O aumento no número de pessoas solteiras; famílias cada vez menores; a convivência entre diferentes idades e gêneros; o aumento significativo nos valores do mercado imobiliário ao redor do mundo; o nomadismo digital; o globalismo e a crescente busca por intercâmbios culturais; causas ambientais… Muitos são os movimentos e preocupações em ascensão no mundo hoje. Gerando, claro, diferentes respostas e o surgimento de tendências que devem ser acompanhadas de perto pelas indústrias moveleiras. Isso porque, essas mudanças comportamentais influenciam diretamente na forma como vivemos e moramos, gerando fenômenos que ganham cada vez mais destaque, como o da coabitação / moradias compartilhadas.
Sim, estamos falando quase todos os dias sobre distanciamento social, a casa como refúgio, o encasulamento. Pintando, assim, um cenário que muitas vezes pode cair num senso um tanto irreal sobre “isolamento”. Afinal, não podemos ignorar o fato de que a maior parte das pessoas não vivem sozinhas. Os lares são, geralmente, espaços compartilháveis e compartilhados. Abrigando diferentes pessoas, gerações, gêneros e estilos de vida. O que fica ainda mais pungente em períodos de economia colaborativa e sustentável.
Velhos conceitos, novos contextos: Moradias compartilhadas
Nesse sentido, o conceito de casa compartilhada, tão comum entre familiares ou mesmo estudantes, ganha um novo capítulo no mundo atual. As constantes mudanças sociais, culturais e econômicas vêm impactando também na forma como vivenciamos nossas casas. Hoje, elas são habitadas por pessoas com laços sanguíneos ou amorosos. Mas também por quem divide ideais em comum, mesmo que não se conheçam tão bem.
Apesar de muitas vezes não pertencerem à mesma família, origens ou sequer ao mesmo país, essas pessoas compartilham de ideologias, interesses e necessidades. Num fenômeno que é chamado por trendhunters de “framilies” – junção das palavras “friends” (amigos) e “family” (família). São, então, “famílias por opção”. Que se escolhem, convivem e planejam em coletivo o lar em que querem viver.
Porém, para além desse conceito um tanto quanto tribal. Com toda essa pegada que nos remete também a velhos movimentos como o dos hippies, dos ciganos, entre outros. No contexto atual, as moradias compartilhadas chamam atenção também por um custo-benefício muito interessante, em especial para os jovens adultos e para os nômades digitais (bem diferente do antigo conceito de nomadismo).
Sendo encaradas tanto de maneira permanente quanto como lares temporários. Os moradores podem vivenciar novas experiências, conviver com diferentes culturas e etnias, desenvolver projetos, aplicar ideias, experimentar novos estilos de vida, “levantar uma grana” e, até, “dar um chega para lá” na solidão – o que tem tudo a ver com o período em que estamos vivendo.
O papel da indústria moveleira na coabitação
Tudo isso, obviamente, exige adequações não só na maneira de viver, morar e de cuidar desses espaços, mas também de mobiliá-los. Por isso, o conceito de coabitação é apontado como uma das maiores tendências contemporâneas ao se pensar na criação de móveis e projetos para interiores.
Os ambientes, nesse contexto, precisam desempenhar diferentes funções a toda hora. Uma grande mesa comunitária, aliás, exemplifica muito bem essa ideia de multifuncionalidade que queremos passar: Um lugar onde algumas pessoas podem estar comendo, enquanto outras estudam, outros jogam conversa fora tomando um cafezinho e crianças brincam de colorir. O objetivo é pensar em móveis simples, mas práticos o bastante para atenderem diferentes rotinas e estilos de vida ao mesmo tempo. A cozinha, inclusive, é o coração das moradias compartilhadas. Lugar de experimentar, de juntar pessoas, se divertir, se desafiar, criar laços e memórias.
O mobiliário ideal para moradias compartilhadas
Por isso, para atrair a este público pense em mobiliário flexível e customizável. Como cadeiras e bancadas com diferentes regulagens e alturas; ferragens e roldanas inteligentes; mobilidade e fácil montagem; múltiplas opções de armazenamento; superfícies de fácil limpeza; modulação; decoração sem gênero; etc.
Por falar em decoração, nesse cenário, logicamente, ela não é nada estática. Sofrendo constantes intervenções dos moradores e ganhando um status bem eclético. Isso se estende aos diferentes tipos de materiais, cores e formas. Para isso, então, o melhor recurso é buscar “neutralidade” e elementos coringas, mas sem passar a ideia de escolhas chatas, óbvias, genéricas e sem vida.
Uma boa ideia é optar por tons terrosos e matérias-primas naturais, que conversem com diferentes estilos e ambientes, criando sensação de identidade e fluidez. As madeiras quentes, como as tipicamente brasileiras, além de trazerem uma sensação universal de conforto e acolhimento, ainda dialogam com tendências atuais – que, aliás, estamos falando bastante por aqui nos últimos meses -, tais como a valorização do local e a mindful consumption.
Os móveis como itens essenciais no novo viver
Em tempo, por falar nessas tendências, esse olhar mais consciente sobre o macro e o micro ambiente vêm gerando outros movimentos importantes que influenciam o viver coletivo e também devem ser respondidos pelas indústrias moveleiras. Apontando aí fatores como economia criativa e colaborativa; sustentabilidade socioambiental; culinária viva…
Em meio a outras questões que tornam essas moradias compartilhadas espaços ideais para o desenvolvimento de atividades como hortas urbanas (seja do lado de fora ou de dentro das casas); hubs de negócios e coworking; couchsurfing e aluguel de quartos por temporada (ao estilo Airbnb); homeschooling e home office; coletivos políticos, artísticos e sociais; entre tantas e tantas outras possibilidades. E, claro, nem é preciso dizer que os móveis são parte essencial para o desempenho de todas elas.
Não por menos, continuamos a falar do assunto, trazendo soluções como a do design em prol da privacidade, aluguel de móveis e espaços híbridos em nossos próximos conteúdos aqui na Plataforma de Negócios Setor Moveleiro.