O setor industrial inicia 2024 com uma crescente confiança e estoques normalizados. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – FGV IBRE, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou um acréscimo de 1,8 ponto em janeiro. Além disso, a mais recente pesquisa realizada essa semana, revela que o índice permaneceu estável em fevereiro.
Nesta matéria, destacamos que a principal influência para esse avanço foi a medição do nível de estoques, que registrou uma queda de 4,5 pontos em janeiro, alcançando 99,4 pontos. Em seguida, houve um leve aumento de 0,4 ponto em fevereiro, para 99,8 pontos. Entretanto, apesar do resultado negativo, o indicador se mantém próximo de neutro. Esta é a primeira vez que o indicador atinge um patamar abaixo do nível de neutralidade desde 2022. Quando ultrapassa os 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques em excesso.
Entre os quesitos integrantes do ISA, o que influenciou positivamente no mês foi o que mede a situação atual dos negócios, com alta de 1,2 ponto, para 99,0 pontos, maior patamar desde agosto de 2022 (101,1 pontos). Dessa forma, o ICI do FGV IBRE ficou estável em fevereiro, em 97,4 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 1,4 ponto, para 96,8 pontos.
Estoques da indústria atingem nível de normalidade
Após quatro meses de crescimento, a confiança industrial estabilizou em fevereiro, indicando ajustes após a melhora da demanda e normalização dos estoques. Entretanto, apesar da perspectiva positiva para contratações, o setor permanece cauteloso sobre a produção e o futuro dos negócios, aguardando desdobramentos da nova política industrial. O otimismo em relação ao emprego é um sinal encorajador, conforme destaca o economista do FGV IBRE, Stéfano Pacini.
Em fevereiro, houve alta da confiança em 9 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela Sondagem. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) recuou -0,2 ponto percentual em fevereiro, para 80,8%. Em janeiro, manteve relativa estabilidade, variando apenas -0,1 ponto percentual, atingindo 81,0%.
Eucatex planeja crescimento alinhado às demandas
Nesse cenário otimista, a Eucatex se destaca com um planejamento voltado para um considerável crescimento no segmento de indústria e revenda, alinhados à demanda de clientes. Paulo Freitas, diretor Comercial Indústria e Revenda da Eucatex, ressalta: “Nosso planejamento para 2024 contempla um crescimento considerável para o segmento, com um mix de produtos mais aderente às demandas de mercado e lançamentos de novos produtos. Iniciamos o ano com índice de empregos relativamente maior e acreditamos que teremos uma economia mais ajustada este ano em relação a 2023. Estamos confiantes, porém com os pés no chão e sempre atentos a todas as variáveis de mercado”.
Sobre os estoques, Freitas observa uma tendência de normalização, com as empresas buscando um equilíbrio e alinhamento com as operações. “Para o mercado de móveis a Black Friday acaba antecipando um pouco as vendas de final de ano. Por conta disso, dezembro e janeiro são meses mais estáveis, e vale lembrar que ainda contamos com o período de férias, IPVA, IPTU, carnaval e volta às aulas, entre outros, e todos esses fatores acabam afetando o desempenho do varejo. Em relação aos níveis de estoques acredito que não houve muitas alterações no setor. Hoje as empresas trabalham com níveis de estoques mais equilibrados e mais aderentes, até para não contaminar o fluxo de caixa e o aumento de ativos”, destaca Freitas.
Oportunidade e desafios para o setor moveleiro
Os dados apresentados pelo Índice de Confiança da Indústria refletem uma tendência positiva e encorajadora. A alta na confiança e a normalização dos níveis de estoque sinalizam uma recuperação gradual e promissora para as empresas. Além disso, com a melhoria da percepção dos empresários e a perspectiva de aumento da demanda, há um cenário favorável para o crescimento e investimentos no setor moveleiro. É evidente que os esforços para otimizar a gestão de estoques e atender às demandas do mercado estão gerando resultados positivos.
Leia também Pesquisa Industrial Mensal (PIM) que já destacava modesto crescimento de 0,2% na produção de móveis em janeiro. Clica no link:
