Diferente da confiança do empresário industrial, no geral, que vinha recuando, abrindo, assim, o primeiro mês do ano abaixo da linha divisória dos 50 pontos, de acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), com recuperação em… a confiança do empresário industrial no setor moveleiro parece ter fechado 2021 em alta, trazendo boas perspectivas para este ano.
Pelo menos é o que indica os dados de investimentos divulgados pela ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), que demonstram uma aposta efetiva no melhoramento e na modernização dos parques fabris, com investimentos que saltaram 176% no acumulado de 2021 em relação a 2020 na indústria de móveis no Brasil.
Diante de tal cenário, a indústria moveleira também registrou saldo positivo de vagas de trabalho durante o ano, indo mais uma vez na contramão da economia nacional, que registra taxa de desemprego acima dos dois dígitos. Segundo os dados levantados sob encomenda pelo IEMI – Inteligência de Mercado, com base em indicadores de fontes oficiais, o crescimento do emprego na indústria moveleira foi de 2,66% em 2021 frente a 2020. Número que se torna ainda mais interessante ao observarmos a evolução da ocupação no setor nos últimos anos:
Investimentos no setor moveleiro
Tais resultados apontam, portanto, para uma conjuntura positiva e crescente, resultando no aumento da confiança do empresário moveleiro, que, além da mão de obra, vem investindo também em tecnologia.
Os investimentos em máquinas e equipamentos no setor, por exemplo, saltaram de R$ 1,23 milhão em 2019 para mais de R$ 2,16 milhões em 2021. Quando comparamos com o ano passado, quando foram investidos cerca de R$ 785 mil — um dos piores desempenhos do indicador na série histórica —, o salto é ainda maior: +176%.
Projeções para a indústria moveleira
Para os próximos dois anos, a estimativa é que o volume de produção de móveis e colchões continue crescendo: +2,11% em 2022 e +2,75% em 2023. O que deverá seguir impactando positivamente no volume de emprego no setor, com crescimento projetado de 2,05% no próximo ano e 2,88% no ano subsequente.
Quando o assunto são investimentos, porém, estima-se a restabilização diante dos altos montantes aplicados em 2021. Com as fábricas sendo ampliadas nos últimos anos para um período de alta produção e desempenho a partir de 2022.
Confira as principais projeções para o setor nos próximos dois anos:
Confiança do empresário industrial é menor, no geral, no início de 2022
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou 0,7 ponto em janeiro de 2022, de 56,7 pontos para 56 pontos. O recuo representou uma reversão do avanço de confiança que havia sido registrado ao fim do ano passado, em dezembro de 2021, de mesma magnitude. No mês seguinte, agora em fevereiro, o ICEI passa a demonstrar estabilidade da confiança das indústrias quando comparado com o primeiro mês do ano, com o indicador ficando em 55,8 pontos (de 0 a 100).
O índice mostra que a indústria continua confiante nesse segundo mês de 2022, pois segue acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança. Porém, é o menor número para o mês de fevereiro desde o ano de 2017.
Destaca-se, ainda, que o ICEI de janeiro de 2022 também foi inferior ao registrado nos mesmos meses de 2018 a 2021. Ou seja, o ano se iniciou com confiança menor que a de anos anteriores. No ano passado, por exemplo, em janeiro de 2021, o ICEI registrava 60,9 pontos. Em janeiro de 2020, havia alcançado 65,3 pontos.
Entre os principais pontos que pioram a percepção e, consequentemente, a confiança do industrial estão a piora das condições atuais, a persistência da pandemia e a alta inflação.