Overview 2020: A casa como espaço central da vida e o boom dos móveis

industria moveleira

De que maneira a pandemia vem transformando ao setor moveleiro no Brasil? Quais mudanças são pontuais e quais já se mostram potencialmente definitivas? Essas foram algumas das perguntas que começamos a responder na semana passada aqui na Plataforma de Negócios Setor Moveleiro.

Com projeções de crescimento em 19%, 2020 era apontado como “o maior ano da história da indústria de móveis no Brasil”. Plano frustrado pela pandemia do novo Coronavírus, que parou a vida e os negócios em todo o mundo. Depois de meses amargando quedas e prejuízos, junho chegou trazendo uma grata surpresa. Com a indústria e o varejo apresentando ótimos sinais de retomada, que devem se manter pelos próximos meses.

Como já explicamos, os motivos para essa boa gestão da crise são diversos. Um deles são os fatores externos, como políticas e medidas governamentais de apoio e proteção à produção nacional. Outros vêm de dentro para fora, com os empresários buscando por novas formas de gerenciar e fazer negócios. Em seguida temos o que talvez seja, de fato, o elemento propulsor desse bom momento da indústria moveleira no Brasil: o fator comportamental.

Isolamento social, mudanças no comportamento do consumidor e os impactos no setor moveleiro

O isolamento social colocou a casa como o lugar central de nossas vidas. Ou seja, a casa como escola, como espaço de lazer e de relaxamento, como ambiente de conexão, socialização e trabalho, enfim… derrubamos as paredes que limitava as atividades sociais, profissionais e pessoais uma das outras, trazendo-as todas para um mesmo espaço.

Nesse aspecto, o mobiliário se torna um dos itens mais significativos e essenciais do chamado “novo normal”. Agora que, mais do que nunca, realmente precisamos dos móveis para realizarmos todas essas tarefas. Assim, muitos consumidores (que antes assumia apenas o papel de compradores) passaram não só a utilizar quanto a compreender o impacto das suas escolhas e da necessidade de se investir em bons móveis. Itens que tragam praticidade e funcionalidade ao dia a dia, além de serem resistentes, duráveis e bonitos. Quem já falou mais sobre a situação foi a consultora de design Andrea Krause, confira!

Isso forçou um aumento significativo na venda de móveis nos últimos meses. Com pessoas não só atualizando a decoração de seus lares, mas também passando a investir em itens que talvez não fizessem sentido antes. Se o famoso “jeitinho” vinha funcionando nos primeiros meses de quarentena. Com a mesa de jantar servindo como estação de trabalho e o sofá como uma peça extremamente multifuncional. Depois de tantos meses expostos ao mesmo ambiente e situações, essas adaptações que antes pareciam práticas e suficientes, tornaram-se um problema. Com as pessoas passando a enfrentar questões como falta de privacidade e de ergonomia, bem como cansaço visual e estafa emocional.

Em números!

Dessa forma, o índice de volume de vendas de móveis em junho deste ano reverteu com sobra a variação negativa de 13,3% de maio. Na comparação com junho do ano passado, a variação chegou a 21,7% – maior taxa de crescimento desde janeiro de 2012 (24,1%). O resultado reduziu significativamente também a queda do acumulado do ano, que em maio alcançava -9,3%, e agora recuou para 4,4% negativo. O índice acumulado nos últimos 12 meses, segundo o IBGE, subiu de 0,4% em maio para 2% em junho. Não à toa, a categoria “móveis e eletrodomésticos” configura há meses em segundo lugar quando o assunto é as vendas no comércio eletrônico nacional.

Setor moveleiro: Retomada pontual ou definitiva?

É importante entender, porém, o que é uma realidade permanente e o que é uma situação pontual. Estima-se, por exemplo, que mais de 70% das empresas no Brasil mantenham um regime home office total ou parcial de maneira permanente a partir de agora. O mesmo deve ocorrer com diversos programas educacionais, como cursos e graduações. Além disso, muitas novas oportunidades de se trabalhar em casa em diferentes campos surgiram a partir da crise. Enfim, questões que comprovam a consolidação de tendências como a do trabalho remoto, a digitalização das relações, o retorno ao encasulamento, espaços multifuncionais, entre outras.

O que não significa, porém, que necessariamente iniciaremos o próximo ano com um setor tão aquecido quanto o que estamos experimentando neste segundo semestre em 2020. Isso se justifica tanto pela “normalização” de velhos hábitos, especialmente com a iminência da vacina contra a Covid-19, como pelo fluxo de necessidade em relação a bens duráveis, como os móveis. Se hoje vivenciamos uma demanda explosiva na área, podemos concluir, então, que com o ritmo acelerado de vendas e encomendas, muito em breve essa procura será sanada. Fazendo com que tenhamos que criar novas situações e estratégias para alavancarmos as vendas nos próximos anos.

Ferramentas essenciais para não perder o ritmo

Se a tecnologia é uma aliada importantíssima na reconstrução do setor moveleiro. Há ainda mais duas soluções essenciais na adequação de estratégias para essas novas demandas, dinâmicas e abordagens de mercado (e do viver!). A primeira delas é o design! Praticando, assim, o desenvolvimento de novos produtos e coleções na sua totalidade: com uma visão consolidada sobre macro e micro tendências; bem como atuando de maneira integrada entre todos os players de mercado (fornecedor + fabricante + lojista).

Respondendo, assim, não só à busca por determinados aspectos estéticos. Mas otimizando os processos produtivos e entregando valor percebido + valor agregado para o consumidor final. Portanto, ampliando também o argumento de venda tanto no B2B (de negócio para negócio) quanto no B2C (de negócio para consumidor final).

Inovação rima com união

O outro conceito essencial para se seguir é o de inovação! Inovar exige observar o ambiente ao redor; buscar referências para além dele; coletar informações; compartilhar insights; e estabelecer um processo para encontrar novas formas de resolver uma situação-problema – tal qual a escassez de matéria-prima puxada pela alta demanda no mercado interno, por exemplo. Bons cases de inovação neste sentido podem ser observados em alguns polos moveleiros ao redor do País. Que vêm apostando em ações de economia criativa e colaborativa com efeitos positivos para muito além da pandemia. Dessa maneira, gerando benefício tanto para quem compra quanto para quem produz.

De fato, talvez tenha me esquecido de citar anteriormente a maior ferramenta entre todas essas: A união! O setor moveleiro nunca esteve tão perto de acertar o seu passo como está agora. Precisamos incentivar o espírito de unidade e de real inovação para que no futuro encontremos soluções ainda mais rápidas para novos problemas, que, convenhamos, infelizmente sempre aparecem. Além disso, o aquecimento que vivemos hoje pode até ser pontual, mas usando-se as ferramentas certas e criando-se estratégias assertivas baseadas nos erros e acertos deste período, podemos, sim, voltar a sonhar com números muito mais altos.

Webinar Setor Moveleiro – Overview 2020

E, claro, o assunto não para por aqui! O aquecimento do setor moveleiro em meio à pandemia também é pauta da próxima edição do nosso projeto Webinar, no dia 1º de setembro, com apresentação de Carlos Bessa, CEO da Plataforma de Negócios Setor Moveleiro. Aproveite para fazer sua inscrição, as vagas são limitadas – clique aqui para se inscrever e acessar nossos outros canais.

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