‘Odisseia Coronavírus’ e o consumo de móveis e eletrodomésticos

Estamos praticamente chegando na metade de uma odisseia chamada Coronavírus. Num período sensível e de perdas irreparáveis, como a de milhares de vidas humanas, o mercado teve de continuar girando e atendendo tanto às novas quanto às velhas necessidades que se acentuaram durante a pandemia. Nesse cenário, os segmentos comerciais de materiais de construção, móveis, eletrodomésticos e demais itens para o lar foram turbinados pelo movimento “fique em casa” e pela injeção de recursos financeiros do Auxílio Emergencial — estimados R$322 bilhões, para também estimadas 66 milhões de pessoas.

A conjunção dessa medida de proteção social somada à precariedade dos lares, incluindo seus móveis e eletrodomésticos, especialmente entre a população de menor poder aquisitivo, e a busca por melhorias nas residências já minimamente confortáveis e bem equipadas da população de poder aquisitivo médio e alto, foram as duas principais alavancas de vendas do segmento comercial Móveis e Eletrodomésticos, como veremos a seguir nos dados mais recentes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) — clique aqui para acessar os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Vamos, então, analisar nominalmente (com inflação) os números dessa odisseia — mercadologicamente salva pela mencionada injeção de recursos financeiros no mercado, num primeiro momento; mas que somente poderá ser integralmente superada pela vacinação em massa da população brasileira no decorrer de 2021.

Móveis e eletrodomésticos

Atualizando os dados da PMC – IBGE, considerando como base o mês de fevereiro –  último antes das medidas de isolamento social –, o Varejo Ampliado (abarca dez segmentos comerciais que cobrem a totalidade do comércio brasileiro) cresceu 15,1%, enquanto Móveis e Eletrodomésticos cresceu 25,2%, no acumulado dos comparativos “mês anterior” de março a novembro de 2020, como podemos ver no gráfico a seguir.

Consumo de Móveis Eucatex

Com isso, no comparativo acumulado ano novembro de 2020 com o acumulado ano novembro de 2019, o Varejo Ampliado expandiu 2,4%. Já o canal de vendas Móveis e Eletrodomésticos cresceu 11,5%. Isso coloca a categoria como a de terceiro melhor desempenho entre os dez segmentos comerciais monitorados – dado puxado para cima pela venda de eletrodomésticos, com 13,7%, e para baixo pela venda de móveis, com 6,6%, como detalhamos neste próximo gráfico.Consumo de Móveis Eucatex

Assim, certamente apresentarão crescimentos pelo segundo ano consecutivo na comparação com o ano anterior. Já que no comparativo ano de 2019 com ano de 2018, Móveis e Eletrodomésticos subiu 6,7%, puxado para cima pela venda de móveis, com 8,4%, e para baixo pela venda de eletrodomésticos, com 6%.

Vendas pela Internet

Outro fator que contribuiu para esses excelentes desempenhos durante a pandemia, principalmente quando as lojas físicas estavam fechadas, foram as vendas de móveis e eletrodomésticos pela Internet. E é sobre “Comportamento multicanal: Questões analógicas e a jornada de compra de móveis na Internet” que falamos mais detalhadamente em nosso artigo de amanhã. Não perca!

Newton Guimarães é head da Fundação de Dados, sistema de pesquisas e inteligência de mercado especializado no consumo de materiais de construção, móveis e itens para o lar. Na parceria com a Eucatex traz subsídios e visão estratégica para os clientes da marca.

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