Enquanto os dados preliminares levantados pelo IEMI – Inteligência de Mercado para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) apontam um crescimento de 2,71% em volume e 9,8% em receita na produção de móveis e colchões no consolidado de 2021 — relembre todos os resultados aqui —, a primeira Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) neste ano, demonstra queda na produção de móveis em novembro do ano passado, puxando para baixo o desempenho da indústria brasileira no final de 2021.
O recuo do setor moveleiro foi de 3,4% em relação a outubro e de 17,9% em comparação a novembro de 2020, sendo este o segundo pior resultado entre os ramos avaliados. Dessa forma, o acumulado do ano, que vinha positivo, mas em ritmo de queda, ficou nulo (0%) no penúltimo mês do ano.
No acumulado nos últimos 12 meses, no entanto, o número ainda é positivo, +1,3%. Porém, também se achatando a cada pesquisa — o acumulado nesta variação até outubro era de +3,6%.
Produção de móveis e o consumo de bens duráveis
O setor de bens de consumo duráveis apresentou o quinto resultado negativo consecutivo, com retração de 21% na comparação com novembro de 2020. Entende-se que o setor foi pressionado principalmente pela redução na fabricação de automóveis (-23,3%), bem como de eletrodomésticos da “linha marrom” (-30,8%) e da “linha branca” (-22,0%). Os grupamentos de outros eletrodomésticos (-10,4%) e de móveis (-22%) também tiveram quedas expressivas. Já o principal impacto positivo veio da produção de motocicletas (7,5%).
Ainda na comparação com igual mês de 2020, a indústria brasileira em geral recuou 4,4%, com resultados negativos em três das quatro grandes categorias econômicas; 19 dos 26 ramos; 55 dos 79 grupos; e 59,1% dos 805 produtos pesquisados. Sendo que novembro de 2021 teve o mesmo número de dias úteis, 20, do que igual mês do ano anterior.
No ano, porém, a indústria acumulou alta de 4,7% até novembro e 5% em 12 meses.
Panorama industrial
Quando olhamos para o ano anterior, os resultados ao longo de 2021 são quase sempre positivos, pois a base de comparação é baixa. Considerando que no início da pandemia a indústria chegou a interromper suas atividades, com o ano de 2020 fechando com um recuo de 4,5%. Porém, ao analisarmos mês a mês, observamos que, das 11 informações de 2021, nove foram negativas. Ou seja, o setor industrial ainda sente muitas dificuldades, se encontrando atualmente 4,3% abaixo do patamar de produção em que estava em fevereiro de 2020 (pré-pandemia).