“Independentemente do tamanho ou duração da onda, não saber surfá-la pode significar perder uma experiência única na história.” A análise dos atuais indicadores moveleiros foi tema de mais um Webinar Setor Moveleiro. Trazendo a pergunta “até quando podemos surfar nessa onda?”, Laercio Comar, CEO da ADDE – Indicadores de apoio à gestão, comandou o debate, que ainda contou com a participação de diretores filiados à instituição.
Utilizando-se dos últimos indicadores levantados até o mês de agosto entre as indústrias de móveis associadas à ADDE, bem como somando-se a eles informações e dados atualizados da economia e da conjuntura moveleira no Brasil e no mundo, a previsão é que a indústria doméstica de móveis feche o ano com cerca de 20% de crescimento em relação ao ano passado. Número impensável no início da pandemia. Mas que, felizmente, vem sendo estimulado intensivamente neste segundo semestre.
Em tempo e sem medo de cair em achismos, porém, tal desempenho poderia ser muito superior, não fosse a crise de abastecimento à qual o setor industrial vem encarando desde a onda explosiva de pedidos em maio / junho. O que justifica a desaceleração no histórico de evolução do faturamento em agosto frente ao mês de julho. Que continua positivo e crescente, mas demonstrando desaquecimento devido a impossibilidade de se atender ao prazo-demanda no volume de pedidos do varejo no último mês. “A demanda existe. Só não consegue ser atendida com a agilidade necessária devido a escassez de materiais, o que esfria o faturamento”, afirma Comar.
Gestão da onda – Indicadores moveleiros
Apesar disso, vemos lojistas inclusive propondo o pagamento integral antecipado dessas ordens. Numa espécie de moeda de troca para garantir o abastecimento de sua demanda por móveis prontos o quanto antes for possível. Demonstrando, assim, uma possibilidade de expansão. Mas que deve ser meticulosa e delicadamente gerenciada neste momento.
Embora os indicadores sejam bastante otimistas, fatores internos – como a crise no fornecimento de matéria-prima – e externos – tal qual o aumento do desemprego e o fim dos benefícios emergenciais no Brasil -, sinalizam um futuro um tanto quanto incerto. Mas que ao mesmo tempo traz uma série de razões para se continuar pensando de forma estratégica.
“O período atual é de cautela. Propício, então, para a valorização dos clientes e para o fortalecimento do time de vendas das indústrias e do varejo”, aconselha Laercio Comar. “Apesar da capacidade de compra do consumidor poder estar se esgotando, os móveis estão sendo os mais beneficiados na economia. E o fluxo de vendas poderá se estender por mais tempo desde que todo o processo seja bem administrado”, destaca.
Para Comar, as melhores decisões do empresariado pressupõem o olhar detalhado para os movimentos do consumidor, que vão muito além apenas do fator design. Mas se fazendo essencial observar de perto ao novo comportamento financeiro destes. “É preciso acompanhar as decisões que o consumidor está tomando e como ele planeja continuar a comprar. Desenhando-se este novo cenário.”
Munidos das informações que os indicadores moveleiros da ADDE nos mostra, podemos acompanhar de perto como os números podem afetar nossa empresa e assim tomar as melhores decisões para essa tão falada “gestão ideal”. E, claro, ninguém é dono do futuro, mas compartilhando-se visões, certamente estaremos melhor preparados para ele.
Webinar Setor Moveleiro
Veja na íntegra o webinar “Análise dos indicadores moveleiros ADDE agosto de 2020 – Até quando podemos surfar nessa onda?”