Em mais uma contribuição para a Plataforma de Negócios Setor Moveleiro, a consultora industrial Claudia Lens fala sobre design e a sua importância nas estratégias moveleiras
Mesmo com o crescimento do setor e o reconhecimento de que o design é capaz de agregar valor aos produtos e oferecer uma qualidade de vida melhor aos seus usuários, ainda temos poucos estudos aprofundados na área que possam nos mostrar seu real impacto econômico no Brasil. O fato é que há tempos sabemos que somente o preço não basta. É preciso muito mais! É tempo de continuar quebrando paradigmas em busca do diferencial, sair da “zona de conforto”.
Com a grande acessibilidade de informação, não dá mais para oferecer o mesmo. Os usuários estão cada vez mais exigentes. Não basta, então, concorrer apenas pelo preço. O produto hoje tem que ser capaz de suprir as necessidades e desejos dos usuários. E, claro, com a competitividade a todo vapor, é preciso ter diferencial para se tornar um sucesso e, consequentemente, revertê-lo em lucro.
Design acessível
Pensando dessa forma, podemos dizer que o design deve ser acessível, aplicado na sua totalidade, integrando todo percurso do desenvolvimento de um produto. Sendo, assim, capaz de minimizar a possibilidade de insucesso, bem como otimizar processos, mão de obra e matéria-prima por exemplo. Tudo isso, leva a um impacto direto no resultado final, assim como no custo do produto.
Para tal, metodologias cada vez mais aprimoradas podem oferecer suporte na busca dessa acessibilidade, tanto para a empresa quanto para o usuário que será beneficiado com produtos que proporcionarão uma excelente experiência de uso.
Design integrado
Há uma crescente em busca do reconhecimento do design brasileiro. Mas em muitos momentos ainda o vemos como referência apenas de estética. Em outros países, porém, o design já vem sendo há muito tempo inserido de forma mais intensa na produção. Em um processo de “Desenvolvimento Integrado de Produto” – assunto da minha última coluna por aqui -, em que a aplicação de matérias-primas otimizadas e ambientalmente adequadas podem colaborar no processo logístico reverso, por exemplo.
De fato, estamos em busca da integração de todos os fatores para que tenhamos, no final, um produto esteticamente atrativo para o mercado e melhorado para a indústria, colaborando para resultados cada vez mais produtivos.
Design humanizado
Temos tanto a fazer ainda, mas nada comparado com o desafio de conquistarmos a credibilidade das indústrias com relação à necessidade do design. Abrindo-as ao “novo”. As mais inovadoras têm a sua política de desenvolvimento centrada no design. Com a competitividade a todo vapor, o caminho é buscar no design o diferencial e traduzir no produto todos os desejos e necessidades do usuário para que se tenha o resultado esperado e o produto seja um sucesso!
A hora é agora: “MAIS DESIGN, POR FAVOR!”. É hora, então, de humanizar a tecnologia e desenvolver produtos focados nas pessoas. Isso vai refletir diretamente na assertividade e, consequentemente, na otimização de custos, tempo, materiais e processos. Mas a responsabilidade não termina quando o produto atravessa o portão da empresa. A forma como ele é comunicado é fundamental para a sua sobrevivência… ou não. Mas isso é assunto para um próximo artigo!
Claudia Lens
Consultora Industrial – Design Estratégico e Engenharia da Produção
claudialens@hotmail.com
43.99915-6108