Movimento multiverso: uma nova realidade para o varejo de móveis

Multiverso — O mundo físico e o virtual colidiram no ano passado. Com requisitos rígidos de distanciamento social, os consumidores aprenderam a se manter conectados. Formando, assim, novas comunidades on-line que oferecem uma gama de interatividade, desde a transmissão ao vivo até jogos e, claro, esses ambientes imersivos têm tudo para impulsionar, também, o comércio eletrônico e a presença virtual de marcas à medida que o acesso se expande.

O “movimento multiverso” é mais uma das grandes tendências de consumo global apontadas pela Euromonitor International, referência no assunto, e que damos ênfase agora, em mais um conteúdo da série. Se você não viu nosso último artigo sobre a tendência dos “aficionados financeiros”, clique aqui.

Movimento multiverso

As redes sociais estão aprimorando seus recursos e, em alguns casos, adquirindo startups de tecnologia para entrar nesse movimento metaverso. O fluxo constante de conteúdo e a capacidade de se tornar viral em plataformas sociais com predominância de vídeo, como TikTok e YouTube, mostram a influência das redes baseadas na comunidade.

Agora, a socialização on-line é a forma preferida de entretenimento para muitos consumidores. Isto, particularmente entre aqueles das gerações mais jovens, que passam mais tempo jogando no celular, no desktop e em headsets de AR/VR (dispositivos de realidade aumentada/virtual).

Acredita-se, portanto, que com a consolidação do movimento multiverso, os consumidores passem a equipar seus avatares para explorar mundos virtuais ao lado de usuários de todo o mundo. A prevalência de espaços virtuais 3D compartilhados, dessa forma, deverá se caracterizar, segundo a Euromonitor, numa versão futura da Internet.

Propaganda e marketing em um novo mundo digital

Para se adequar a este futuro, varejistas, inclusive de móveis, estão aproveitando o TikTok para terceirizar conteúdo e design, promover produtos e treinar associados sobre como conquistar seguidores. Em 2021, mais de 30% dos consumidores compraram bens ou serviços depois de ver uma postagem de um influenciador ou um anúncio na plataforma de vídeos.

Equipes esportivas, jogadores e artistas têm usado plataformas como YouTube e Twitch para organizar shows e eventos virtuais ao vivo. E, bem, as empresas querem ser vistas por lá. Muitas marcas já estão comprando outdoors e inserções de produtos, entre outros espaços publicitários, nesses ambientes on-line.

Há lojas virtuais, por exemplo, que facilitam as vendas de e-commerce. Oferecendo, então, produtos exclusivamente digitais, incluindo tokens não fungíveis (NFTs), para vestir e hospedar avatares.

Por fim, o objetivo principal é desenvolver o reconhecimento da marca entre consumidores influentes que são pioneiros no engajamento com a plataforma. As empresas que começarem a marcar presença agora estarão na vanguarda conforme os ambientes sociais virtuais e de AR/VR se desenvolverem.

Tecnologia e soluções digitais no setor moveleiro

Trazendo o olhar de volta para nosso setor, num tempo em que inserir o número do cartão de crédito e os dados pessoais em sites de compras ainda era visto com desconfiança, a Magazine Luiza foi ousada e apresentou ao mercado sua assistente virtual em 2003. Lúdico e excitante para alguns, estranho para outros, não demorou muito para que a “Lu”, como é chamada, se tornasse a primeira influenciadora virtual do Brasil.

O que à primeira vista poderia parecer apenas uma jogada de marketing, confirmando a inclinação e o engajamento do grupo Magazine Luiza para o universo digital, a personagem surgiu, na verdade, para humanizar e integrar os canais de atendimento da empresa, por mais contraditório que isso possa soar. Possibilitando, assim, uma onipresença impossível para um atendente humano (além de menos custoso e muito mais conceitual).

Outra referência vem justamente da indústria moveleira. A Ká, como foi carinhosamente apelidada a assistente virtual da Kappesberg, traz soluções tanto para os clientes de negócio quanto para os consumidores da ponta. Ótima forma, aliás, de intensificar a marca da empresa entre o público final, o que ainda é um desafio para a maior parte dos fabricantes de móveis.

Se o modo de comprar e vender mudou. Mudou-se também a forma de apresentar o mobiliário. Enquanto antes comprar um móvel pela Internet, por exemplo, parecia uma experiência complicada, com fotos que muitas vezes não revelavam as reais características do produto — afinal, como escolher uma peça de mobiliário sem tocá-la, experimentá-la, avaliar a cor, material e dimensões? Hoje, a tecnologia vem proporcionando níveis cada vez mais realistas de visualização. Combinando Realidade Aumentada, aplicativos de webrooming, entre outras soluções.

Cor do ano combina o mundo físico ao digital

O movimento multiverso e o aumento do interesse nas plataformas de metaverso e jogos,” como um escape de uma realidade conflituosa”, ajudaram a inspirar a seleção da Very Peri como a cor do ano de 2022, pela Pantone.

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O tom criado exclusivamente por eles, foi definido como uma combinação de um violeta avermelhado e um azul dinâmico, que resulta em uma tonalidade vibrante, flertando com o futurismo. O azul traz calma, enquanto o vermelho energiza, fazendo com que a cor harmonize essas dualidades como um impulso à transformação. Impulso esse que se encaixa não só na concepção de produtos, mas também na organização de eventos e gestão de negócios a partir deste ano.

Perspectivas para os consumidores no movimento metaverso

Empresas inovadoras de fato já empregaram aplicativos de AR/VR em seus processos de negócios. Os consumidores que usam jogos on-line e mídias sociais que priorizam o vídeo para fazer transmissões e socialização estão estabelecendo as bases para o movimento metaverso.

As melhorias nas capacidades de AR/VR e a redução dos custos de equipamento aumentarão o acesso a espaços virtuais 3D. Os consumidores que já interagem com ambientes sociais on-line imersivos passarão ainda mais tempo em ambientes totalmente gerados por computador.

À medida que o movimento metaverso segue ganhando mais participantes experientes em tecnologia, portanto, as empresas devem aprender seu papel para aumentar o reconhecimento da marca e saber gerar receita a partir disso.

 

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