Produção de móveis – Depois de divulgar o balanço do primeiro quadrimestre de 2022, segundo o relatório Conjuntura de Móveis, desenvolvido pelo IEMI para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), agora é hora de apresentar os resultados da Pesquisa Industrial Mensal, a PIM-PF, desta vez realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
E, bem, diferentes critérios e linhas de pesquisa, mas que acabam por revelar uma mesma realidade ao olharmos para o acumulado da produção de móveis no ano.
Depois da alta de 4,1% em abril, a indústria moveleira avançou mais 1,6%, ambos na comparação mês a mês. Apesar das duas altas consecutivas, o que demonstra uma leve retomada de ritmo nos últimos meses, com o setor entrando de forma mais positiva no segundo semestre, o acumulado de janeiro a maio demonstra um recuo de 21,8% na produção de móveis no País em relação a igual período do ano passado.
Como a gente sempre ressalta, porém, é essencial entender e considerar o contexto em que essa base comparativa se constrói, com a demanda por móveis na primeira metade de 2021 representando um dos períodos mais aquecidos para o setor na história. Considerando, aí, fatores já também bastante comentados, como: o isolamento social; o retorno do olhar, do tempo e das finanças para a casa; restrições físicas que impediam o direcionamento do consumo para diversos serviços, como o lazer; além da própria injeção de benefícios emergenciais na economia nacional.
Até aí há de compreendermos e aceitarmos. Ao olharmos para a evolução nos últimos 12 meses, porém, já entrando num período de menos estabilidade na procura por móveis, o resultado também não anima: -19,2%.
De realmente estável, com leve variação positiva, apenas o alcançando na média móvel trimestral. O trimestre “março, abril e maio” apresentou aumento de 0,3% comparado ao trimestre anterior, terminado em abril.
Produção de móveis x Produção geral
A boa notícia, no entanto, é que a produção industrial no Brasil, de forma geral, cresceu em 11 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) em maio, quando o índice nacional avançou 0,3%.
As maiores altas ocorreram no Amazonas (6,6%) e no Mato Grosso (4,6%), mas o principal destaque foi o Paraná, com alta de 3,5%. Ceará (3,2%), Goiás (3,2%), Espírito Santo (2,8%), Santa Catarina (1,6%) e Rio Grande do Sul (0,7%) também registraram avanços acima da média nacional (0,3%).
O Pará (-13,2%) teve o recuo mais elevado e Rio de Janeiro (-4,1%) e Pernambuco (-2,4%) completaram as taxas negativas. Os dados foram divulgados, hoje (8), pelo IBGE.
“Há um espalhamento de resultados positivos em maio. O Paraná é a maior influência positiva sobre o resultado nacional, após recuar 4,1% em abril. Com esse resultado o estado consegue quase eliminar a perda no mês anterior”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Almeida. O setor de alimentos foi o que mais influenciou o resultado do Paraná, seguido de máquinas e equipamentos, outro setor bastante importante na indústria do estado.