Alcançando o maior resultado para um mês de abril desde o ano 2000, as vendas do comércio varejista nacional subiram 1,8% em volume e 1,4% em receita na passagem do terceiro para o quarto mês deste ano. O maior destaque ficou por conta do desempenho da categoria “Móveis e eletrodomésticos”, que cresceu 24,8% na mesma comparação.
É importante lembrar que no mês anterior, março, o varejo nacional (não ampliado) havia sofrido queda de 1,1% nas vendas. O comportamento se refletiu também no consumo de móveis e eletrodomésticos, que experimentou queda de 1,3% no mês, após crescer 5,6% em fevereiro.
Vendas de móveis subiram 18,7% entre janeiro e abril de 2021
Recuperando os bons números e voltando ao patamar pré-pandemia, de acordo com a análise dos responsáveis pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), desenvolvida mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o mês de abril trouxe outros resultados significativos para a categoria de mobiliário e eletros: +13,1% no acumulado dos quatro primeiros meses do ano; +16,4% nos últimos 12 meses; e +71,3% na comparação com abril de 2020.
Essencial pontuar que o quarto mês do ano passado foi o mais afetado — tanto no comércio quanto na indústria — pelas limitações geradas pela primeira onda da pandemia no Brasil.
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Dentro deste contexto, o segmento de móveis foi o que mais puxou para cima a performance da categoria no período. Os aumentos foram ainda mais expressivos ao olharmos para a venda de móveis de maneira isolada: 18,7% no acumulado do ano até abril e 89,9% em relação a igual mês no ano passado. Veja mais números na tabela abaixo:
Para além dos móveis e eletrodomésticos
Outras variações positivas no varejo nacional vieram dos setores de “Tecidos, vestuário e calçados” (13,8%); “Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação” (10,2%); “Outros artigos de uso pessoal e doméstico” (6,7%); “Livros, jornais, revistas e papelaria (3,8%) Combustíveis e lubrificantes” (3,4%); e “Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (0,9%).
Já o setor de “Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo” (-1,7%) foi o único a ter retração frente ao mês anterior. Essa queda fez com que o índice geral não fosse maior em abril, uma vez que o setor representa quase metade (49,2%) do volume de vendas pesquisado.
“O consumo das famílias se modificou em termos de estrutura no começo da pandemia. O que tem acontecido é que, em alguns setores, o consumo tem se concentrado em momentos específicos do ano. Antigamente, esses momentos eram muito marcados, como a Black Friday e o Natal, agora o cenário mudou”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos. Ele continua: “São fenômenos que acabam acontecendo porque as compras estão mais digitais e permitem que determinados setores possam ter promoções fora desses momentos e provocar uma determinada onda de vendas em períodos distintos de tempos”.
Para ele, isso faz com que parte das famílias deixe de consumir produtos de um determinado setor para fazê-lo em promoções pontuais. Santos explica, ainda, que houve muitas inversões entre as atividades no mês de abril. “Algumas atividades que estavam indo bem começaram a cair e outras que estavam caindo começaram a crescer. Abril foi um momento em que as grandes lojas de móveis e eletrodomésticos acabaram focando na receita de consumo das famílias”, finaliza.