Com os gastos das famílias antes comprometidos com lazer, viagens, entre outros, passando a se voltar para a casa, a compra de móveis tornou-se uma das prioridades no Brasil e no mundo nos últimos tempos. A desorganização entre oferta e demanda, no entanto, promoveu aumentos significativos nos preços e prazos das matérias-primas e, por consequência, nos produtos acabados. O que, indiscutivelmente, causou e continua causando um desgaste enorme entre os elos da cadeia moveleira.
Desde o início da crise de abastecimento de matérias-primas e insumos industriais, então, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, FIESP, vem monitorando o movimento de oferta e procura no mercado nacional e internacional. Chegando, agora, a 15ª edição do relatório “Matérias-primas: Oferta na recuperação da economia”, atualizado no final de junho de 2021.
Industriais ainda têm dificuldade no acesso a matérias-primas
Trazendo, dessa forma, um panorama sobre a questão do fornecimento de matérias-primas para a produção, armazenagem e transporte dos mais diversos itens, incluindo o mobiliário, o documento revela que em 2020 as empresas sofreram um aumento médio de 33,7% dos seus custos gerais — isso, em plena pandemia. Já na metade de 2021, negócios dos mais variados setores continuam indicando obstáculos no acesso a diversos insumos.
- 57,6% das empresas ouvidas no estudo estão com dificuldades para encontrar matérias-primas
- 37,8% estão com disponibilidade normal
- 4,7% estão com falta total do insumo
*Pesquisa FIESP realizada com 285 empresas entre 15 e 23 de junho de 2021
Ranking das matérias-primas, conforme dificuldade
Por dificuldade, ressalta-se, foram consideradas as questões “procura, oferta, aumento de preço e importância da matéria-prima”.
Uma luz, afinal
Informações dos fornecedores às empresas, porém, mostram expectativa de melhoria gradual da oferta nos próximos meses:
- Aumento da disponibilidade normal de 37,8% para 46,1%
- Redução das dificuldades para encontrar matérias -primas de 57,6% para 51,3%
- Queda da falta total do insumo de 4,7% para 2,6%
Preço na porta da fábrica
É importante ressaltar que com a crise no abastecimento de matérias-primas, os valores dos produtos “na porta da fábrica” subiram consideravelmente desde o último ano. O repasse de preço das indústrias de móveis, no entanto, começou a perder força desde o último mês de maio, com recuo de -0,29%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede estes preços, sem impostos e fretes, subiu 8,33% no acumulado de janeiro a maio. Pouco menos do que o percentual verificado até abril, portanto, que era de 8,64%. A taxa de 12 meses do IPP encerrado em maio também mostrou-se menor do que a de abril: 27,73% ante 28,59%. Observa-se, dessa forma, uma acomodação dos preços na indústria, apesar do movimento ainda de alta no valor de determinados insumos e matérias-primas.
Aliás, para entender melhor o futuro do fornecimento das cinco principais matérias-primas que vêm apresentando mais dificuldades para as empresas pesquisadas pela FIESP no mês de junho (veja gráfico acima), baixe o relatório completo:
Matérias-primas Oferta na recuperação da economia