. Por mais que o frete gratuito seja bastante atrativo e tenha, sem sombra de dúvida, potencial para otimizar as vendas, pode não se tratar de uma prática rentável”, pondera Daniella.

Com o aumento das vendas, vem também os custos com a necessidade de contratar mais mão de obra, ampliar o estoque e, claro, arcar com os custos de despacho de mercadorias.

“Acredito que, neste caso, é preciso que a gestão da empresa avalie se abrir mão de uma margem da lucratividade para agregar valor à experiência que o cliente terá ao consumir seu produto é viável para o atual momento da operação”, considera a head de marketing da eNotas.

Trata-se, portanto, de uma avaliação cuidadosa e que pode definir os rumos do seu negócio. Obviamente, o que funciona para uma companhia nem sempre surtirá os mesmos efeitos em outra. “A única coisa que podemos ter certeza é que esse é o tipo de comportamento que o consumidor espera por parte da empresa. Que haja cuidado, dedicação e humanização na hora de vender.”

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