O mundo mudou! De repente nos vimos passando a maior parte de nosso tempo dentro de casa, inclusive trazendo as atividades do universo exterior para esse ambiente até então de introspecção e recolhimento. Dessa maneira, os espaços domésticos e todos os itens que o compõem passaram a desempenhar uma série de novas funções – a mesa de jantar que passa a ser uma estação de trabalho, a cadeira que se torna equipamento de ginástica e assim por diante.
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Mas, além de adaptar velhos espaços às novas interações, necessidades e dinâmicas do cenário atual, como podemos contar com os objetos ao nosso redor para tornar nosso dia a dia mais prático e leve agora que trabalhamos, nos exercitamos, estudamos, cozinhamos e nos divertimos num mesmo ambiente? Bem, diga “Hello, Alexa!” ou “Ok, Google!”.
Design de Necessidade Imediata
Nossas casas recebem cada vez mais aparelhos eletrônicos, eletrodomésticos e elementos de mobiliário capazes de interagir com seus habitantes e realizar funções autossuficientes. Os dispositivos por comando de voz, como Alexa e Google Home, tornaram-se os mais populares entre eles. Já dominando os lares das gerações Y e Z, mas há ainda muitas outras soluções no quesito Smart Home – tag cada vez mais presente nos negócios dos setores moveleiro e de interiores. E é sobre elas que falaremos a seguir, dando continuidade ao tema “Casa Figital” .
Um produto que causou bastante alvoroço no setor moveleiro foi a Smart Table, da IKEA. Na verdade, a mesa de jantar fazia parte da instalação Cozinha Conceito 2025 apresentada ainda no ano de 2015 durante a Semana de Design de Milão, representando um dos ideais da casa do futuro.
A mesa interativa é capaz de detectar o alimento colocado sobre ela por meio de uma câmera com tecnologia de foto reconhecimento. A partir daí, imagens projetadas na superfície da mesa sugerem o uso de outros ingredientes, indicando o passo a passo completo de receitas e muito mais. Sendo ainda possível cozinhar na própria superfície de madeira, sem riscos de marcas ou queimaduras.
Objetos inteligentes
A conectividade inteligente se inicia, portanto, no instante em que a tecnologia passa a gerar benefícios concretos em termos de melhorar a qualidade de vida dentro de casa. Justamente por isso, os dispositivos de última geração estão sendo desenvolvidos para ajudar a tornar nosso habitat mais agradável para se viver, descansar e trabalhar.
Outro efeito positivo da utilização dessas novas ferramentas reside na capacidade de controlar e conter o consumo doméstico. Em um período de recursos econômicos e ambientais restritos, a atenção ao consumo assume uma importância estratégica, sendo a melhor maneira de poupar dinheiro e ainda proteger o planeta.
O Ecoisme – home assistant and caring advisor, por exemplo, é um dispositivo produzido pela empresa de mesmo nome, que ajuda a monitorar o consumo de energia nas residências, controlando todos os dispositivos elétricos para evitar desperdícios. Uma vez instalado e conectado ao aplicativo que pode ser baixado no smartphone, ele manterá um registro de todo o consumo de energia doméstica: o que foi usado, por quanto tempo e quanto consumo gerou, exibindo todas as informações em um painel de fácil acesso.
Design aumentado
O design aumentado (ramo da tecnologia de realidade aumentada), por sua vez, refere-se, aqui, a atualização do mobiliário em um sentido inteligente, com novas funções digitais não aparentes, ou seja, que não interferem na estética das peças, mas que possuem funcionalidades surpreendentes que devem impactar diretamente nosso cotidiano.
Quer um exemplo? Nós todos já fizemos isso: vamos para casa, esquecemos de colocar nosso celular para carregar e quando mais precisamos dele, ele está sem bateria. A Fonesalesman, empresa inglesa especializada em carregamento sem fio, criou uma solução para isso. Chamado FurniQi, a princípio trata-se apenas de uma mesa de bambu minimalista e versátil. O que não podemos ver é que dentro da mesa há uma interface Wi-Fi que pode se adaptar a diferentes dispositivos habilitados para carregamento sem fio: basta colocar seu aparelho sobre a mesa e esperar a “mágica” acontecer.
O mercado de casas inteligentes
Em termos gerais, o segmento de casas inteligentes está crescendo muito no Brasil há alguns anos e espera-se que em 2020, a alta na comercialização deva ser ainda mais significante, combinando uma série de fatores como o isolamento social, o uso cada vez maior da automação por voz, a comodidade do sistema e a própria tendência do brasileiro a adotar novas tecnologias. Vale ressaltar, ainda, o fato de contarmos com alguns dos profissionais mais cobiçados do mundo na área.
De acordo com a empresa Statista, a expectativa, portanto, é de que o crescimento desse mercado no País deva ser de 40% neste ano em relação a 2019. Numa escala global, o mercado de Smart Homes deve crescer 25% no período previsto para 2020 – 2025, segundo relatório da Mordor Intelligence – Market Research. Claro, esses são números gerais, que incluem uma grande variedade de produtos, mas nos ajudam bastante em termos de planejamento.
Em relação aos móveis inteligentes, especificamente, as informações dadas pela Market Research.Biz apontam que os produtos mais procurados são mesas de jantar, estações de trabalho, bancos, cadeiras e sofás, com a América Latina na quarta posição entre os mercados com maior consumo, a frente apenas do Oriente Médio e da África, mas despontando ano após ano.
Com todo esse panorama apresentado, ficam agora as perguntas: E você, fabricante brasileiro, das tecnologias mais simples às mais complexas, de que maneira acredita ser possível adotar essas soluções na produção moveleira nacional? As ferramentas já estão aí, mas o mercado – para além de expectativas generalistas e não segmentadas – está realmente preparado para recebê-las? É possível praticar preços acessíveis e competitivos a exemplo do mercado europeu e do americano? Fica aí uma ótima discussão para o Grupo de WhatsApp Setor Moveleiro – envie sua solicitação por DM ou para o e-mail carlosbessa@setormoveleiro.com.br.