Móveis e eletrodomésticos está entre as atividades em alta na PMC de junho

Móveis e eletrodomésticos estão entre as atividades em alta na PMC de junho

A venda de Móveis e eletrodomésticos apresentou leve alta (1,0%) na comparação entre os meses de maio e junho de 2023. Em relação ao mês de junho do ano passado, a alta nas vendas é de 2,6%. No acumulado do ano até junho, o setor fechou em 1,0% neste primeiro semestre de 2023. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (9/8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Em geral, o volume de vendas do comércio varejista mostrou estabilidade (0,0%) na comparação com o mês anterior. O varejo acumula 1,3% no primeiro semestre de 2023 com relação ao igual período de 2022. No acumulado dos últimos 12 meses, o varejo registrou seu nono mês consecutivo no campo positivo, chegando a 0,9% em junho de 2023. 

De acordo com o gerente da PMC, Cristiano Santos, a estabilidade vem com o equilíbrio setorial. “Enquanto quatro atividades apresentaram alta [entre elas Móveis e eletrodomésticos], quatro tiveram queda. E esse equilíbrio vem acontecendo desde fevereiro deste ano”, analisa.

Móveis e eletrodomésticos está entre as atividades em alta na PMC

Entre as atividades que apresentaram aumento, estiveram também Tecidos, vestuário e calçados (1,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,2%). 

Já nas atividades em queda, estiveram Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-3,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,9%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria mostrou crescimento (-0,7%) e Combustíveis e lubrificantes (-0,6%).

Perspectivas para a venda de móveis e eletrodomésticos

O CEO da Addemonitor, empresa especializada em dados do mercado moveleiro, Laercio Comar, enxerga o momento do varejo de móveis como estável. “Há dinheiro em circulação, o rendimento médio do brasileiro está em índice alto. O que acontece com a venda de móveis é a estabilidade e a grande oferta por parte das indústrias”, analisa.

Para  o economista-chefe da Norte3, Renan Luquini, os dados do segmento têm se apresentado com um caráter mais sazonal ao analisar a sequência de dados históricos, com mudanças significativas. 

“A desaceleração observada pelo setor varejista como um todo no segundo trimestre já vinha ocorrendo nos meses anteriores. E isso não seria diferente para o mercado de móveis”, avalia. O acesso mais restrito ao crédito, devido aos altos juros, continua sendo a principal razão para os dados, diz. 

Sobre os próximos meses, em um artigo publicado recentemente na Plataforma Setor Moveleiro,  Luquini, fez projeções a longo prazo para o aumento das vendas de automóveis e imóveis, com a redução da taxa Selic. Bem como, das vendas de móveis e eletrodomésticos, em função de facilitar o parcelamento desses bens

“É fato que com a queda da taxa Selic, há estímulo ao setor moveleiro devido ao aumento do consumo e do crédito. Contudo, cabe também mencionar que o desempenho do varejo no país está mais ligado à gestão.”, escreveu.

O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, de 13,75% para 13,25% ao ano no início deste mês de agosto. A redução aconteceu pela primeira vez desde agosto de 2020. A taxa vinha sendo mantida em alta como medida para conter a inflação.  

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