Varejo eletrônico 0 Dando continuidade ao nosso especial “O futuro do varejo”, hoje falaremos sobre uma das mais comentadas transformações dos últimos tempos: a do e-commerce e seus desdobramentos na forma de vender e comprar, que evoluíram o estimado para pelo menos cinco anos, apenas durante a primeira onda da pandemia em 2020.
Se você não acompanhou, a série traz insights levantados durante o Varejo Experience Brasil, que ocorreu no mês de agosto em Foz do Iguaçu (PR), com a participação de algumas das maiores figuras do varejo brasileiro, incluindo o CEO da Plataforma Setor Moveleiro, Carlos Bessa. O primeiro conteúdo da série pode ser lido aqui: O passado, o presente e o futuro do varejo!
Em 2022, mesmo com o retorno das atividades até então impedidas pelo distanciamento social e a redistribuição da renda familiar para serviços como de lazer, o varejo continua sendo um setores que mais impulsionam as vendas no comércio eletrônico.
Em julho deste ano, por exemplo, o e-commerce brasileiro experimentou alta de 5,29%. Sendo empurrado, sobretudo, pelos segmentos de Turismo (+14,3%), Cosméticos (+11,9%) e o Varejo (+6,3%), composto também por marketplaces e magazines.
Para desenharmos o futuro do e-commerce no Brasil, contudo, é preciso voltarmos um pouco para trás, como num efeito estilingue.
Evolução do varejo eletrônico na pandemia
Em 2019, a participação do comércio eletrônico no faturamento total do varejo era de 5%, segundo levantamento da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), em parceria com a Neotrust.
Ou seja, ainda pequena, mas crescendo de forma surpreendente no ano: +16,3% em volume, com receita de R$ 61,9 bilhões, de acordo com o Ebit Nielsen. Com a categoria “moda e acessórios” liderando o volume de demanda na época.
O ano de 2020, contudo, foi um acelerador de tendências. Em especial, das tendências digitais!
As vendas no varejo eletrônico de uma forma geral aumentaram 41% na passagem de 2019 para 2020, segundo o relatório “Webshoppers – 43ª ed.”, publicado pela Ebit | Nielsen. O relatório revelou, por exemplo, que 13 milhões de brasileiros fizeram compras virtuais pela primeira vez em 2020.
Dessa forma, mesmo com o lockdown e a instabilidade financeira das famílias, fatores como o e-commerce e a injeção de dinheiro na economia por meio do Auxílio Emergencial, resultaram em aumento de 1,2% no volume de vendas no comércio nacional geral (incluindo o físico e o digital) em 2020.
Em 2021, novo aumento de 1,4% no volume de vendas no varejo, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com o e-commerce, portanto, continuando a crescer em níveis recordes no País no ano passado: +27%, totalizando R$ 161 bilhões (Ebit – Nielsen). Com o ticket médio, tanto dos novos compradores como dos compradores recorrentes crescendo: de R$ 415 em 2020 para R$ 454 em 2021.
M-Commerce
O volume bruto de mercadorias pelo mobile, aliás, cresceu 32% (R$ 95,4 bi) em 2021 sobre o ano anterior. Já os pedidos via mobile cresceram 24% (RS$ 239,6 bi) na comparação.
Demonstrando, portanto, uma evolução nesse tipo de compra que indica novos cenários para o futuro, com o m-commerce, ou seja, o comércio móvel, já sendo uma realidade muito explorada no segmento varejista. Devendo, portanto, ser ponto de atenção também no setor moveleiro.
CENÁRIO DO VAREJO ELETRÔNICO EM 2022
Se em 2021, então, o Brasil teve 79,8 milhões de consumidores no comércio eletrônico. A estimativa para 2022 é de que esse número chegue a 83,7 milhões de compradores.
O e-commerce continua em alta, tendo crescido 12,59% no primeiro trimestre de 2022, segundo apontamento oficial da MCC-ENET.
Já em pesquisa com estimativas preliminares, a ABComm apontou um faturamento de R$ 73,5 bilhões para o e-commerce brasileiro nos primeiros seis meses do ano. Número que representa um crescimento de 5% no primeiro semestre de 2022 em relação ao mesmo período em 2021.
O faturamento, contudo, vem caindo mês a mês, mas continua positivo no acumulado do ano.
De forma geral, os equipamentos de informática representam mais de 40% do market share no comércio eletrônico. Seguido por móveis e eletrodomésticos, com quase 30% de participação.
Outro indicador muito importante para a loja virtual, de acordo com a ABComm, é o ticket médio. O levantamento da associação projetou crescimento de R$450 em 2021 para R$460 em 2022.
Como resultado, a expectativa para 2022 é que as vendas online cresçam 12% e a projeção de faturamento é de R$169,5 bilhões.
Se engana, porém, quem pensa que essa “revolução digital” esteja acontecendo apenas no mundo virtual e em compras remotas. As varejistas vêm adotando cada vez recursos digitais para acelerar e aumentar as vendas nas lojas físicas, e é sobre isso que falaremos no próximo conteúdo da série “O futuro do varejo”.