Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços nacionais de mobiliário foram puxados por um aumento de 2,07% nos custos inflacionários sobre o valor das peças em dezembro de 2021 em relação ao mês anterior. Com isso, a inflação sobre móveis fechou o ano com acúmulo de 15,7%. Número considerado alto ao se distanciar significativamente da meta e que deve ter pesado negativamente na tomada de decisão do consumidor brasileiro, que vem perdendo poder de compra nos últimos meses.
O preço médio do mobiliário no varejo nacional foi de R$ 227,42 por peça em novembro de 2021. Valor 2,52% maior que o praticado no mês anterior. Em dezembro, novo aumento de 2,07%, atingindo-se o montante de R$ 232,13 por peça.
Já o preço médio dos colchões, também no varejo, chegou a R$ 594,10 por peça em novembro, +2,63% em relação a outubro; baixando para R$ 586,91 em dezembro, apresentando, assim, um recuo de 1,21% na passagem do penúltimo para o último mês do ano.
Inflação geral no Brasil
Enquanto isso, o índice oficial de inflação no Brasil começou 2022 com alta de 0,54% em janeiro, segundo o IBGE. É o maior resultado no mês para o IPCA em seis anos. Ou seja, desde janeiro de 2016 (1,27%), quando a economia do País atravessava período de recessão.
A variação do mês, no entanto, sinaliza uma desaceleração frente a dezembro de 2021, quando o avanço havia sido de 0,73%. Mas, ainda assim, o IPCA segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses, chegando a 10,38% e preocupando o mercado, que não se mostra otimista em relação aos próximos meses.
Para tentar conter a inflação, aliás, o Banco Central vem subindo a taxa básica de juros, que alcançou 10,75% na semana passada. Segundo os especialistas da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o efeito colateral da Selic mais alta é inibir investimentos produtivos na economia e, consequentemente, na indústria. Isto, já que as linhas de crédito ficam mais caras e menos acessíveis no Brasil. Culminando, assim, possivelmente, na redução de investimentos, ameaçando a geração de empregos e a retomada econômica do País.
Inflação sobre móveis: receita do setor foi maior em 2021
Mesmo neste cenário de crise inflacionária e da queda de 0,3% no volume de vendas acumuladas entre janeiro e novembro de 2021, o IEMI – Inteligência de Mercado aponta um avanço de 8,4% na receita do varejo de móveis no acumulado de 11 meses do ano. Só em novembro de 2021, de acordo com a “Conjuntura de Móveis”, relatório mensal desenvolvido pelo instituto de pesquisa para a ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), as vendas chegaram a R$ 9,7 bilhões. Aumento de 11,5% na comparação com outubro, de acordo com os dados sazonalizados avaliados pela instituição.
Como você, empresário industrial ou varejista, tem avaliado e sentido esse cenário? De que maneira isso vem afetando, entre outros pontos, a relação entre fabricantes e lojistas? Compartilhe conosco!