O processo de se tornar uma Indústria 4.0 não acontece da noite para o dia. Automatizar processos e o parque fabril exige preparação e algumas mudanças. Além de vontade e empenho de toda a empresa, da gestão até o chão de fábrica.
Para o consultor Cláudio Perin, o segredo é planejamento. O primeiro passo, diz, é saber o ponto de partida da fábrica em termos de digitalização. “O mais importante, antes de começar a transformação, é entender qual o grau de maturidade digital da companhia”, reforça.
- Leia também
Inteligência Artificial é realmente requisito de sucesso nos negócios?
Confiança em baixa no setor industrial brasileiro no início de 2023: quais os planos para a reindustrialização do País?
Um questionário criado pelo consultor pode ajudar nesse processo. O teste, que foi adaptado especialmente para a realidade da indústria moveleira, está disponível gratuitamente em seu site: Questionário para avaliação da maturidade digital.
Mas, antes de começar, o que é a Indústria 4.0?
A chamada quarta revolução industrial nada mais é do que uma série de avanços tecnológicos, como inteligência artificial, robótica, internet das coisas, computação em nuvem, entre outras, para melhorar os processos de produção.
A Indústria 4.0 propicia a integração entre esses processos e aumenta a eficiência no uso de recursos e no desenvolvimento dos produtos em larga escala. Perin aponta mais benefícios principais da sua adoção:
1) Eficiência operacional aumentada com automação e tomada de decisão rápida;
2) Maior agilidade na produção de pequenos lotes e produtos personalizados;
3) Estímulo à inovação com menor resistência à introdução de novos produtos;
4) Melhor experiência do cliente com respostas rápidas e informações detalhadas;
5) Redução de custos operacionais e desperdício de materiais;
6) Aumento das receitas através de maior qualidade, menor custo e satisfação do cliente e margens de comercialização mais altas.
Antes dela, a humanidade presenciou, ainda em meados de 1780 a mecanização e as máquinas à vapor, quase um século depois, a produção em larga escala, a eletricidade e a combustão, e, finalmente, no fim da década de 1960, com a computação, robótica, computadores e a internet.
E é difícil implementar?
O consultor Cláudio Perin garante que não. “Está mais perto e é mais simples do que se imagina”, escreve ele em um artigo com data de 2017. Sim, há cerca de seis anos ele trata do assunto e orienta empresas interessadas. “Mas, de fato, apenas recentemente as empresas passaram a se atentar para o assunto”, reconhece.
Isso acontece, acredita, de forma natural, como qualquer inovação. Um exemplo que ele usa é o do sistema de multimídia dos veículos, que conecta com os smartphones. “Algum tempo atrás, muita gente achava que não teria uso para a tecnologia por não ter um aparelho compatível e hoje, pouca gente vive sem”, compara.
É o que acontece hoje, segundo ele, com as máquinas e softwares para a indústria moveleira, que pode iniciar a implementação dos princípios da indústria 4.0 com um simples passo a passo.
Com o diagnóstico de avaliação concluído, é possível criar o projeto piloto para as ações e definir os recursos necessários para a Indústria 4.0. Na área moveleira, um exemplo do consultor é em relação ao uso e necessidade de insumos para a produção de um item do mobiliário.
“Assim que as peças saem do estoque para a fabricação, com um sistema interconectado, é possível que o seu fornecedor receba a informação de quantas peças ele terá que encaminhar no próximo pedido, sem a necessidade de intervenção humana no processo”, sugere Perin.
O mais importante, reforça o consultor, é que não basta estar digital e online. O ponto central é a interconectividade entre processos e decisões.