Indústria moveleira no Reino Unido: Panorama 2020

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Antes mesmo da pandemia chegar ao Reino Unido, as incertezas geradas pelo Brexit já traziam uma série de desafios à região. Com o ano de 2019 apresentando a taxa mais lenta de crescimento de vendas no varejo desde 2010. O setor industrial, de uma forma geral, também enfrentou profundas consequências. Cujas quais levaram à reestruturação dos modelos de negócios e mais de 85 mil empregos perdidos. Apesar do cenário, as vendas online continuavam a crescer por lá no ano passado. Já apontando para um novo momento que não demorou a chegar e que vem impactando bastante também à indústria moveleira no Reino Unido.

Incertezas do Brexit + Pandemia: Os impactos na indústria moveleira no Reino Unido

Com a chegada do novo Coronavírus e as consequentes medidas preventivas para frear sua disseminação, das quais já falamos bastante, a produção de móveis por lá caiu em 8% entre janeiro e julho de 2020. O valor do volume de negócios em toda a indústria moveleira britânica totalizou £ 671,9 milhões, de acordo com dados de julho, divulgados pelo Office for National Statistics (ONS).

Com a reabertura das fábricas e das lojas físicas, bem como com a ascensão definitiva do varejo eletrônico por lá – seguindo o padrão visto nos outros países de nosso giro pelo mundo -, a indústria moveleira no Reino Unido recebeu uma enxurrada de novos pedidos. Tendo dificuldade, inclusive, para acompanhar a demanda no auge do verão.

Dessa forma, embora o volume de negócios na indústria tenha aumentado quase £ 200 milhões mês a mês conforme os fabricantes retomaram a produção a partir de junho, o total permaneceu bem abaixo do mesmo período no ano passado – uma queda de 18,6%. A indústria moveleira do Reino Unido, então, corre para atender a demanda aquecida. Enquanto tenta se recuperar das duras quedas promovidas pela soma nada simples das incertezas do Brexit combinadas ao caos gerado pela pandemia.

Oportunidades para a fabricantes de móveis brasileiros

É aí que os fabricantes de móveis brasileiros podem visualizar uma boa oportunidade de minimizarem a queda na exportação de móveis para a região. Sendo esse o segundo maior destino dos móveis brasileiros no mundo. Conforme apresentamos nesta semana, o Reino Unido foi responsável por 9,3% das exportações de móveis do Brasil de janeiro a agosto de 2020. Número representativo, mas que indica um recuo de 22,7% comparando-se a igual período do ano passado.

A dificuldade da indústria moveleira britânica em encontrar saídas para atender à demanda interna, portanto, pode ser uma boa oportunidade para se estreitar laços de negócios entre Brasil e Reino Unido. Propondo-se saídas que sejam benéficas e economicamente atrativas para ambos os mercados, com o câmbio atual sendo um grande aliado neste sentido.

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