Indústria de transformação: faturamento recua, emprego avança no início de 2023

Embora os “Indicadores Industriais” apresentados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), no início deste ano, tenham apontado um recuo de 0,9% no faturamento da indústria de transformação em janeiro de 2023 em comparação a dezembro de 2022. O mesmo estudo mostrou leve alta em dois importantes indicadores: a geração de emprego e as horas trabalhadas no mesmo período, 0,5% em ambas.

Em comparação a janeiro de 2022, os resultados gerais são similares, com discreta alta nos índices de emprego e renda. Porém, com recuo de 1,1% neste ano ante janeiro de 2022, no faturamento. “Há certa cautela do empresariado na aquisição dos bens de capital, que são investimentos em equipamentos para a produção industrial, associada ao início do novo governo “, divulgou a CNI, em nota.

Entretanto, a queda na indústria de transformação, na qual se inserem móveis, alimentos, bebidas, vestuário, automóveis, papel e celulose, entre outras, está atrelada a outros fatores. Destacam-se a redução da demanda global por produtos manufaturados, escassez de matéria-prima e aumento nos preços das commodities. Além disso, a pandemia de COVID-19 ainda causa impacto negativo em diversos setores da economia. E com a indústria não foi diferente.

Indústria de transformação: máquinas e equipamentos são os mais impactados

O setor que mais sofreu com a queda no faturamento foi o de máquinas e equipamentos, com uma redução de 3,7%. Já o de alimentos e bebidas, que já vinha se mantendo em estabilidade ao longo da pandemia, registrou um aumento de 1,2% no faturamento.

No geral, o faturamento real recuou pelo quinto mês consecutivo na indústria de transformação. Isso, alinhado ao período de maior incerteza que marcou os últimos meses de 2022. Naquele período, o rendimento médio dos trabalhadores também registrou recuo.

No comparativo entre 2022 e 2021, contudo, o levantamento da CNI mostrou avanços em pelo menos seis indicadores monitorados. O motivo está na reorganização das cadeias de suprimentos e na desaceleração da inflação. Somando a isso a recuperação gradual do mercado de trabalho, consequência do aquecimento da atividade econômica. Para a CNI, no entanto, os avanços no caso da Indústria de transformação, não são motivos de comemoração, mas de certo alívio, já que representam apenas recuperação do que havia recuado.

Desafios e recuperação gradual

Segundo especialistas, a tendência é que a indústria de transformação continue enfrentando desafios ao longo do ano, devido a incertezas do cenário econômico mundial  e pelas dificuldades na cadeia de produção, como a falta de insumos e a alta dos preços.

Para enfrentar esse cenário desafiador,  eles avaliam que as empresas devam adotar estratégias de inovação e diversificação de produtos, além de buscar novos mercados e parcerias comerciais. Ainda assim, espera-se que o setor se recupere gradualmente nos próximos meses, com uma retomada econômica, a pauta da reindustrialização em alta, assim como da Reforma Tributária, além da melhoria das condições sanitárias no país e no mundo.

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