Mercado europeu – A imm Cologne, feira de móveis alemã que ocorreria entre 17 e 23 de janeiro de 2022, com a participação de empresas brasileiras, teve de ser adiada para 2023, em virtude do aumento no número de casos da nova variante de Coronavírus, a Ômicron, na Europa e outros continentes. Apesar do adiamento do evento, no entanto, a Alemanha continua sendo um dos mercados-alvos da indústria de móveis brasileira lá fora. Porém, com algumas especificidades em termos do tipo de mobiliário importado pelo país, que devem ser destacadas para a melhor estratégia da sua empresa.
Mercado europeu: overview da indústria alemã
Quarta maior economia do mundo, a Alemanha ocupa o primeiro lugar na “categoria complexidade” — a qual utiliza a pauta exportadora de um país para medir a sofisticação tecnológica da produção. Além disso, o país é também o segundo maior mercado consumidor de móveis e colchões do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, principal destino das exportações brasileiras no setor.
Quando se trata da indústria de móveis alemã, esta é majoritariamente direcionada ao mercado interno, prevalecendo o trabalho mecanizado realizado por médias e grandes empresas.
O consumo interno aparente de móveis no país, isto é, a disponibilidade interna dos produtos, foi de aproximadamente US$ 22,3 bilhões em 2020. Ou seja, 39,9% do total produzido. Número que contribuiu para um aumento de 3,1% no período de 2016 a 2020. Quando comparado com 2019, no entanto, considerando o impacto da pandemia no país, houve queda de 6,8%.
As informações são do “Estudo de Oportunidades para Empresas com Potencial e Exportadoras – Edição Alemanha”, desenvolvido pelo IEMI – Inteligência de Mercado com exclusividade para os associados do Projeto Brazilian Furniture, iniciativa da ABIMÓVEL (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), que tem como foco a internacionalização da indústria e do design de móveis brasileiro.
Oportunidades e peculiaridades para os móveis brasileiros no mercado alemão
“Um indicador bastante interessante pode ser extraído da relação construída para o consumo aparente na Alemanha: a participação das importações”, ressalta a ABIMÓVEL. Apesar de ter sua produção majoritariamente voltada ao mercado interno, o alto consumo de mobiliário por lá abre considerável espaço para outros mercados. Em 2020, por exemplo, 43,8% do consumo interno aparente de móveis e colchões no país foi suprido pelas importações, o que representa um aumento de 6,1% em relação ao ano de 2016.
Disto isto, a Alemanha se mostra um mercado atraente para as grandes e médias empresas que se interessam em atuar em outros mercados para além do Brasil. Especialmente considerando que as importações de móveis no país têm permanecido em um patamar positivo ao longo dos últimos anos.
Mas, com uma produção altamente tecnológica e de valor agregado, quais as melhores oportunidades para a indústria de móveis brasileira na Alemanha?
“Exportar para a Alemanha exige experiência do exportador para acessar tal mercado, que conta com oportunidades, mas também com peculiaridades”, reforça a ABIMÓVEL. Isso porque, o mercado alemão demonstra um alto nível de competitividade e exigência, especialmente no que se refere a produtos que envolvam maior tecnologia e industrialização em sua produção. Por isso mesmo, talvez focar em produtos de menor valor agregado possa ser, na verdade, o plano mais assertivo para as exportações da indústria brasileira.
“De uma forma geral, por conta da prática de preços reduzidos, é possível que os produtos brasileiros atendam as demandas locais de produtos de menor valor agregado”, reforça a entidade que lidera o Projeto Brazilian Furniture. O que se comprova ao considerarmos os valores praticados pela Polônia (US$ 2.95%/kg), principal origem das importações alemãs nessas categorias.
Dentre os principais fornecedores de móveis para a Alemanha, o Brasil é um dos países que praticam o menor preço médio nas exportações de móveis e colchões (US$ 3,13/kg). Com um valor, portanto, 7,2% inferior à média de preço geral (US$ 3,38/kg); mas, ainda assim, 6,1% maior que o preço praticado nas exportações polonesas.
Sua empresa já exportou ou exporta para a Alemanha? Compartilhe conosco sua experiência!
Mais um adiamento na Europa: 60º Salone del Mobile.Milano é adiado para junho de 2022
A exemplo da imm Cologne, a organização do Salone del Mobile.Milano também anunciou o adiamento da 60ª edição do evento. Enquanto a feira alemã deverá ocorrer apenas de 16 a 21 de janeiro de 2023, porém, os italianos acreditam num cenário positivo ainda neste ano. O iSaloni, como é popularmente chamado, está reagendado para os dias 07 a 12 de junho de 2022.
“Apesar de lamentar o momento pelo qual atravessamos, as entidades [ABIMÓVEL e ApexBrasil] compartilham da decisão dos organizadores do iSaloni, com a segurança dos participantes continuando sendo a principal preocupação de todos os envolvidos. Além disso, as mudanças contínuas e repentinas em relação às normas e restrições para viagens internacionais continuam sendo uma grande barreira, dificultando o planejamento antecipado necessário tanto por parte de organizadores quanto expositores, visitantes e outros”, ressaltou nota divulgada pelos organizadores do Brazilian Furniture, que planejam ações no evento.
“Seremos pacientes e usaremos este tempo para continuarmos trabalhando na preparação de nossas empresas, profissionais, produtos e ações. Posicionando, mais uma vez, a indústria e o design brasileiro em destaque na capital mundial do design, com toda a proteção e a segurança necessárias”, fala Irineu Munhoz, presidente da ABIMÓVEL.