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Sempre com um plano B: como as interrupções na cadeia de abastecimento devem influenciar os hábitos de compra

Não há controvérsia, conforme demonstra a Sondagem Industrial realizada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), a falta ou o alto custo das matérias-primas continua em primeiro lugar no ranking dos principais problemas enfrentados pela indústria no Brasil. Situação que, infelizmente, é compartilhada com outros mercados ao redor do mundo, afetando a cadeia de abastecimento global.

Pesquisa realizada pela Euromonitor International, aponta que 36% dos profissionais entrevistados já esperavam que a escassez de abastecimento fosse o efeito mais significativo da pandemia de Covid-19 na cadeia de suprimentos de suas empresas no último ano; enquanto, como uma forma de vencer tal problema, 28% dos consumidores tentaram comprar produtos e serviços de origem local em 2021.

Consumidores ‘sempre com um plano B’

Sim, as interrupções na cadeia de abastecimento levam a novas alternativas. Isso porque, diante dos desafios de assegurar seus produtos e serviços habituais ou desejados, um grupo considerável de consumidores está procurando maneiras de comprar itens similares ou de encontrar soluções criativas para a escassez e o aumento tanto no preço quanto no prazo de entrega de determinados produtos.

Conheça agora os consumidores “sempre com um plano B”, primeiro perfil destacado em nossa nova série apoiada em estudo desenvolvido pela Euromonitor International: “10 principais tendências globais de consumo 2022”.

Encontrando soluções criativas ou recorrendo a alternativas

Devido aos recursos limitados desde o início da pandemia, os consumidores continuam enfrentando dificuldades para garantir seus produtos favoritos. À medida que as ocasiões sociais e os gastos opcionais voltam à normalidade, estas pessoas querem comprar roupas novas, investir na reforma e mobília da casa ou simplesmente desfrutar de um café para viagem. No entanto, os efeitos da Covid-19, particularmente a interrupção nas cadeias de abastecimento e a escassez de pessoal, agravam o problema não só a curto, mas também a médio prazo.

Dessa forma, os consumidores “sempre com um plano B” buscam formas de estar um passo à frente da multidão. Assumindo, assim, o controle e usando a tecnologia para ir para a frente da fila quando o abastecimento é ameaçado.

Alguns contam com serviços de assinatura ou compras em grupo para garantir as entregas. Quando frustrados, no entanto, esse grupo se volta para a segunda melhor opção. Dessa forma, buscando alternativas e, em alguns casos, adiando compras ou mudando hábitos de consumo.

Repensando a cadeia de abastecimento

Por falar em hábitos de consumo, dois extremos, em particular, estão influenciando o comportamento de compra dos que seguem “sempre com um plano B”: pagar um adicional ou escolher opções mais econômicas, como produtos de segunda mão ou alugados. Forçando, portanto, as empresas a se articularem e fornecerem novas soluções para garantir o acesso a produtos e serviços.

Afinal, a disponibilidade do produto gera lucro. Enquanto a escassez de suprimentos pode enfraquecer a fidelidade do cliente. As empresas, portanto, devem ser capazes de assegurar o necessário para fabricar produtos e, ao mesmo tempo, fornecer um serviço excepcional. Pelo menos é o que estes clientes esperam, segundo a Euromonitor.

Novas alternativas

Produtos alugados ou recondicionados, por exemplo, garantem aos consumidores opções adicionais e acesso a alternativas. Ainda, os consumidores “sempre com um plano B” também podem pagar mais para obter o primeiro acesso aos produtos preferidos. Dessa forma, oferecer itens exclusivos ou em pré-venda por um valor adicional pode atrair esses consumidores e gerar receita.

Uma boa ideia é que aplicativos de celular com recursos de listas de espera e filas digitais permitem que os consumidores garantam seu lugar. Além de também poder ajudar as empresas a controlar o tráfego. Além disso, os serviços de venda direta levam os produtos até a porta do consumidor.

Para tal, as empresas precisam investir em fornecimento local e automação para superar períodos de escassez. Nesse processo, talvez seja necessário elevar os preços para compensar o investimento.

Outra possibilidade, que faz bastante sentido especialmente em polos moveleiros, que concentram uma grande quantidade de indústrias do mesmo setor, seria dividir os custos com outros atores para comprar matérias-primas ou componentes em alta quantidade, assegurando o abastecimento contínuo.

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Perspectivas para os consumidores sempre com um plano B

A Euromonitor International acredita que até o final de 2022, as cadeias de abastecimento devam começar a se estabilizar e o acesso aos produtos, portanto, deverá voltar aos níveis anteriores à pandemia. No entanto, novos hábitos de compra já terão se consolidado e passarão a ditar como certos consumidores descobrem e selecionam o que irão consumir, desde marcas de origem local até marcas vendidas diretamente ao consumidor ou mesmo serviços de assinatura.

Com isso, a localização e a otimização têm tudo para se tornar a regra. Como uma boa saída, empresas e distribuidores devem usar dados para melhorar a visibilidade da cadeia de suprimentos, aprimorar as operações e repensar investimentos. Fica a dica!

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