Geração de valor sobre preços e oportunidades no mercado moveleiro em 2022

“A maior estratégia para o mercado moveleiro é criar valores que possam ir além daquilo que a gente contabiliza.” Foi com este foco que Marcelo Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado, deu o tom de sua palestra no 2º PAINEL SETOR MOVELEIRO, que ocorreu no mês passado, no polo de Ubá (MG).

Idealizado pela Plataforma Setor Moveleiro, o evento foi realizado de forma híbrida, reunindo mais de 100 pessoas no auditório do Intersind (Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá); batendo, ainda, pico superior a 52 mil visualizações simultâneas durante a transmissão ao vivo pelo youtube.com/setormoveleiro.

‘Geração de valor sobre preço’Explorando o tema “Geração de valor sobre o preço”, Prado, que é um nome bastante conhecido e respeitado no setor moveleiro nacional, convidou o público a pensar sobre as oportunidades que surgem das crises e formas de criação de valor diante de novas demandas de mercado e perfis de consumo.

“Afinal, crescer é preciso?”, questionou Marcelo Prado. Bem, ele mesmo acredita que sim! Para tal, porém, é preciso inovar e criar novas curvas de crescimento.

“O que te trouxe até aqui não necessariamente será o que irá te impulsionar para frente”, disse o diretor do IEMI, citando casos clássicos de produtos que transformaram o mercado, mas mais tarde caíram também em desuso, tais quais CDs e DVDs. “O crescimento e o lucro dependem de inovação. O que vai pagar suas contas daqui 10 ou 15 anos?”, provocou Prado.

“Crescer é preciso, mas só crescer não basta. É preciso criar valor, pois, se não, o negócio não é sustentável. Se apenas fizermos o mais do mesmo, poderemos até crescer, mas dificilmente nosso negócio se sustentará. Se continuarmos sempre competindo pelo preço, estaremos sempre vulneráveis aos movimentos do mercado”, falou o palestrante, lembrando de uma frase célebre de Peter Drucker: “Além da inovação e do marketing, só resta a competição de custos”.

E como crescer mais do que o mercado?

Marcelo Prado lista alguns pontos importantes:

Ações para crescer mais que o mercado devem ter como foco:

> As regiões onde o consumo mantém as maiores taxas de crescimento;

> Os canais de varejo que melhor desempenho e que oferecem maiores possibilidades de agregação de valor;

> As linhas de produtos que são alvo de desejo dos consumidores no pós-pandemia;

> Os segmentos consumidores que menos perderam com a crise (poder de compra);

Inovar em produtos, em processos e em comunicação criando diferenciais próprios (“aquilo que só eu tenho”)

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“Além da inovação e do marketing, só resta a competição de custos”

Para não se tornar refém dos custos, portanto, deixando de competir pelo preço de mercado, para se competir por meio da criação de valor é preciso se adiantar às necessidades e apontar soluções. “Se só você oferece um produto, só você poderá determinar o preço daquilo.”

Prado relembra que apesar do mercado moveleiro ter suprido grande parte da demanda explosiva por móveis residenciais nos últimos dois anos, neste mesmo tempo, criou-se uma carência muito grande em outras áreas, que deverão ser mobiliadas ou remobiliadas, tais quais escolas, empresas, escritórios, hotéis, bares, restaurantes etc.

Demonstrando, ainda, os movimentos e oscilações do mercado moveleiro nacional desde 2019, ano pré-pandemia, passando pelos picos de consumo em 2020 e 2021, até a atual realidade na indústria e no varejo de móveis. Dessa forma, Prado traçou caminhos, riscos e possibilidades para a indústria e o varejo de móveis a partir de agora.

Depois de cerca de 13 meses de crescimento, o setor iniciou um processo de desaceleração a partir do segundo semestre do ano passado. Quando os impactos nos custos produtivos — que aumentaram devido ao descompasso na cadeia de abastecimento, o aumento da inflação e outras questões logísticas e econômicas — começaram a ser repassados para o consumidor final, elevando os preços dos móveis e colchões acabados.

Para 2022, estimativas preliminares apontam um crescimento de 2,1% na produção de móveis e colchões em volume de peças. Em valores nominais, o aumento aguardado é de 4,1% na indústria, quando comparado com 2021.

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Já no varejo de móveis e colchões, estimativas preliminares apontam para estabilidade nas vendas, +0,1%, e aumento de +3,1% em valores nominais, quando comparados com 2021.

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Resumo do mercado moveleiro em 2022

2022 em perspectiva

Ambiente econômico do País

  • Incertezas quanto aos efeitos da Guerra na Ucrânia (na produção, no comércio externo, na inflação e no câmbio);
  • Preços dos commodities ainda elevados e oscilantes, mas já sem picos de alta;
  • Inflação em queda, mas ainda elevada;
  • Dólar bem mais baixo e risco fiscal quase nulo;
  • Evolução positiva do emprego e da renda, mas juros bem maiores no crédito ao consumidor;
  • Uma eleição fortemente polarizada.

Tendências no consumo

  • Home office | Modelo híbrido;
  • Conforto | Funcionalidade;
  • Ambientes pequenos em reavaliação;
  • Áreas externas em alta;
  • E-commerce | Multicanalidade;
  • Logística reversa;
  • Sustentabilidade;
  • Responsabilidade social.

Palestra PAINEL SETOR MOVELEIRO

Especialista no levantamento de indicadores e análises do mercado moveleiro, Marcelo Prado trouxe, ainda, importantes dados e insights para sua palestra. Veja a apresentação na íntegra em:

3º PAINEL SETOR MOVELEIRO 

E a terceira edição do PAINEL SETOR MOVELEIRO já tem data e local confirmado! O evento, que é híbrido (presencial com transmissão simultânea pelo YouTube), ocorre no dia 29 de junho de 2022, a partir das 13h, em São José do Rio Preto (SP), como parte da programação oficial da Movinter, feira de negócios organizada pelo Sindicato da Indústria do Mobiliário de Mirassol (SP), o SIMM.

Mais informações sobre o próximo PAINEL e também sobre a Movinter, em nosso próximo artigo. Não perca!

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